Mercado Nacional

O mercado de quadrinhos nacionais está dando certo, falta só você

O mercado de quadrinhos nacionais em estilo mangá é quase tão velho quanto o próprio mercado de quadrinhos em estilo mangá (talvez só não tão velho quanto Junior Fonseca). Desde Holy Avenger (da dupla Marcelo Cassaro e Erica Awano) a gente percebe várias tentativas de emplacar quadrinhos em preto e branco e o famoso estilão que vemos nos mangás importados da Grande Nação Japonesa, e a recepção e sucesso foram sempre bastantes variáveis.

Lá pelo começo dos anos 2000, quando ainda existia a Conrad e otakus aceitando meio-tanko, muitos tentaram embarcar na onda. A editora Trama, por exemplo, chegou a publicar quadrinhos em estilo mangá que COINCIDENTEMENTE tinham ideias muito semelhantes a quadrinhos japoneses que faziam sucesso na época. Vide o nacional Fighter Dolls, que nada mais era que o Angelic Layer do Clamp com silicone.

Olha esses títulos, minna! QUE TÍTULOS INCRÍVEIS!!! Como eu cheguei a comentar na matéria sobre as palestras do Animecon 2002, os títulos não vingaram e foram cancelados com menos edições que a quantidade de dedos numa mão de nosso ex-presidente.

Na mesma época teve mais gente tentando entrar no mercado de mangás nacionais, como o caso de Daniel HDR e seus ultraoriginais Brasimon e Dragon War (um Marshadow shiny e um action figure do Bills para quem adivinhar as referências óbvias), ou então Fábio Yabu e seu competente Combo Rangers.

O motivo simples para esses títulos não fazerem muito sucesso era meio óbvio: se tratavam de quadrinhos trabalhosos e caros para as editoras, afinal fazer aqui o que podia se importar mais barato não fazia muito sentido. Além disso, tínhamos uma ferrenha competição com os melhores títulos já produzidos no Japão. Quem aí arriscaria um Dragon War sendo que a Conrad colocava quase ao mesmo preço um meio tanko de Dragon Ball nas bancas?

Avançando muito no tempo, chegamos em 2011 e no lançamento da Ação Magazine aqui no Brasil. O projeto de Alexandre Lancaster era lançar uma espécie de Shonen Jump no Brasil, inclusive mantendo o sistema de votação popular e as capas poluídas visualmente. Caso você seja leitor novo do Mais de Oito Mil, saiba que já rolou análise das edições número 1, número 2 e número 3 aqui no site. Depois disso, a revista morreu.

Se algum otaku me parasse na enorme fila do banheiro do Anime Friends 2017 e falasse “você pode furar a fila se me falar o motivo da Ação Magazine ter fracassado” eu responderia na lata que a revista teve muitos problemas. Mas o principal talvez tenha sido no trabalho de edição, porque as histórias em sua maioria tinham problemas graves de narrativa. Você lia e não sentia aquela vontade de ler o capítulo seguinte (ou mesmo continuar lendo o capítulo). A impressão que eu tinha era que a equipe ainda não havia encontrado o estilo de narrativa que tanto nos atrai no mangá.

Por que eu estou contando essa história resumida dos quadrinhos nacionais no estilo mangá, será que talvez porque estive envolvida numa apresentação em congresso de quadrinhos sobre o assunto em uma das poucas tentativas de andar no mundo acadêmico? Não isso, e sim porque eu quero falar do presente, do ano de 2017. Porque décadas após bonecas peitudas com forte influência de comics, eu posso afirmar que o mercado de mangás feitos por brasileiros encontrou seu caminho.

Ao contrário de boa parte dos otakus, que passou o Anime Friends 2017 se dividindo entre as filas de banheiro e os shows de artistas orientais, eu dei uma passada na chamada Artist’s Alley. O nome elegante esconde a realidade: um espaço improvisado pela Yamato com um monte de mesa um do lado do outro para que artistas brasileiros expusessem seus trabalhos, sem qualquer glamour de um estande da Panini ou até mesmo de um estande de vendedores de estandes (!!!).

