Mercado Nacional

Pergunta da plateia faz editores de mangás perderem o rebolado em mesa redonda

Mesa redonda de editoras de mangá é um evento chato. Depois das primeiras edições, nas quais editores sem qualquer treinamento prévio deixavam estampadas na cara seus desafetos por meio de indiretas e coices, atualmente o evento se tornou um chatíssimo press release na forma de um editor nunca muito empolgado. Estive na palestra realizada pela Japan House na quinta-feira (7) com a presença de Levi Trindade (Panini), Junior Fonseca (NewPOP), Marcelo Del Greco (JBC) e Bruno Zago (Pipoca & Nanquim) e, como sempre, me senti enrolada pelos envolvidos. Porém, é curioso como em alguns momentos uma pergunta pode desestabilizar o senso comum e a gente percebe que nem tudo são flores.

Embora sempre haja mediação, realizada pela Chibi que já havia mediado no Anime Friends, quem controla mesmo mesa redonda são os editores de mangás. Para eles suas editoras são acima de qualquer crítica, o mercado é muito receptivo para o lançamento de mais 18 shonens de lutinha e a galera está desesperada por tankos em capa dura com lombada milimetricamente alinhada. Há um bom tempo eu cubro este tipo de evento no Twitter, e minha alegria acaba sendo apenas flagrar fotos dos envolvidos porque de assunto mesmo nada se salva:

Após uma hora de bate papo de comadres, abriu-se o microfone para perguntas e eu já estava até esperando as perguntas de sempre quando Laurivaldo Klink Jr pegou o microfone. O nome pode não dizer nada para o público deste site (eu mesma precisei procurar no Google), mas ele era da Gibiteca Henfil lá pelos idos dos anos 90. O local era um point de fãs de quadrinhos e, em algum momento daquela década, eles receberam vários volumes de mangás em japonês, atraindo também os curiosos do gênero.

Após trazer o dado de que o mercado de quadrinhos no mundo inteiro não está essas coisas, e um mercado gigantesco como o italiano teve quedas monstruosas de tiragem de um ano pra cá em títulos como Tex, ele apenas perguntou: “como está o mercado de mangás no Japão e o que vocês têm de ação para trazer mais leitores de mangás no Brasil?

Os editores pararam por alguns segundos após aquela pergunta, como se não esperassem que numa mesa redonda sobre o mercado de mangás no Brasil alguém perguntasse realmente como está o mercado de mangás no Brasil.

Enquanto os editores se entreolhavam para descobrir quem ia começar a responder algo não planejado previamente, a mediadora Chibi também trouxe informações extras ao público: segundo o SEBRAE, o Brasil conta com 2 milhões de leitores em potencial (ou seja, pessoas que poderiam comprar quadrinhos/livros/etc mas que, por algum motivo, não o fazem). “É pouco né? São 200 milhões de habitantes!”, comentou Bruno Zago, confrontado com o dado estatístico.

Marcelo Del Greco, já temendo por onde esse caminho iria, reforçou que iriam focar em mangá “que é nicho” e porque ninguém teria qualquer dado para passar sobre as vendas de Marvel e DC no Brasil. Claro, afinal não é como se o próprio editor responsável por essa linha de quadrinhos da Panini estivesse a três metros de distância. O editor da JBC, uma das empresas que mais investem no digital no país, reforçou que os mangás digitais estão vendendo bastante no Japão, e que há uma mudança de consumo do público, e demonstrou orgulho de dar os primeiros passos no Brasil. Del Greco, sempre afeito a falar de tempos mais remotos, também relembrou que Samurai X e Sakura vendiam cerca de 30 ou 40 mil exemplares cada edição: “Eram números que hoje não se repetem. Se você vende 5 mil hoje é um megassucesso“.

