Recentemente aconteceu uma situação bem engraçada aqui no meio otaku e que vale a pena ser relembrada. Questionada sobre o motivo que a levou “esquecer” de anunciar uma série lançada há mais de um mês, a Sato Company declarou que havia preferido “deixar a glória da divulgação” para veículos informativos que descobriram na raça que Fire Force estava no catálogo do Prime Video. É um eufemismo bem divertido, mas ele parece que tem se repetido com as duas principais editoras de mangás no Brasil, a Panini e a JBC.
Nesta semana a JBC trouxe o anúncio de que lançará dois mangás inéditos em formato digital, o novo one shot de Death Note (que está sensacional, aproveitando o momento) e a nova série de Ghost in the Shell, e a Panini finalmente lançou o encadernado de Kingdom Hearts. O que esses anúncios têm a ver? Nenhum foi anunciado da forma devida.
Tanto Death Note quanto Ghost in the Shell foram anunciados há dois dias através do JBC Bits, um mini-programa da editora exibido em um dos três perfis do Instagram da JBC. Beleza anunciar coisas apenas em uma rede social, faz com que as pessoas queiram seguir a conta, mas o que justifica nenhuma outra conta da JBC ter citado esses dois anúncios nos dias seguintes? Nos últimos dias só se fala no one shot de Death Note, as pessoas ansiosas para saber onde achar uma versão em português e a JBC não pensou em fazer um postzinho no Facebook ou Twitter pra galera ficar sabendo?
Curiosamente ela não divulgou nas próprias redes, mas chegou a mandar release para veículos da imprensa. Eu mesma só fui ficar sabendo do anúncio desses dois títulos por causa do Jbox e do Biblioteca Brasileira de Mangás, o que me faz pensar que as editoras decidiram largar mão da divulgação de seus próprios títulos e entregaram tudo nas mãos dos outros sites. Então eu sigo as redes da JBC para ficar sabendo notícia por outro canto?
Um caso à parte e que esbanja amadorismo é a Panini e sua divulgação de mangás. O já comentado Kingdom Hearts foi descoberto por sites especializados depois que a Panini atualizou o PDF que ela lança mensalmente para falar dos lançamentos. Nem mesmo um releasezinho! Perguntado sobre isso na última mesa redonda, o editor da Panini Levi Trindade explicou que a editora conta com pouco orçamento para marketing… e o que tem é usado para responder pessoas no Facebook, aparentemente.
Não falta pouco para a divulgação das editoras melhorar, falta é MUITO. Curiosamente as ações mais efetivas acabam vindo de editoras menores: a editora Pipoca & Nanquim usa muito bem o canal de YouTube que a projetou como forma de divulgar novos títulos, um recurso que… olha só que coisa… as duas editoras “mataram”.
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