Eu fiquei MUITO impressionada com o que vi naquele lugar, de verdade. Muitos artistas sempre acessíveis e mostrando seus trabalhos para os poucos interessados que passavam. Esse ano em especial eu separei uma parte do meu contado dinheirinho para comprar coisas dos artistas brasileiros, e sinceramente não tenho do que me arrepender. Essa semana toda passei lendo as coisas nacionais que peguei lá (assim como Pride – O Supercampeão que é tão ruim que deu uma guinada de 180° e tô achando muito legal).

Eu estaria sendo injusta citando os meus favoritos, mas que se dane eu quero falar mesmo assim. Comprei o Tools Challenge da Editora Draco (que abraçou o projeto depois do autor Max Andrade lançar dois volumes de forma independente) e fiquei surpresa com o título de premissa muito legal e de narrativa muito competente. Também me impressionei muito com a qualidade de Quadrinho A2, do casal Paulo Crumbim e Cristina Eiko.

Acompanho palestras de editoras há tempos, e sempre vejo surgir uma pergunta de “a editora tem planos de lançar quadrinhos nacionais?“. Tirando Beth Kodama esse ano, que deu uma sugestão realmente boa (que os artistas deveriam procurar agentes literários para facilitar a venda como negócio), as respostas sempre eram as mesmas: não existem profissionais no Brasil que façam material de qualidade. Claro que isso é uma generalização perigosa, porque coloca no mesmo balaio o garoto de 14 anos que oferece para a editora uma cópia de Naruto em 89 edições previstas quanto pessoas que têm projetos sólidos. Mas acho curioso o tal conceito de “material de qualidade”.

As editoras falam assim de um jeito educado, porque insinuam que os quadrinhos feitos por brasileiros possuem traços não muito bonitos, e que isso afasta o público. Curiosamente, essas mesmas editoras se esgoelam para publicar Ataque dos Titãs, Cavaleiros do Zodíaco e Pride – O Supercampeão, mangás cujos traços horríveis complicam até para entender o que está rolando na história.

Não sou hipócrita de falar que os traços dos mangás nacionais são maravilhosos ou superiores aos japoneses, mas esses mesmos títulos japoneses de traços feios estão aí para provar que a narrativa é o mais importante. Sem uma narrativa incrível, por exemplo, o One nunca teria emplacado o seu One-Punch Man, que é um dos maiores sucessos da atualidade. E sim, eu percebo que muitos mangás brasileiros já dominaram as narrativas dos mangás.

Ok, já falei que os quadrinhos nacionais em estilo mangá estão ótimos, mas o que está faltando pro negócio deslanchar de vez? Simples, falta você. Você leitor que tá lendo essa matéria e nunca deu uma chance para quadrinhos nacionais. Temos exemplos maravilhosos sendo publicados que você pode ter deixado passar apenas porque são nacionais.

Não sabe onde começar? Bem, vou dar algumas indicações que talvez te ajudem a mudar de ideia. Há muito tempo defendo o maravilhoso Quack do Kaji Pato (Editora Draco) mesmo ele me chamando de Mari em vez de Mara, já estou recomendando o Tools Challenge do Max Andrade (Editora Draco) que tem uma narrativa ótima, as meninas do Studio Seasons tem o incrível Helena (Editora NewPOP) etc. Se quer conhecer muitos artistas, é recomendável ler também as coletâneas Henshin Mangá (Editora JBC) e a Dracomics (Editora Draco).

E se você precisa de mais um argumento para experimentar quadrinhos brasileiros, saiba que essa semana saíram os resultados do Silent Manga Awards, um concurso japonês aberto a participantes do mundo inteiro com VÁRIOS brasileiros presentes na lista (recomendo esse post do Biblioteca Brasileira de Mangás que tem até o link para ler as histórias, só faltou essa aqui que tá inscrita como Portugal mas o roteirista é brasileiro). Até autores de mangás japoneses que vocês leem já deram o selo de aprovação nos quadrinhos brasileiros, por que você não?

64 comentários em “O mercado de quadrinhos nacionais está dando certo, falta só você

  1. Parabéns para matéria.
    “Vou fazendo a louvação – louvação, louvação
    Do que deve ser louvado – ser louvado, ser louvado
    Quem ‘tiver me escutando – atenção, atenção
    Que me escute com cuidado
    Louvando o que bem merece
    Deixo o que é ruim de lado”

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  2. Eu gosto muito de ler mangás nacionais.tipo,não todos claro mas tools e o novo divisão 5 são muito bons.
    Mas eh chato q os japoneses não vejam mangás de outros países como mangás e sim como plágio.
    Seriam mangás nacionais uma apropriação cultural?🤔

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  3. Onde vc colocou a Mara Gorda???? Quem é você criatura que tá elogiando o mercado e dando valor agora??????Sempre esculachou o nacional aqui e só porque estão se destacando lá fora resolveu mudar??? Sério? Hipócrita!

