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Estamos todos em uma relação abusiva com a Nintendo

Ser Nintendista não é fácil no Brasil, até porque envolve coisas como garimpar o preço menos abusivo e lidar com pessoas discutindo a timeline de ZeldaEnquanto a Sony e a Microsoft marcam presença no país de forma maciça, com lançamentos a preços atrativos e localização total de seus jogos AAA para o mercado nacional, o público brasileiro que busca aproveitar o Switch precisa apelar para contrabandos e se conformar com a maravilhosa tradução portuguesa de Mario Kart 8 que chama o Dry Bones de CAVEIRINHA.

Mas será que foi sempre esse descaso? (spoiler, sim) Bem, vamos para um pouco de história:

A Nintendo no Brasil (ou quase isso)

O mais próximo de termos algo parecido com a presença da Sony e Microsoft por parte da Nintendo foi em idos dos anos 90 e 2000, quando a empresa japonesa foi representada no Brasil primeiramente pela Playtronic (uma junção da Estrela com a Gradiente) depois pela Gradiente sozinha depois do divórcio. Após esse período de poucos jogos e preços caros, rolou uma sucessão de equívocos com empresas latino-americanas representando o console do Mario sempre da pior forma possível. Lembram quando, em 2011, o Zelda Skyward Sword demorou para sair aqui porque a empresa alegou “excepcionais condições climáticas”?

Após a saída em definitivo da Nintendo em janeiro de 2015 (depois de anos criando dificuldades para a compra de jogos digitais no 3DS e no Wii U, que nem ganhou uma eshop BR), os gamers passaram a ficar dependentes de compras em dólar e do mercado cinza, que decidiu enfiar dezoito facas no esôfago de quem quisesse comprar uma versão física de jogos. Era bem curioso como jogos importados de outros consoles normalmente eram vendidos a 200-250 reais no máximo, enquanto um Splatoon poderia sair por módicos TREZENTOS E QUARENTA REAIS dependendo do humor do vendedor.

Ok, podemos alegar que o Wii U foi um fracasso e não compensava importar jogos para as 6 pessoas que tinham esse console aqui, mas aí chegou o Switch e o descaso continuou o mesmo: mesmo tendo a opção de colocar em sua conta Nintendo que você é brasileiro, o console não possuía uma loja para atender aos brasileiros. É até pior: se sua conta fosse brasileira, durante muito tempo você era PROIBIDO de jogar as coisas online.

Quando questionada por jornalistas brasileiros que estavam em eventos internacionais, os representantes da empresa sempre falavam o discurso pronto de “o mercado brasileiro é muito importante”, mas nada feito de prático para resolver os problemas. Até que, há alguns meses, a Nintendo lançou a Loja Nintendo, permitindo aos fãs comprarem seus jogos digitais dentro da loja virtual do Switch através de uma gambiarra feita num site que não é acessado através da loja do Switch. Ok, já é alguma coisa e os preços estão melhores que os do mercado cinza (outro dia quiseram me cobrar 320 pelo Super Mario Party).

O presente desanimador

Na semana passada rolou em São Paulo a BGS, a maior feira de games do Brasil (não sei se a GameXp ultrapassou, não vi isso no release) e um dos grandes detalhes anunciados com grande alarde era o retorno da Nintendo após ANOS ausente no evento e no país. Será que teríamos novamente um grande estande com dezenas de consoles e seus lançament… quem tô tentando enganar? A participação da Nintendo na BGS 2018 foi apenas o patrocínio da área cosplay e uma salinha secreta para a Imprensa Gamer Especializada testar jogos que serão lançados nos próximos meses (Pokémon Let’s Go e Smash Bros Ultimate).

Imagem genérica de Smash Bros Ultimate porque não pensei em qualquer outra imagem ou montagem para colocar aqui,

Nessa última semana acompanhei muitas matérias sobre a salinha secreta, dos mais variados sites e canais, e percebi algumas abordagens distintas. Alguns sites da imprensa mais amadores mostraram uma exaltação profunda pelo convite para a salinha, com relatos quase orgasmáticos sobre a experiência da Nintendo permitir que eles tocassem em jogos inéditos por oito minutos. Essas mulheres de malandro do jornalismo gamer compraram totalmente o discurso de “o Brasil é muito importante” e acreditaram que a empresa iria tratar bem o Brasil. Alguns veículos grandes com forte lado opinativo também caíram na cilada da Nintendo: ficaram em cima do muro e apenas noticiaram as coisas ditas pela empresa como verdades que queremos acreditar.

Do material que vi e li, poucos tentaram arrancar qualquer afirmação fora do roteiro por parte dos representantes da Nintendo no continente. Em destaque aponto o vídeo do The Enemy que eles tentam “traduzir” as respostas automáticas para o público e a maravilhosa conversa publicada no Overloadr, com quotes bem desconfortáveis vindos da Nintendo.

A Nintendo aparentemente confunde “agrado” com “algo que ela não faz mais do que a obrigação”.