Avisado pela mediadora sobre não ter respondido a pergunta sobre os planos de venda para alcançar novos públicos, Del Greco explicou que as ações feitas envolvem marketing, eventos de lançamentos e brindes exclusivos, tudo para atrair a fanbase de sempre e trazer novos leitores “desgarrados” que por algum motivo desistiram de ler mangás. Infelizmente ele não chegou a detalhar qual estratégia de marketing é essa que faz com que pessoas fora do mercado de mangás descubram eventos de lançamentos de mangás.

Só resumindo, eu acho que o público tem aumentado. O público leitor de quadrinhos tem aumentado de uns tempos pra cá“, acrescentou Bruno Zago, contrariando qualquer visão pessimista ou dados apresentados previamente. O editor, que também é YouTuber do canal que originou a editora, explicou que quando ele começou a ler quadrinhos ele não encontrava outras pessoas, mas que agora havia muito mais gente. Infelizmente ele não se aprofundou no que pode ter acontecido no Brasil para que, em 20 anos, as pessoas fãs de quadrinho conseguissem encontrar outros fãs, mas chuto que tenha a ver com a rede mundial de computadores e não com um aumento do público leitor. “Diariamente eu recebo comentários de gente falando que acabou de começar e pedindo indicação sobre o que ler”, relatou sobre suas experiências, “acho que vários fatores trazem leitores. Animes trazem, filmes da Marvel e DC trazem, (…) eu sinto que aumentou”.

Ao tentar demonstrar que o mercado traz novos leitores, Bruno Zago acabou expondo a grande fraqueza de todas as editoras envolvidas: beleza, vamos aceitar que todos esses fatores como filmes e animes (que nada têm a ver com as editoras) estão atraindo os leitores, mas eles vão ler o quê? Otakus que adoraram o anime de The Promised Neverland este ano não conseguiram encontrar os primeiros volumes do mangá porque a Panini havia deixado esgotar. O que recomendar para um adolescente de 15, 16 anos? Algum mangá cult de samurais custando 55 reais? Ou então recomendar para um leigo um shoujo de luxo de quase 60 reais?

Há uma urgência enorme de se renovar o público, afinal os otakus que compram hoje não estarão aqui no futuro e podem abandonar as compras no decorrer da vida, mas não há qualquer plano para atrair o público adolescente, aquele que não tem dinheiro para comprar os volumes inflacionados pelo “valor agregado” dos papéis de luxo e das capas metalizadas. As editoras nacionais, salvas algumas atitudes tomadas, age apenas na base do conformismo: do jeito que está, tá dando certo, sem qualquer planejamento a médio prazo que seja.

Talvez por isso que a gente comemore 5 mil exemplares vendidos num país com 2 milhões de leitores em potencial.

23 comentários em “Pergunta da plateia faz editores de mangás perderem o rebolado em mesa redonda

  1. Excelente crítica!! Era pra alguém ter falado na cara deles esses seus 2 últimos parágrafos… Como um adolescente sem dinheiro vai comprar edições supervalorizadas? Como vamos recomendar shoujo de luxo de 30 volumes a 60 reais cada para um leigo? O mercado de mangá aqui no BR tá cada vez mais difícil…

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  2. Que a galera não tem exatamente plano ou grana pra fazer as coisas não é exatamente novidade. Tanto é que a Panini, na safadeza, tem um comercial de TV pra promover a coleção da Espada Selvagem de Conan e em tempos passados não teve alguma propaganda de One-Punch man por SP?
    Eu ainda acho que precisavam investir em mais mangás de vida cotidiana, buscar o público adolescente / adulto que não gostam tanto assim de fantasia / porradaria / violência / putaria de sempre. Eu lembro que a Biblioteca Brasileira de Mangás publicou uma época atrás que o mangá “O Cão que guarda as estrelas” da JBC vendeu bem e gerou reimpressões. Eu acho que o caminho tá por aí.
    Se pelo menos as editoras publicassem suas tiragens e circulação de quadrinhos… mas mais de 10 anos se passaram e ninguém nem tchum, então…

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  3. Alguns pontos foram certos, porém vou comentar algumas coisas que eu li, incluindo comentários.