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  4. Parabéns pela matéria! O quadrinho nacional está crescendo a cada dia, apesar de todas as dificuldades que todos os artistas, de qualquer área, enfrentam no Brasil.
    Mas você esqueceu de Hansel & Gretel!! O NeoPop prometeu, demorou, mas entregou com um desenho maravilhoso e muito profissional da artista Rafi de Sousa!! :)

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  5. Assim, como sou novo na compra de mangas( no sentido de completar uma coleção) , acho que um dos motivos, além da falta de “confiança” em algo nacional para arriscar em algo meio que desconhecido, pois como muitas pessoas falam os mangas não são baratos, e a situação do Br não ajuda muito ultimamente, então acaba que as pessoas preferem comprar um manga X,ou Y que são conhecidos do que um Z que é desconhecido. Tbm tem a qst, de divulgação das obras que acho que envolve o que a Beth falou, eu por exemplo conheci recentemente que existe mangas nacionais publicados, pq eu fui atrás após marocar um Face

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  6. “De muitas maneiras, o trabalho de um crítico é fácil. Nós arriscamos muito pouco ainda desfrutar de uma posição privilegiada sobre aqueles que oferecem seu trabalho e sua pessoa em nossa opinião. Estamos florescente na crítica negativa, o que é fácil de ler e escrever. Mas a verdade amarga devemos nós, críticos, enfrentam é que, no grande esquema das coisas a peça média de lixo é mais significativo do que as críticas que qualificam isso.
    Mas há momentos em que um crítico realmente arrisca alguma coisa, e isso acontece na descoberta e defesa do novo. O mundo é muitas vezes cruel com novos talentos, novas criações; as novas necessidades de amigos

    Ontem à noite, eu experimentei algo novo, uma refeição extraordinária a partir de uma fonte particularmente inesperado. Para dizer que tanto a comida e seu criador têm desafiado os meus preconceitos sobre boa comida é uma moderação rude. A verdade é que eu ter abalado nas profundezas do meu ser.

    No passado, eu fiz nenhum segredo do meu desdém para o famoso slogan de Chef Gusteau de: “Qualquer um pode cozinhar”. Mas tenho notado que só agora eu realmente entendi o que ele quis dizer. Nem todo mundo pode se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar.

    Difícil imaginar mais humilde do que aqueles do gênio agora cozinhar do Gusteau, que é, na opinião deste revisor, nada menos que o melhor chef em França origens. I do Gusteau voltará em breve, com fome de mais “

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  7. Verdade, o crítico tem o trabalho mai fácil, ele não perde nada. Não foi ele que ficou horas desenhando, anos se aprimorando, tentando um lugar ao Sol, não investiu dinheiro, etc. E ele pode mudar de opinião sim, mas o problema é que ele não consegue se redimir das ofensas que fez ao artista quando ele tava começando. E outra que é muito triste no Brasil, é que só quando o brasileiro tem reconhecimento no exterior ele é valorizado aqui. To vendo isso neste post. E é indiscutível que há um “prediletismo” aos camaradas. Li aqui uma vez que um dos acima citados tinha feito a personagem mais sem graça de todos os tempos, mas agora vale a pena comprar!! Cara, não vamos ser ridículos na falta de memória dessa criatura desprezível que é o crítico.

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  8. Cara, eu te digo o seguinte: antes tarde do que nunca. Segundo, a Mara tá sendo uma das primeiras rerecomendar hqs nacionais. Ela é acida nas críticas, mas também é a mais sincera nos elogios. Não faz que nem uns outros que ficam de miguxice, diz que apoia, diz que tá bom só por causa das amizades, e fica cobrindo só que dá audiência. Demorou mas melhor hora pra ela tá divulgando isso, quero mais que mais sites divulguem e mais gente leia quadrinhos brasileiros.

