Mercado Nacional

6 mangás lançados no Brasil com subtítulos cafonas

Além de ser reconhecido por uma das melhores dublagens do mundo (quando se exclui da avaliação os otakus e a galera cult que só aceita ver legendado), o Brasil merecia também um posto no ranking de piores subtítulos de filmes. Nesse fetiche nacional que é usar títulos em inglês, as produtoras se veem obrigadas a colocar um subtítulo traduzido para o grande público conseguir entender do que se trata aquilo, e normalmente ali está o fino da tranqueira.

Nosso mercado de mangás no Brasil funciona da mesma forma: como os otakinhos começam a mandar mensagens de hate para a editora toda vez que ela traduz um título de mangá, algumas vezes as editoras optaram pelo meio termo que é usar o nome original e depois enfiar um subtítulo em português. E no post Buzzfeed de hoje, venho aqui apresentar alguns dos piores subtítulos já usados por essa indústria do entretenimento!

Maid-Sama – Sua Excelência, a Garçonete

Esse foi o mangá que me estimulou fazer essa postagem. Vi a capa dele num post da Biblioteca Brasileira de Mangás e pensei “MASQUEPORRAÉESSA???”. O nome original do mangá é “Kaichou Wa Meido-Sama”, algo do tipo “A presidente do conselho de classe é uma Maid”, mas o nome internacional do negócio é esse péssimo “Maid-Sama!”.

Imagino que o título internacional tenha sido japonês demais até mesmo para os padrões da Panini (e olha que ela enfia trocentos honoríficos em seus mangás), então colocaram um subtítulo “Sua Excelência, a Garçonete!”. Com exclamação e tudo! Confesso que sou bem inteirada nas piadas referentes a nomes variados para garçom, mas NUNCA vi “excelência” entre eles.

Blade – A Lâmina do Imortal

Essa pérola da tradução redundante foi lembrada pelo leitor Marcelo Wariss no Twitter. O nome original do mangá é “Mugen no Juunin” (segundo a Wikipedia, em português seria “O Morador do Infinito”), mas o título para exportação é “Blade of the Immortal” (“A Lâmina do Imortal”).

Quando a Conrad lançou esse mangá por aqui, ela adotou o nome “Blade – A Lâmina do Imortal” por alguma razão que parecia fazer sentido. Acho que pensaram que o brasileiro está tão acostumado a comprar algo com nome em inglês e depois um subtítulo ruim que enfiaram um “Blade” ali e pronto. E quando a JBC relançou o mangá, manteve o nome ruinzinho porque né… é como o pessoal já conhecia. Ficou então como “Lâmina – A Lâmina do Imortal”.

Utena – Uma Aventura Mágica

Enquanto não tinha os direitos de publicar Sailor Moon, alguém da JBC deve ter pensado em lançar aquele mangá lá dos anos 90 que muita gente lia a sinopse em revistas informativas, e então trouxeram Utena.

Esse mangá citado na lista é uma adaptação do filme ruinzinho da garota revolucionária, que foi lançado aqui com o subtítulo “Uma Aventura Mágica” porque… hm…. se trata de uma história com uma aventura com poderes. A JBC decidiu lançar o mangá com o mesmo nome do filme para talvez atingir o público que viu o longa, mas não sei dizer se essas 12 pessoas ficaram sabendo do mangá.

Otomen – Um Doce de Garoto

Na época que a Panini entupiu a banca com shoujos genéricos para depois sair falando que o gênero não vende, um dos títulos que aportaram por aqui foi Otomen. Talvez na tentativa de fazer esse mangá ter algum significado para os brasileiros, colocaram o subtítulo “Um Doce de Garoto” que mais parece nome de filme da Sessão da Tarde porque o protagonista gosta de fazer coisas gostosas. Não deve ter dado muito certo, vide que o mangá foi canceladíssimo e era criticado pelo próprio editor da bagaça em palestras de eventos.

Especial Rurouni Kenshin: Tokuitsuban -Versão do Autor-

 

Numa época em que colocar o nome de Nobuhiro Watsuki numa capa de mangá lembrava o sucesso de Samurai X em vez de posse de pornografia infantil, a JBC trouxe para o Brasil um mangá (bem ruinzinho por sinal) no qual o Watsuki readaptava o começo de seu mangá numa versão mais curtinha. O título foi lançado no japão como “Rurouni Kenshin Tokuhitsuban”, mas aqui no Brasil a JBC deu uma incrementada.