    A diferença de um mangá pra um outro quadrinho é que eles tem gente fungando o cangota das editoras por divulgação, o mínimo que seja. O citado cimério Conan tem mais relevância e popularidade porque é trabalhado midiaticamente. É mais fácil conhecer Conan do que Saitama.

    Quanto a reclamar do conteúdo que é publicado não adianta ficar no mimimi: o que se consome mais é Shounem Fanservice porque quem consome é um público majoritariamente maaculino. Uma vez ou outra pinta um Chorinho, uma obra diferenciada para outros públicos. Mas sacomé você quer ter lucro, você investe naquilo que vende. É natural ter mais daquele material. So haverá mais variedade para o material pouco expressivo se houver um consumo significativo evidente. Um detalhe que poderia beneficiar isso seria dados mais precisos, mas as editoras tem isso em mãos? Infelizmente não.

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  4. E aqui estamos de novo com as editoras falando merda, se achando donas da razão e culpando a tudo e a todos, mas nunca admitindo os erros q elas cometem.

    Pior q desde a saída da Betty Kodama desses eventos, parece q os editores entraram em um acordo de paz onde ninguem ataca ninguem e se protegem a ferro e fogo. Adoro o Cassius Maduar, mas na época de JBC havia vezes q no twitter ele apoiava cada merda q o Levi Trindade falava q puta merda, isso só pra exemplificar.

    Sinceramente a real é q eles n se importam, n querem novos leitores pq isso demanda um esforço e planejamento q provavelmente eles nem tem ideia de onde começar. Vide o Del Greco, esse fóssil editorial q tá a trocentos anos trabalhando da mesma maneira e mesmo vendo resultados negativos ele insiste.

    @Apo da onde q OPM é menos conhecido q Conan ? Po Conan é um troço nicho até dentro do meio das Hqs, os poucos q conhecem são velhacos q viram o personagem lá nos filmes do Schwazzenegger. A propaganda dessa parada foi simplesmente pq essas porras de coleção capa dura vende por qualquer merda. OPM ainda teve uma propaganda pela serie dublada no netflix, alem de ter sido o anime do momento q escapou da bolha otaku e atingiu alguns q n viam anime com frequencia. E se n me enganoa panini chegou a divulgar OPM com aquelas propaganda de metro escrotas pra caralho.

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  5. É curioso pensar que animes são essencialmente meio publicitários para mangás no Japão, e geralmente acontece reimpressão dos primeiros volumes se a série vai bem. Aqui não. A panini começa a vender mangás antes dos animes saírem (ainda acredito que tenham um contatinho na jump que avisa quais títulos estão para ganhar anime pra panini comprar) e quando saem, não tem mais os primeiros volumes para acompanhar o boom. Já vimos que negociar um reimpressão pode ser um processo demorado, mas uma saída mais barata não seria estocar essas primeiras edições e só liberá-las na estreia no anime? (no caso dela ganhar um anime).

    Ainda reclamando da panini, tem mangás licenciados que tem apelo pro público infantil sem nenhuma acessibilidade para tal. Yo-kai Watch a 17 reais??? Quem compra isso??? Pokémon a 20??? (podem dizer que o mangá é mais maduro que o desenho, mas é certo que uma criança que goste do anime, vendo um pikachu da vida numa capa na banca, não vá querer um). Meu primo de 6 anos ganha pacotinhos de TCG toda vez que sai com o pai só porque é pokémon.

    Focar apenas em edições de luxo num país em crise com desemprego em alta é uma coisa tão absurda que não tenho nem mais o que dizer.