Estamos em 2018 e o mercado segue assim: a Nintendo não tem a menor ideia se o Switch chegará oficialmente por aqui, não arrumou uma loja BR da eshop e resolveu tudo nas coxas – jogos digitais podem ser comprados por um site ou em cartões pré-pagos nas Lojas Americanas. Claro, sem qualquer desconto porque né… são jogos da Nintendo. Além disso, os games da empresa continuam tendo zero tradução para o português brasileiro, mesmo os jogos com pouco texto. É mais fácil lançarem um Mario traduzido em sânscrito que no nosso idioma.

É o que comentei no Twitter: a relação entre brasileiros e Nintendo é como uma relação abusiva. O lado mais forte está cagando para o outro, faz promessas vazias prometendo mudanças mas a gente sabe que nunca serão cumpridas. Ela tem muitos impedimentos para assumir de vez uma relacionamento sério, duradouro e saudável.

Eu até brinquei que seria o tipo de relação abusiva que Jout Jout faria um vídeo sobre, com direito a um vídeo só para esse livro:

12 comentários em “Estamos todos em uma relação abusiva com a Nintendo

  1. O mercado brasileiro é grande mas não é tudo isso que as pessoas pensam, perdemos para vários países bem menores, inclusive o pessoal que fala porque tem legenda em tal país e no Brasil não é porque aquele país se pesquisar é mais importante para venda de jogos e diferente da Microsoft ou Sony a Nintendo não trabalha com outros produtos além dos videogames, por isso é mais difícil ela vir para o Brasil, país que tem vários problemas e a moeda está muito desvalorizada. Você está viajando com preço de 340 reais em jogos, vários deles no lançamento em mídia física no próprio ML estão por até 250 reais, é só procurar que talvez ache por menos (é caro sim mas tem umas desenvolvedoras ai que cobram isso em mídia digital em outras plataformas, pelo menos no lançamento). Tenho 50 jogos de 3DS em mídia física (e 8 de DS) em vários deles paguei super barato é só saber procurar, e também tenho digitais que comprei na eShop brasileira mesmo, para quem não sabe para comprar tem que ter cartão de crédito internacional do Banco do Brasil.

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  2. Olha concordo com grande parte do q vc falou, inclusive sou um puta critico desse metodo concervador de mercado da nintendo, realmente o q fizeram foi cagar na nossa cara. Mas deixo uma ressalva: Onde q jogos da Sony tão baratos ? Po Dragon Quest 11 tá 250 pilas na loja deles, O jogo do Homem-Aranha tá a 200 reais alem das DLCs q tão 70 , coisa barata só jogo velho e ainda sim alguns tão caro pra porra como Persona 5.
    Vc tem razão sim sobre essa filha da putice da nintendo, mas calma lá ao elogiar só em prol de afirma o ponto negativo dessa empresa de maluco.

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  3. Onde q jogos da Sony tão baratos ? Po Dragon Quest 11 tá 250 pilas na loja deles, O jogo do Homem-Aranha tá a 200 reais alem das DLCs q tão 70 , coisa barata só jogo velho e ainda sim alguns tão caro pra porra como Persona 5.
    Vc tem razão sim sobre essa filha da putice da nintendo, mas calma lá ao elogiar só em prol de afirma o ponto negativo dessa empresa de maluco.

    – Melhora isso daí: onde que jogar videogame é barato: até pra tu ter um pc modesto e aproveitar o bom da STEAM é caro.

    Vocês ainda se enganam com mercado de games. Pirateia, desbloqueia quando houver opção, compra original quem puder comprar a um preço justo. Só não cria expectativa.

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  4. Comprar games originais e como alimentar o mercado nacional de mangas: e tao caro de manter que s quem nao tem responsabilidade de um lar faz. Ou tem influencia no meio de panelinha.

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  5. Ao meu ver ser fã da Nintendo virou meio que coisa de hipster, o pessoalzinho que compra jogo importado e etc que se acha especial por continuar a jogar jogos de uma empresa que não está mais no país, tipo fã da Apple saca?

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  6. O pior de tudo é fazer uma conta canadense e não poder usar a bandeira brasileira no Mario Kart.

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  7. DQ11 paguei 180 no lançamento, edição física e junto recebi um posterzinho. A loja online é cara mesmo, no entanto, é bem mais fácil achar jogos de peso com preço baixo lá que na Nintendo, seja através de promoção ou redução permanente de preço. Além do mais, jogos que não são publicados por ela costumam ser um pouco mais caro, vide DQ11 ou Persona 5; é assim também na Nintendo.

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  8. A culpa é da Nintendo e não dos fãs. Ponto final. Muito mais enconta manter um PS4 ou um XBOX One no país.

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  9. Como nunca fui com a cara da Nintendo desde criança por achar os jogos chatos demais (e olha que tive um Nintendinho quando era pequeno), pra mim tanto faz. A Nintendo não está mais com essa bola toda desde o lançamento dos consoles da Sony e da Microsoft no mercado desde os anos 2000(o PS veio antes, graças a importação). E olha que não tenho uma marca de console favorita!

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  10. Nintendista tudo bando de lixo, console ruim, jogo pior ainda, pagando 300 em jogo, empresa que nem da suporte para o brasil direito, saiu com rabo entre as pernas e agora volta como se nada tivesse acontece, quem gosta de nintendo tem que se ferrar mesmo hesuhuesusheu

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