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  9. resumindo: gente que desenha mal e que escreve mal existe em qualquer lugar, gente que desenha bem e escreve bem existe em qualquer lugar :-)

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  10. Eu sou da seguinte opinião.

    Julgo o quadrinho bom ou não de acordo com a qualidade que ele apresenta, não só em história e estética. Ás vezes temos alguém que descuida da estética, mas apresenta uma boa história. Não precisa ser inovador, mas tem que ser algo que prenda. Não é importa se é realista ou não, tem que ter um personagem que gere motivação e mostre virtude , o que tem sido muito escasso no cenário geral como um todo.

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  11. Do que tu tá falando Apo? Ninguém tem discutindo o que é bom ou não no mangá. O problema é a galera que paga pau pra qualquer coisa que japa faz, e ignora quadrinhista brasileiro, por mais qualidade que tenha. Enfim, é uma boa oportunidade pra você e lá e conferir, dizer o que achou, tá tudo lá, de graça, não tem mistério.

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  12. Do que tu tá falando Apo? Ninguém tem discutindo o que é bom ou não no mangá. O problema é a galera que paga pau pra qualquer coisa que japa faz, e ignora quadrinhista brasileiro, por mais qualidade que tenha. Enfim, é uma boa oportunidade pra você e lá e conferir, dizer o que achou, tá tudo lá, de graça, não tem mistério.

    Mas é assim que eu julgo qualquer obra, não vou bater palma porque é um produto nacional nem malhar o mesmo pelo mesmo motivo. Simples: ler para ter alguma conclusão sobre a obra.

    Não sei por que essa necessidade de vir com 3 pedras na mão.

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  13. eu não vi com pedras na mão. Só achei seu comentário deslocado. Ninguém disse que temos que bater palmas, muito pelo contrário. Você tá falando que julga pelo que é justo. Mas e lê, você tá lendo? foi atrás de ler essas notíciadas. Essa é a problemática. A galera que não dá importância em ler por que é material nacional. Depois que você você pode achar bom, ruim, regular. Já coisa japa o pessoal lê, por mais ruim que seja, pelo menos comenta, nem que seja falando mal. Enfim, é algo mais pra refletir e tentar mudar o comportamento do que fica discutindo em comentário.

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  14. eu não vi com pedras na mão. Só achei seu comentário deslocado. Ninguém disse que temos que bater palmas, muito pelo contrário. Você tá falando que julga pelo que é justo. Mas e lê, você tá lendo? foi atrás de ler essas notíciadas. Essa é a problemática. A galera que não dá importância em ler por que é material nacional. Depois que você você pode achar bom, ruim, regular. Já coisa japa o pessoal lê, por mais ruim que seja, pelo menos comenta, nem que seja falando mal. Enfim, é algo mais pra refletir e tentar mudar o comportamento do que fica discutindo em comentário.

    Você está querendo problematizar meu comentário. Depois diz que não está vindo com 3 pedras na mão. Sim eu leio e julgo aquilo que eu tenho em mãos, não caço somente porque é nacional ou não eu compro aquilo que está em acessibilidade no momento.

    Agora fique ai surtando que nem Soraya Montenegro.

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  15. Cara, na boa, post tem links pra história, e mesmo assim você tá aqui pra ficar de intrigar com o comentaristas. Eu falei de boa se você se doeu só mostra que sua postura crítica só é valida pro outros, não pra você. Eu vou ler as histórias, da licença.

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  16. emerson, por que tu não publica a tua história no medibang, no tapas ou no smocci. Pra mim o tapas é melhor pq já acompanho umas séries por lá. fica mais fácil de acompanhar as atualizações.

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  17. Cara, na boa, post tem links pra história, e mesmo assim você tá aqui pra ficar de intrigar com o comentaristas. Eu falei de boa se você se doeu só mostra que sua postura crítica só é valida pro outros, não pra você. Eu vou ler as histórias, da licença.

    Era o que você deveria ter feito desde o inicio.

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  18. Só que já faço ou sabichão. E só não li os dessa edição. Manjo desse concurso tem tempo, acompanho os artistas no tapas, no silent manga. De vez em quando gosto de vir aqui comentar. A diferença é que sei do que eu tou falando, e não fico de achismo barato.