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  6. Como sempre, editoras se lixando pra renovação de público. Não tem como o os potenciais leitores saberem o que é publicado se as editoras não fizerem essas obras chegarem neles e os convencerem de que valem a pena comprar e ler. Isso não é responsabilidade da imprensa especializada, dos leitores que já existem, ou de meia dúzia de influenciadores fora do nicho que recebem um pacote de mangás de vez em quando. É responsabilidade das editoras.
    Agora, o Zago achar que o público aumentou porque o pessoal com o qual ele tem contato aumentou é de doer.

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  7. “trazer novos leitores “desgarrados” que por algum motivo desistiram de ler mangás”.
    Por algum motivo COISA NENHUMA!! Quem aqui tá disposto a pagar MAIS DE 20 CONTO em um fucking volume de mangá? Esses caras tão careca de saber que o pessoal parou de comprar porque tão achando que pagar 22 reais num mangá é normal! O Brasil tá ferrado com esses caras no comando do mercado editorial de mangás.

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  8. Até aqueles álbuns de figurinha, aqueles pequeninos de vários desenhos, tem um poster nas bancas de jornal para fazer propaganda e os caras de grandes editoras não fazem UM MISERO A4 para anunciar a porra dos mangás ai não dá … Os mangá ficam socados na banca e não se vê direito todos os títulos e os lançamentos… Claro que vendia muitos mangás “antes” CLARO O MANGÁ CUSTAVA R$ 3,90 !!! Abraço a quem ler esse comentário !

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  9. “Editoras não se importam em renovar o seu público”, “Editoras estão se lixando em renovar o público”, “Saitama é mais conhecido que o Conan”, “Editores perderam o rebolado”…

    É cada pérola que aparece nesse site. Óbvio que as editoras querem novos leitores, a quem isso interessa mais que elas?

    Os “shonens de lutinha” são o que vende no nosso mercado. Depois de décadas da chegada dos mangás no Brasil, já está meio claro o que vende e o que não vai no gosto do leitor brasileiro. Claro que tem um Otaku ou outro que lê um mangá de romance ou de comédia, mas isso é esmagadora minoria.

    Conan tem dezenas de anos na Cultura POP através de livros, quadrinhos, jogos e filmes ocidentais. One Punch-Man é um personagem conhecido de desenho japonês. Não há menor comparação.

    Sobre os preços dos mangás, o mercado brasileiro foi evoluindo na direção da qualidade e não do preço. Se o mercado tivesse primado pelo preço, estaríamos até hoje no tempo do meio-tanko.

    Mensais da DC e Marvel hoje recebem acabamento melhorado de papel, capa e impressão em comparação a 5 anos atrás. O mesmo vale para mangás. O tempo do papel jornal parece ter ficado no passado.

    Quanto à precificação, parece ser uma tendência dos novos tempos de Amazon.

    O blog bate nas mesmas teclas post após post com pouca fundamentação para suas críticas.

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  10. @Apo da onde q OPM é menos conhecido q Conan ? Po Conan é um troço nicho até dentro do meio das Hqs, os poucos q conhecem são velhacos q viram o personagem lá nos filmes do Schwazzenegger. A propaganda dessa parada foi simplesmente pq essas porras de coleção capa dura vende por qualquer merda. OPM ainda teve uma propaganda pela serie dublada no netflix, alem de ter sido o anime do momento q escapou da bolha otaku e atingiu alguns q n viam anime com frequencia. E se n me enganoa panini chegou a divulgar OPM com aquelas propaganda de metro escrotas pra caralho.

    -Já começou o choro, por mais que o careca que mata tudo com um soco seja bom pergunte a uma pessoa comum se ela vai conhecer? Sejamos sinceros, Conan ainda desperta mais interesse que quaisquer nova trama Japonesa. Porque estas nem são divulgadas direito seja pera Cherarola a Neideflix e o escambau. As pessoas não procuram só o nicho qie conhece.

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  11. Talvez esteja deixando algo passar, mas não entra na minha cabeça que uma empresa comemore a venda digital de produtos de terceiros. No dia que manga digital no Brasil começar a dar um dinheiro relevante a JBC vai levar um belo pé na bunda, e as editoras japonesas vão distribuir por eles mesmo dividindo menos os lucros, já que a venda digital tem muito menos obstáculos que a distribuição física.

