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México e Japão estão em um incidente diplomático… causado por Dragon Ball Super

Os animes shonen são séries que promovem a paz, o entendimento entre as pessoas e, sobretudo, o poder da amizade e compreensão, certo? ERRADO! Por trás de todas essas mensagens bonitas de esperança para a juventude, estamos falando de uma marca que vale muito dinheiro e a grana sempre vai falar acima de tudo. Um caso muito curioso que mostra isso é a briga internacional que a Toei comprou com a América Latina por causa de seu anime Dragon Ball Super.

Tudo começou quando a Toei, inspirada naquelas pessoas passivas agressivas de internet, usou suas redes sociais para mandar uma indiretona. IKIMASU ver o que falaram:

Basicamente eles falam nesse anúncio que CERTAS PESSOAS DA AMÉRICA LATINA estão planejando exibir os últimos dois episódios de Dragon Ball Super em locais públicos, e que a Toei não autorizou qualquer uma dessas exibições. Pra deixar o interlocutor com mais peso na consciência, a Toei apela para o argumento de “precisamos proteger o trabalho de trocentas mil pessoas em vários setores“.

Eu publiquei isso há uma semana no Twitter do Mais de Oito Mil, e confesso que não tinha uma opinião formada sobre o assunto. Pra mim, reles mortal que apenas está observando isso de longe sem ter qualquer contato com as coisas, me parecia contraproducente, afinal o buzz que isso gera me parece algo positivo. Me parecia até injusto a Toei querer proibir que uma série de anime reúna pessoas como aquelas que assistem em locais públicos a transmissões de jogos de futebol ou últimos capítulos de doramas da Globo. Pra mim, a Toei estava sendo meio babaca de impedir que umas cem pessoinhas curtissem de boas esse final de Dragon Ball Super.

PORÉM… eu estava errada. Não eram cem pessoas. Eram DEZENAS de MILHARES de pessoas.

Várias prefeituras do México, por exemplo, organizaram eventos em praça pública, reunindo milhares e milhares de pessoas para acompanhar esse derradeiro e genérico final da luta entre Goku e Jiren (que resumidamente tá sendo: grito > cenário explodindo > efeito computadorizado de ki > frases de efeito > mais grito > personagens tirados do cu pra dar tempo pro Goku sobreviver, nos últimos 6 capítulos).

Aqui, por exemplo, você pode conferir o vídeo incrível mostrando reunião de milhares de pessoas em países como Equador e El Salvador. É muito sensacional ver essas cenas que mais parecem imagens da queima de fogos em Copacabana, só que trocando as luzes e explosões no céu por luzes e explosões no pião gigante em CG da Toei:

Mas tal qual Goku, que tirou uma nova transformação do cu para conseguir derrotar quem estava lhe importunando, a Toei decidiu apelar para uma nova forma. Segundo o documento conseguido pelo periódico espanhol El Español (e eu achando que Folha de S.Paulo era um nome pouco criativo), a Toei simplesmente APELOU PARA O CONSULADO para impedir essas exibições.

Basicamente a Toei deve ter entrado em contato com os consulados de países como o México, e aí eles entraram em contato com o consulado japonês dos respectivos países para enviar essa bela ameaça de processinho para os envolvidos nessa pirataria coletiva. Órgãos que zelam pela manutenção das relações diplomáticas entre México e Japão… resolvendo briga relacionada a Dragon Ball.

Se essa comoção toda rolou num episódio em que nada acontece, imagina quando exibirem o último capítulo dessa bagaça? Será que a Toei processará toda a América Latina? Haverá uma Guerra entre os dois países por causa de desenho japonês? Akira Toriyama fará Zen-Oh Sama numa impressora 3D para apagar a América Latina do Universo 7? Essa trama tá mais emocionante do que acompanhar Goku vencendo o Torneio do Poder.

14 comentários em “México e Japão estão em um incidente diplomático… causado por Dragon Ball Super

  1. O mais irônico disso tudo é que o Japão ignorou o ocidente durante muito tempo com relação a popularidade de suas animações. Só com a Europa que a coisa ia meio legalmente, por aqui sempre foram distribuidoras a cuidar de seus produtos daquele jeito. Agora querem reclamar disso? Deveriam é agradecer a popularidade e aproveitar o momento, ao menos usar isso como base e aproveitar que existe esse grande interesse entre os muchachos pra imprimir dinheiro com uma divisão ocidental ao invés de representantes ao invés dessa atitude boçal.

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  2. Ué, se a exibição for por meio de um crunchyroll da vida não tem problema. Pau no cu dos japa.

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  3. O que de fato me surpreende é as cidades estarem organizando isso hahaha, achei que era coisa de ~fã pra fã~

    Não sou nenhum analista de marketing, mas acho que o buzz gerado por esses vídeos é até benéfico pro anime haha. Dragon Ball é um fenômeno totalmente anormal aqui na América Latina, pelo jeito a Toei não sabia disso nos últimos 30 ANOS.

    (Espero que tenha no 131 também, guerra à TOEI)

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  4. Se a Toei não soubesse disso tão em cima da hora, seria tão fácil de resolver…
    “Ah, vocês querem exibir em massa? Beleza, só bota uns anúncios da Crunchyroll e dos bonequinhos oficiais no meio. Ou vende o espaço para as empresas nacionais e me paga uma porcentagem.”

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  5. Bem provável que tenha o dedo da Cartoon Network nisso também pois eles estão passando dragon ball super

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  6. Engraçado a falta de gratidão da Toei, o que mais se via por aí é ódio contra o Dragon Ball Super, por parte de fãs nostálgicos do Z e dos fãs de animação de boa qualidade e traço. Agora esses grupos aqui na América ajudando Dragon Ball a ser Grande novamente sendo perseguidos, é o poste urinando no cachorro viu.

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  7. Ja vi cadas explicações absurdas sendo feitas para explicar que dragon ball não está tentando fazer lutas apelonas com força tirada do cu para atingir o publico alvo q n se importa com enredo.

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  8. Pense num arrependimento da toei de não ter mandado o episódio pra passar nos cinemas na america latina, a la champions league

    Agora já era, na próxima vez os fãs já vão estar decepcionados com o desenho

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  9. Passar nos cinemas… Aí, boa idéia, Sr. Jasque! Pelo menos com isso se obtém uma autorização oficial da produtora e se obtém uma quantificação em dinheiro para a hora em que se repartir o lucro da operação.

    Agora, as empresas do Japão são meio esquizofrênicas com relação ao uso de suas propriedades intelectuais por terceiros. Sempre escuto –me corrijam se eu estiver errado– que dentro do país eles incentivam os fanzineiros e programadores amadores de jogos, até custeando os fanzines/jogos. Já se o tal terceiro é ocidental, quase sempre ele recebe uma notificação de desistência (cease-and-desist letter), mandando parar com tudo pra não levar um processo no meio das fuças.

    Foi assim com um “remake” em 3D de “Chrono Trigger” ou uma continuação alternativa de “Streets of Rage”, que, até onde sei, seriam distribuídos _de graça_, sem nenhum lucro para seus autores. Imagino que, fossem eles japas, a Square ou a Sega iriam chegar pra eles e perguntar “Querem fazer isso… trabalhando pra nós?”

    (De novo, me corrijam se falei algo errado. É só o que li em algumas publicações por aí, que pode ou não ser verdade…)

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  10. Pra ficar completo só falta a galera gritar “Satan” trocentas vezes e levantar as mãos na Genki dama

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