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  19. Esse negócio de dizer que “artista brasileiro não tem traço bom e nem escreve bem” é balela. E agora que alguns artistas tão conseguindo ascender pelas vias independentes isso está mais do que provado. Mas acredito que os leitores são tão vítimas desse processo de apagamento dos quadrinhos nacionais (especialmente os mangás) quanto os autores. Porque as editoras não querem gastar dinheiro (seja porque não podem, seja porque não querem) com autores brasileiros. E isso se percebe quando você tem um crowdfunding para pagar artistas que produziram o Combo Rangers que saiu pela JBC em 2013.

    É das editoras que vem todo esse papo de que “não temos artistas de nível profissional” ignorando gente como a Eudetenis e o Studio Seasons embaixo dos seus narizes. São eles que fazem concursos sem premiação e sem qualquer objetivo de investir nos títulos que eles selecionaram em suas antologias. Tudo porque não tiveram a ousadia de investir em títulos nacionais porque, evidentemente, não são mercadologicamente atraentes como os japoneses: porque não precisarão gastar com artistas, nem se preocupar com prazos (salvo aqueles títulos que entram em hiato com frequência, que são evidentemente uma exceção) e têm um risco muito mais baixo de prejuízo financeiro. Por tabela, acaba que o interesse mercadológico impede que bons títulos nacionais ganhem visibilidade com o grande público.

    Fazer quadrinho dá trabalho pra caralho e manter uma produção constante é difícil pra caralho. Não à toa o Studio Seasons demorou DOIS ANOS pra concretizar Helena. Não é à toa que Quack lançou apenas 3 volumes desde o início da sua série pela Draco. Os caras que tão conseguindo fazer isso são verdadeiros heróis.

    Talvez agora seja um terreno mais seguro nacionalmente e isso faça com que essas grandes editoras finalmente comecem a olhar um pouco mais pra dentro de seu próprio país.

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  20. Eu concordo com você Israel, e tem bem mais gente que a citada. E se a gente olha fora da caixa do mangá, porra, é incrível a qualidade dos artistas, considerando o quão pouco escolas de arte que tem, e as poucas ainda não são nada baratas pro nosso padrão salarial. A uns 10 anos atrás, ninguém diria que teriamos uma cena artística tão rica. Mas editorialmente o negócio não evoluiu muito. As editoras que antes publicavam os clones dos feitos por brasileiros passaram a publicar só japão. Os artistas conseguem espaço no nicho alternativo, que não se comunica tão bem assim com esse mercado do mangá. Quem desenha em estilo mangá mesmo por aqui em sua maioria trabalha pra fora, ou vive de bicos na área publicitária. É um negócio difícil de se manter firme.

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  21. A galera fala de qualidade, mas pra ter qualidade é preciso ter feedback do público, é preciso ter a cultura de leitura daquelas obras. O Torayama antes de emplacar dragon ball fez 5 histórias diferentes para shonen jump que foram encerradas prematuramente. dr slump foi uma delas, a mais longeva, mas teve vários one shots antes disso até deslanchar. O que faz dragon um sucesso não foi só o talento do Torayama, foi a lógica da industria japonesa de investir no que tá dando certo, a partir do feedback do público. As histórias da jump são rankeadas e as que tão em baixa ou são reformuladas ou trocadas por outras. Simples assim.
    É difícil fazer isso? impresso, sem dúvidas. Em plataforma digital, é muito mais simples. Mas os caras ainda vivem nos anos 90, desconfiam dessa tal “internet”.

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  22. Agora só falta alguma editora se interessar no seu trabalho, já que você veio até meu perfil do wordpress pra postar sobre ele.

    Previsível.

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  23. do que tu tá falando maluco. É doido mermo. Me esquece mano, o que diabo eu ia fazer no teu perfil do wordpress. Eu só tou comentando no site da mara doidão.

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  24. Apareceu seus dados no meu painel de usuário, no mais como disse era previsível que fosse alguém do meio a fazer esse tipo de agitação nos comentários.

    De relance vi seu trabalho no facebook. Seu traço é agradável ao menos. Agora como pessoa você não é muito de aceitar opiniões adversas. Desde já deveria rever esse teu comportamento antes de vender teu trabalho.