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  12. Só lembrando aos dois nobres baixareis q quando falo dessa do Conan ser menos conhecido é em ambito do mercado nacional e n mundial. Logico q mundialmente o Sumério e mais conhecido, visto q como o Diógenes disse e um personagem com livros.

    Agora aqui no BR Conan é nicho de nicho, nem quando saiu o filme com Jason Momoa (q é horroroso) deu uma ajudada pra vender o livro dele q relançaram na época. Conan sempre foi algo de pouco alcance visto q antes da panini botar a mão a Devir vendia um encadernado ou outro a mais de 60 reais e antes disso só lá em 1900 e bolinha quando a Abril lancava a espada selvagem de Conan.

    E esse lançamento dos capadura vem exatamente pra pegar esse nicho mais velho q é consumidor e pode bancar encadernados a mais de 50 reais. E olha q curioso essa é a mesma pauta de um dos motivos de n ter renovação de publico BR, preço caro q n trás leitor novo.

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  13. Conan do Momoa foi mal recebido mundialmente. Mas mesmo assim ainda é mais popular e conquista novos leitores mais facilmente que qualquer mangá ainda mais que em muitos casos são histórias finitas. Mas eu preciso atacar um outro gênero para favorecer o meu na visão de alguns porque meu gênero não tem atenção do público.

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  14. Por que será que a quantidade de pessoas que compram mangá diminuiu?
    Será que é pq perderam o interesse?
    Ou pq o mangá está quase o dobro do preço ou até mais do que antigamente?
    Quase todo mês tem um reajuste que aumenta 2 reais o mangá. 1 vol de GTO está 25 reais. Eles falam que vendiam 40.000 unidades por volume antigamente e que agr vendem 5000 se for um sucesso. Vamos supor que o volume seja 10 reais cada. 5000 unidades custando 25 reais te rendem 125 mil reais. 40.000 unidades custando 10 reais te rendem 400 mil reais. Quase meio milhão de reais. Brasileiro não ganha quase nada. Troca o almoço para poder jantar. Vcs acham mesmo que todo mundo tem dinheiro para para 25, 40 ou 60 reais em UM VOLUME de mangá?
    Ainda mais se for jovem. Se os mangás fossem 10 reais, o número de leitores se multiplicaria e eles iriam ganham muito mais. É foda. Comprei uns 7 volumes de Knights of Sidonia por 13 reais, mas agr tive que completar a coleção pagando 19 reais em cada. Quase me deu vontade de desistir de comprar mangá.

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  15. Eles não se importam com crescimento bruto, com ações ou com estratégias. O egocentrismo impera nessas editoras, e os editores confundem marketing do produto com marketing pessoal, transformando esses eventos em palco para promover o ego, enquanto os poucos leitores aplaudem as frases que eles soltam sempre.

    O amadorismo deles é muito bem exemplificado pelas respostas que cada um deu. Uma pergunta como essa não se responde com “eu acho que o mercado está crescendo” ou “eu recebo comentários”. Deixando de lado o fato de serem respostas mais uma vez focadas no EU (olha aí mais uma vez a confusão com marketing pessoal), essa reação dos editores é completamente inadequada -pra não dizer vergonhosa- quando se fala de marketing. Uma empresa que alcança êxito nas suas ações e estratégias responde isso com fatos, com dados palpáveis que foram resultado de uma pesquisa muito bem aplicada com o público alvo.

