MdOM Mangás – Que chegue para a p*** que pariu (Kimi ni Todôke)

Um belo dia dessa semana eu parei na banca de jornal e comprei um novo mangá que saiu. Só sabia da história por cima, mas sei que era um título bem famoso e elogiado pelos fandamn e pela imprensa especializada (pfffff), então gastei meu okane nesse mangá. E me arrependi até o último fio de cabelo. “Ai Mara, sua gorda chata, tudo que você pega você não gosta, que saco”. Mas nesse caso é diferente, minna. A história me irritou num nível que vocês não têm idéia, minha vontade era pular dentro do mangá e dar um soco na cara da protagonista. Por isso, decidi analisar esse mangá aqui no blog mostrando toda a minha insatisfação. Peço que preparem as pedrinhas e os tomates, porque tenho certeza que os fãs desse negócio não vão gostar nem um pouco dessa análise. Então, IKIMASU falar de Kimi ni Todoke – Que chegue a você.

A protagonista do mangá é essa menina de cabelo preto que sofre porque ela parece uma alma penada. Seu nome é Sawako e deram o apelido de Sadako, que é a Samara de O Chamado na Grande Nação Japonesa.

“Ai Mara, sua gorda escrota, mas o roteiro é muito original”.

Lógico que é original, nenhum outro autor de mangá teria feito uma babaquice dessas.

Ela não tem amigos porque não é comunicativa, e gostaria de ter a popularidade do garoto mais popular da classsszzzzzzz…

Ah, e parece que ele é o único que cumprimenta ela, porque todos os outros têm medo de serem amaldiçoados, então a menina começa a admirá-lo.

E agora cumprimentar todo mundo por educação virou motivo pra paixão? Vou começar a selecionar agora quem eu cumprimento, tenho medo do porteiro do meu prédio ficar gamado em mim.

Aí descobrimos que ela gamou no cara no primeiro dia de aula, que ele se perdeu e ela deu instruções. Só por ele ter sorrido e agradecido, ela já ficou encantada com a humanidade dele, sem notar que ele é o tipo de cara tapado que diria um agradecimento sorrindo até para um GPS.

Não, minna, sério, esse mangá já tá me irritando de novo. A menina comenta pra amiga dela que acha ele legal e ele ouve. Tá, aí eles começam a conversar e ele a chama pelo nome, e não pelo apelido, e ela tem seu peito enchido por uma alegria nunca antes vista porque ninguém a chamava pelo nome.

E eu achando que não tinha Bully dentro de casa, né? Nem a mãe dela a chama pelo nome?

Vai ter um teste de coragem no mato, e duas meninas começam a pensar que seria legal chamar a Samara para atuar como fantasma. A Samara ouve isso e faz o quê? Ela vai e diz “Ah, eu adoraria fazer o papel de fantasma, comprei um vestido branco mesmo e não sabia em que ocasião usar, gostaria de ajudar as pessoas.”

Deixa eu ver se a otaka aqui entendeu! A menina lamenta por se parecer uma assombração, lamenta porque ninguém quer falar com ela e se oferece para ser o fantasma do teste de coragem?

Aí ela tava lá no meio do mato como se fosse um fantasma e começou a assustar as pessoas. Ela começa a se sentir realizada porque “eles estão se divertindo”.

Ou seja, ela lamentava que as pessoas a chamavam de assombração, mas já que tá agradando todo mundo, ela se sente contente com isso? Por que ela não pega toda essa subserviência e enfia no rabo da autora?

No fim, todos descobre, e ela começa a se sentir incluída no grupo, aí as otakas gordas que não têm amigo começam a chorar e se identificar com essa tosca.

Só eu acho esse mangá um desserviço para a humanidade? Ao invés de tentar fazer com que ela se imponha e mostre o que ela pensa, preferem deixar a protagonista passiva, contente por apenas fazer o que os outros querem dela.

Aí a Samara chega molhadinha um dia na escola e duas meninas randômicas emprestam um moletom velho que elas nunca usariam para a menina, e ela fica super contente. Aí as otaka gorda vão vir me falar “que cena linda de aceitação, Mara, eu me identifico com a Samara.”

Peraí, uma pessoa agradecendo um “presente” que a outra pessoa nem gosta e deu não te lembra outra história?

Parabéns, otaka gorda e sem amigos, você se identifica com um elfo doméstico.

Agora obedece seus superiores que um dia você ganha uma meia usada.

Aí pra agradecer as grandes amizades que ela fez, ela deixou uma bebida pra cada um. E, segundo o mangá do Burajiru, ela diz “Descobri que as lágrimas… também escorrem quando estamos felizes”.

Aí enquanto a otaka gorda e sem amigos se identifica com essa história e chora, eu rio com minhas amigas que conquistei sendo quem eu sou, e não me rebaixando a elas e me sentindo inferior.

Olhaí mais uma cena clichê dos Shoujo Mangá quando o casal protagonista encontra um cão na rua, com o texto aparecendo no céu com os conflitos psicológicos da personagem.

Saca só a profundidade do papo dela: “Será que as pessoas são como os cães? Eu também gostaria de ir quebrando aos poucos… essa barreira tão espessa que há entre mim e as pessoas.”

Minha filha, se você quer fazer amizades, para de viadagem e comece a se expressar. Aliás, nem “viadagem” é, pois meus amigos gays são muito mais sociáveis e agradáveis que você.

Querida Samara, você é o tipo de pessoa que mais odeio na face da Terra.

Você fica se lamentando pelos cantos que te excluem por você parecer uma assombração, fica admirando pessoas populares e não passa de uma garota submissa aos outros. Aí vem o Jornal Nacional e diz que estão fazendo Bullying, e que essa garota vai ter danos psicológicos. Desculpa avisar que o mundo é dos poderosos e das pessoas que se impõem, e que não vai ser sempre que vai ter alguém pra te ajudar. Se você se identifica com essa protagonista de mangá, recomendo uma mudança de vida urgente para você, pois essa sua síndrome de Poliana misturada com Maria do Bairro só fará você ser uma pessoa desprezível e que será cada vez mais segregada do convívio das outras pessoas.

Kimi ni Todoke é publicado no Burajiru pela Panini e eu me arrependi de gastar R$9,90 num mangá que não agüentei chegar na metade do segundo capítulo, e olha que sempre leio tudo. E só pra avisar que esse post não foi patrocinado pela Editora JBC com o intuito de esculhambar o mangá da concorrente. Mas bem que um dinheirinho ajudaria, né minna? Como eu já disse por aqui, sou insuportável, mas não insubornável.

[Os barbudos do Video Quest também já analisaram o anime desta bagaça, pode clicar aqui e ver]

***

(Me siga no Twitter!)

(Já me curtiram no FACEBOOK?)