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  25. Huuhauhuah. Cara, fique a vontade de visitar meus perfil, tenho um monte, deixar suas crítias, estou sempre disponível a ouvir. No mais, eu divulgo os trabalho publicados quando possível. Não agitei nada além do que a mara já tem estimulado no post, e já várias vezes não só aqui como em outros sites agitei que as pessoas dessem uma moral pra esse concurso, até tive uma discussão aqui sobre, foi até bem produtiva. se lhe incomodou não foi a intenção, mas eu acho que não é só os artistas, ou as editoras, ou empresa especializada pff que tem que levar umas alfinetadas não.

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  26. Eu simplesmente disse o que eu procuro num mangá independente da origem. Já li muito publicação nacional, mas bato na tecla acessibilidade para minha disponibilidade.

    Hq nacional não é um ramo fácil, nunca foi.

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  27. Isso é verdade cara, mas é uma realidade de mercado. Não se trata de um capricho da editora ou dos artistas. O que a gente pode fazer pra mudar tá mais na esfara cultural do que estrutural. Hoje, uma publicação nacional numa banca, só tiver um cacife muito grande. Talvez um cara como o beirut ou os irmãos cafagi já tenham a moral pra uma coisas dessas. Mas a maioria tá sendo construída, então entusiastas são muito importantes. É por isso que o mais de 8 mil é importante, é por isso que os comentaristas de portais, que são os mesmo em cada nicho, são importantes. E é nesse nível que a mara sugere para que leiamos mais. Como foi dito no post dela, mais eu reforço e coloco mais alguns:
    Tapas, Smocci, Webtoons, Medibang, o Dracomics (da editora draco), todos tem quadrinhos, em mangá e em outros estilos. E ainda remuneram os artistas pela propaganda que são exibidas lá (a famigerada monetização). Nos primeiros 4 que citei você pode criar um perfil, você recebe atualização, o sistema “marca” sua página. Você pode dar o feedback ao vivaço ao autor. É algo que a gente que tá nesse nicho tem que tomar por habito e ser intusiasta. Não é uma grande mudança, mas é algo que ajuda sim na popularização de boas obras, confie em mim. Não é legal você descobrir um artista que ninguém mais conhece? depois vê todo mundo babando e você dizer: pô, acompanho esse cara faz tempo. É maneiro. Ninguém tá pedindo pra você apoiar o que não gosta. Pelo contrário, se não gosta, não apoie, não leia. Mas encontrando algo que vale a pena, divulgue, muita gente tá rica hoje com internet nessa divulgação boca a boca. É só isso, mas nada, o seu papel já vai tar feito. A, se quiser uma sugestão, dá uma olhada nessa hq da JuliaBax, Nina e Tomas. Conheci numa pesquisa aleatória pelo tapas. É muito da hora o traço dela, e a trama em si é bem envolvente. São poucas páginas, mais se você der um tempo pra ir lá depois tá acumulado um monte. A página dela tem mais de 6 mil views. são poucos quadrinhos no Brasil que tem essa tiragem.

    https://tapas.io/series/Nina–Tomas

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  28. Vixe, altas treta.

    Só acompanho mangas, nem leio quadrinhos americanos nem nada, simplesmente porque não procuro ou a informação não chega até mim. Não tenho preconceito com nem nada, mas não estou a fim de fazer esforço e ir atrás.
    Alguém saberia me indicar algum site que tenha noticias ou simplesmente recomendações de títulos nacionais?

    Assim, não deveria ser trabalho do publico ter que procurar por si mesmo aquilo que quer consumir. Obviamente, quando se esta em um nicho isso se torna parte e funciona por um certo tempo, mas se a coisa quer crescer, é quem faz esse conteúdo que tem que se expor pras massas. Já da pra ver que tem artistas muito bons, agora são as editoras que tem que dar um jeito de tornar isso vendável pro maior número de pessoas.
    Lembro quando vi o financiamento coletivo do tools challenge, mas na época eu ainda não trabalhava e acabei esquecendo que existia, o que é uma pena, o primeiro capitulo que estava disponível online estava bem legal, talvez agora eu vá atrás.