    Mas propaganda / marketing / pesquisa, é um investimento a médio-longo prazo, é preciso de profissionais competentes e dá bastante trabalho. Não é a cara da JBC, que é casa de meia dúzia de saudosistas que acredita que uns vídeos no instagram vai criar novos leitores. Não é a cara da Panini, que atira para todos os lados desenfreadamente e acredita que, quanto mais títulos tiver em banca todo mês, menos é necessário qualquer esforço mercadológico que vá além disso. E muito menos a cara da NewPOP, que precisa se organizar em relação a prazos primeiro para depois pensar em investir em ações. Já a Pipoca & Nanquim, apesar de ter virado editora, ainda se comporta como canal do youtube.

    Há muito tempo é essa a cara das editoras de quadrinhos do Brasil. E, enquanto elas forem dominadas por uma turma de amadores que só vive de aparências, vai continuar com essa cara por muito tempo.

    Não que eu seja um analista ou profissional melhor ou algo assim. Mas qualquer um, após ler 4 ou 5 artigos de marketing editorial, percebe que as coisas vão de mal a pior.

    E o resultado disso tudo é um ciclo vicioso:
    1. Editoras não fazem investimentos de médio e longo prazo;
    2. Público diminui;
    3. Editoras dizem que a falta de investimento é porque falta público;
    4. Público esse que se ausentou justamente pela falta de investimento.

    No fim, a culpa é de quem? Segundo as editoras, do público! Porque Del Greco, Zago, Levi e Júnior… ah… esses NUNCA ERRAM!

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  16. @ Asterisco ( **** ): problema aí é que os editores de novo, pegam exemplo de fora pra pautar mercado daqui, isso é um erro. É verdade que os mangás e quadrinhos em geral em formato digital estão vendendo mais, mas achar que isso vai se repetir no Brasil é meio besteira, o mercado daqui tem características próprias. Nem sempre o que é bom pros EUA / Japão é bom pro Brasil.

    @ Post: Sugestão de pergunta boa pros editores quando tiver outra mesa redonda: Quando as editoras vão começar a divulgar dados sobre tiragens, circulação, etc? Daqui a 20 anos?

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  17. @The Fool duvido q eles façam isso algum dia. Numeros mostram erros e como da pra ver ninguém ali admite q errou. Até hj o Del Greco jura de pé junto q Yugioh vendeu bem, sendo q o mangá saiu depois da onda do anime, tinha uma edição porca e um formato horrivel, alem do mangá ser fraco pra caramba. Tem muito mangá q gostaria de saber se ta vendendo, pois na sinceridade pelo menos 80% do q a Panini lança n me parece q vende.

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  18. @ Ken-oh: Cara, eu acho que o mercado, por estar com mais de 10 anos, já deveria ter abolido certos costumes, a editora Abril (pelo menos antigamente) e a Mauricio de Souza Produções auditam pelo IVC as tiragens e circulação.
    Hoje em dia, pra gente saber se um mangá foi bem ou não, só quando ele não ganha continuação logo ( To-love ru, xxx Holic e Tsubasa WC do Clamp, etc.) ou quando tem reimpressões ( o cão que guarda as estrelas, etc ).
    Eu acho que como empresários, a gente tem que ter uma postura mais sincera, isso a meu ver, agrada possíveis investidores. As revistas da Abril antigamente tinham vários anunciantes que ajudavam a pagar o valor de capa, como o Instituto Universal Brasileiro, Guaraná Brahma, etc. Mas só tinha investimento em anúncios porque as pessoas sabiam quanto mais ou menos vendia cada revista. “olha se tu colocar um anúncio na minha revista, a circulação dela chega em no mínimo Tantas mil pessoas.”
    Ok que temos outros problemas no meio, como os custos de impressão, a distribuição agora tá uma merda completa, mas acho que ficar escondendo dados não está exatamente ajudando. Pelo contrário.

    @ Marco: guri, sério que tu vai entrar nessa seara de mangá nacional com tua fanfic? Bicho, faz isso não, tu não sabe os problemas que tem no meio!

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  19. Caralho, o cara profissional da editora dizendo que “sente” que o mercado cresceu. Pesquisa de mercado pra que né? Que vergonha disso

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