Assim como transformamos o cachorro quente em uma refeição mais completa ao colocar trocentos toppings, a editora saiu enfiando várias palavras para tunar o título do mangá. Colocaram “Especial”, “Tokuitsuban” (nunca entendi por que no mangá nacional ficou sem H) e um maravilhoso “versão do autor” que fez o público perguntar algo: se essa é a versão do Watsuki, o Rurouni Kenhin original era de quem?

Onegai Teacher – Uma professora de Outro Mundo

 

A lista já estava sendo encerrada aqui na redação do Mais de Oito Mil quando Marcelo Sahgo lembrou dessa grande pérola. Se eu disse que “Um Doce de Garoto” parecia título de filme da Sessão da Tarde, “Uma Professora de Outro Mundo” é digno de um Cinema em Casa, aquele finado bloco de filmes do SBT que exibia apenas os grandes clássicos do cinema B americano dos anos 80. Parabéns aos envolvidos nesse título maravilhoso!!!

Quase entrou na lista: Eu queria ter colocado na lista o mangá “Sunadokei – O Relógio de Areia” porque uma coisa sempre me deixava pistola… por que raios não colocaram “ampulheta” em vez de “relógio de areia”? Fica a dúvida.

16 comentários em “6 mangás lançados no Brasil com subtítulos cafonas

  1. brasil sendo brasil… kkkkkkkkk mas socorro, PRA QUÊ esses subtítulos toscos????

    se fossem nomes difíceis ou muito longos, eu até entenderia. mas era só deixar como maid-sama, blade, utena, onegai teacher, etc…

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  2. O mangá do Sakamoto (que não está na lista, mas poderia né?) ainda é padrão ouro no quesito títulos bosta, mesmo que o original já seja um tanto confuso para ser comercialmente vendável. Uma sugestão menos bagunçada talvez pudesse ser “Quem é Sakamoto? Sou eu!”, pra dar uma pinta de extroversão e ficar mais curtinho.

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  3. Não sei como resistiram em não colocar “Love Hina – Uma Pensão do Barulho”.

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  4. Que tal estes?

    Naruto: O ninja bagunceiro
    Sailor Moon: A guerreira lunar
    Pokémon: Monstros de bolso
    Hunter X Hunter: Os caçadores do mundo
    Boku no Hero: Academia de Heróis (parecido com a ideia do GazGabriel)

    Eu achei engraçado o da Love Hina que o cara postou.

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  5. Realmente ficou muito estranho esse subtítulo “versão do autor”. Não li o material, mas só posso imaginar que significa a ideia original dele para a obra, sem interferência de editores ou da própria Jump, como normalmente acontece.

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  6. Ó… faltou mais um: ZETTAI KARESHI – O NAMORADO PERFEITO.(Editora Conrad)

    Quanto ao lance do Blade- A Lâmina Do Imortal,há uma historinha bem curiosa: o autor do mangá,o Hiroaki Samura gostou tanto do nome que os estadunidenses colocaram no mangá(“Blade Of The Immortal”),que ele resolveu adotar como subtítulo. Atualmente,nas reimpressões do mangá no Japão a série é chamada de MUUGEN NO JUUIN – BLADE OF THE IMMORTAL.
    e há um caso único: quando eles resolvem traduzir um título para o português.Pelo menos aqui,a tradução foi literal,o que,pelo menos manteve a essência do título.Eu só posso estar falando de ICHIGO 100%(hyaku passentô),que foi publicado no Brasil,pela Panini,com o título de…100% MORANGO!!

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  7. citar Karekano foi sacanagem. O subtítulo adaptado foi muito bom (as razões dele, os motivos dela), beeeem melhor que colocar a tradução literal ou deixar apenas uma palavra que não tem nenhum sentido (karekano)

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  8. Crônicas de um samurai na Era Meiji já é meio tosqueira..

    Fica parecendo que o Kenshin é o Érico Veríssimo japonês.

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  9. Brasil mantendo sua tradição de títulos toscos para produções gringas, quem lembra do filme O Garoto do Futuro (Teen Wolf no original) com o saudoso Michael J. Fox ?

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