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  29. japadk, só nada. Cara, como você falou, a gente sempre acaba tendo que ir atrás. E nem todo mangá japonês chega na banca, que dirá brasileiro. Mas cara, eu vou te recomendar o seguinte:

    No tapas.io, e no smocci, se quiser pode dar uma olhada no perfil, lá estão listados os autores que tou acompanhando:

    https://tapas.io/cirodonmonteiro

    https://www.smocci.com/colecoes/minhacaixa

    Dracomics: não tem tools challenge, mas tem Kaji o pato de graça, dentre outras (não li as outras ainda):

    http://dracomics.com/

    no site da editora draco tem os mangás e outros estilos de quadrinhos impressos com link direto pra amazon:

    http://editoradraco.com/

    no post do biblioteca brasileira dos mangás(já compartilhado pela mara) já tem listados os quadrinhos brasileiros premiados no Silent Manga Audition:
    https://bibliotecabrasileirademangas.wordpress.com/2017/07/14/studio-seasons-e-mais-brasileiros-estao-entre-os-vencedores-do-7o-silent-manga-audition/

    Uma dica também, principalmente se você for mais eclético e não lê só mangá, a assinatura do Social Comics pode valer bastante a pena. Lá fica mais fácil acompanhar, os melhores autores estão quase todos com alguma coisa publicada por lá. você pode fazer uma assinatura de avaliação por 15 dias e cancelar se não gostar (ou quiser só experimentar mesmo):

    https://www.socialcomics.com.br/

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  30. Japadk, tudo bem?

    Sou o autor do Tools Challenge. Concordo totalmente que não deve ser trabalho do leitor procurar o que quer consumir (apesar de que eu gosto de procurar bastante as coisas que consumo, e a maioria das coisas que descobri foi sozinho) mas a realidade é que não temos apoio da mídia especializada no geral.
    Um post desses no MdOM, no Chuva de Nanquim, é algo que deixa a gente tão feliz porque no geral somos sempre ignorados.
    Nosso trabalho de divulgação é exaustivo. Seja comparecendo em eventos, entregando exemplares na mão do pessoal, enviando emails, chegando nas livrarias, redes sociais, etc, etc. Mesmo quando ganhei o Silent Manga e fui pro Japão o trabalho foi ignorado pela grande maioria.

    Mas vejo que o panorama está mudando e cada vez mais estamos próximos de um mercado mais forte.
    Agradeço pelo seu comentário sobre meu trabalho, espero que procure e goste do que encontrar. Valeu! =)

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  31. Muitos bons pontos de vista sobre esse assunto.

    Talvez nao seja culpa das editoras de mangás japas no brasil, pela falta de material nacional no mercado.

    Mas a meu ver, elas também nao se esforçam para mudar esse quadro.
    O fato de generalizar dizendo que não há bons artistas no país, ( quando isso é uma inverdade) pra mim, já é o seu atestado de “to cagando e andando”.

    Enfim. A meu ver, poderiam os bons artistas esquecerem essas editoras “especialistas” e fundarem uma cooperativa, procurarem uma L&PM da vida, sei lá.

    No mais, lerei as indicacoes de publicaçoes de todos pra formar uma opiniao sobre as obras.

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  32. Apenas algo que não pode passar batido.

    Alguém comentou que não há “tradiçao nacional em criaçao de mangás”. Correto.

    E

    “O país nao tem tradiçao em quadrinhos”.
    Erro grosseiro e mentecapto, afinal Monteiro Lobato, Ziraldo, Henfil e Angeli são grandes referências no tema.

    Mais recentes enquanto “artistas do meio”, cito Hector Lima, Milton Sobreiro, Pablo Casado, Claudia Senlle, Al Stefano e mais um monte de gente foda que me foge à memória agora.

    Então assim, falemos, gritemos, cobremos e importante: pesquisemos.

    Vlw

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  33. Só passando pra dizer que o ”Mais de 8 Mil” é o melhor blog pra saber o que rolando no backstage e ver conteúdo de verdade, com opiniões reais. Tks Mara!

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  34. cirovisqui, obrigado pelas recomendações, irei conferi-las.

    Max Andrade, não esperava que o autor de Tools Challenge iria aparecer por aqui, que legal!
    Não tenho nem como imaginar como deve ser difícil pra vocês, tudo o que posso fazer é desejar sorte e recomendar suas obras. Acabei de encomendar pela amazon os volumes de Tools Challenge e Quack!, e se forem bons como muita gente fala, pode deixar que eu vou divulgar =)

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  35. Enfim, eu acho que os “mangacás” daqui deveriam desistir de tentar vender primeiro no Brasil e investir no exterior antes. Porque lá fora talvez os quadrinhos pareçam algo mais exótico, dá um ‘appeal’ melhor. Tem desenvolvedores de games indie fazendo sucesso lá fora, por exemplo.

    E pelamor, se querem chamar de mangá ao menos conheçam bem a mídia. Porque o que tem de aspirante a desenhista que só gosta de mangá de porradinha e é weabo pra cacete… (vou fazer com leitura oriental porque sim hurr durr) Que leia ao menos um mangá do Tezuka e alguns de cada década, e estilos diferentes. E porque não quadrinhos de outros países? Referência nunca é demais.

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  36. Ah e tem que manjar de roteiro também.

    Tem livros ótimos com o básico como Story, do Robert Mckee e Jornada do Escritor, do Christopher Vogler.

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  37. É o que muito da galera vem fazendo Jasque. Não só o silent manga, o própria dupla Eudetenis falou que eles tem feito mangás para “arábia saudita” lá numa entrevista para o Sergio peixoto. E mais uma porrada de cara que eu conheço que tá fazendo coisa semelhante (tanto em games quanto e principalmente desenhando pra fora).

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  38. galera peca em narrativa mesmo. Mas o mais comum que eu vejo no tapas é uma ambição uma pouco grande demais no tamanho da história. O cara programa pra fazer uma epopéia, e não tem tanta experiência assim pra isso, além do que como ele não tá sendo remunerado, sempre tem o risco de um hiato mundo grande. Era melhor o cara se focar em histórias curtas e auto contidas, talvez usando os mesmo personagens mais em histórias indepedentes, sem fazer aquela de colocar um monte de gancho pra um futuro que não vai existir. A Mara fez uma crítica dessas acertada as histórias da ação magazine.

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  39. já tinha me esquecido que Girls’ Generation foi o melhor grupo de KPOP que já existiu.

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  40. Fighter Dolls é muito melhor que Angelic Layer, muito melhor mesmo.
    Só pra registro.

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  41. jura, mara? jura MESMO que está dando certo? misericórdia…
    Não se enganem, a mara está usando técnicas de psicologia reversa… ou de placebo xD

    Galera, sem mimimi ( em especial do Cirovisqui e do Apo, que deviam resolver essa DR em off).
    Já há algum tempo que tenho pensado nisso, creio que a solução seja uma desconstrução dos mangás brasileiros, algo como sumir das mídias por alguns tempos, seja para treino técnico, seja para acabar com desgaste de imagem que sofremos com décadas de títulos ruins e projetos falidos. talvez uma pegada mais underground, sem títulos que pareçam cópias de outros da moda ou mais do mesmo.
    Acredito que não devemos ter medo de ficar no fundo do poço, esquecidos ou ignorados. Isso é até bom, seja para planejamento ou para potencializar a criatividade e inspiração do bangá.
    Pensem bem. Se editoras/leitores insistem por tanto tempo que não querem mangá brasileiro/nacional por isso ou por aquilo, não devemos insistir. Quando a oportunidade certa surgir, a coisa vai acontecer de forma natural e teremos material de qualidade.

    É isso, se valorizem.

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  42. Desculpe Mara, sou cético no que diz respeito ao mercado nacional (de mangás brasileiros). Isso tira do sério, ainda mais quando dizem que a coisa está caminhando…quando eu acho que não está. (olha eu aqui de mimimi)

    Posso ter exagerado no comentário, mas o que quis dizer é que não adianta se desesperar. O ideal é evitar superexposição de projetos que precisam se mais bem trabalhados, tanto em narrativa, história e arte.
    E não adianta se desesperar, autores, já que nossa melhor chance já foi (nos anos 2000) e está tudo dominado pelos japas. Pior que tá, só fica se vocês ficarem afobados e fizerem mais cagadas.

    A coisa toda vai ser mais interessante quando se desprenderem um pouco do excesso de referências para criar um trabalho com mais identidade.

    Cirovisqui e do Apo (mais mimimi meu), discussões acaloradas sobre os problemas que já sabemos e picuinhas aleatórias não resolvem muito e…é um saco ficar filtrando esse tipo de comentário dos que são realmente úteis.

    Reflitão.(XD)

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  43. E seu quisesse dar uma ideia pra alguma editora como faço??!!! Ou não tem jeito!!?

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