Review de Jogos

(Review) Black Clover: Quartet Knights até é divertido, só faltam outros jogadores

Consciente de que quem gosta de passado é museu, as empresas japonesas estão se empenhando bastante para emplacar novas séries. Se por um lado temos My Hero Academia, um sucesso de público e crítica, do outro temos Black Clover, série criada através de um novíssimo gerador aleatório de clichês desenvolvido nos porões da editora Shueisha. Após um mangá bem genérico e um anime que consegue ser mais devagar que o próprio Naruto Shippuden, agora a Bandai Namco lança no mundo inteiro o jogo Black Clover: Quartet Knights para atrair os gamers fãs da franquia. Deu certo? Em partes.

Print screen do anime foram usados para explicar esse jogo para quem (por sorte) nunca assistiu a Black Clover na vida.
Quando o jogo não oferece animações feitas exclusivamente para o game, a gente acompanha a história por essas imagens estáticas que não mexem nem a boca.

Asta versus os inimigooooOOOOOOOOOOOOssSSSSS

Black Clover: Quartet Knights tem uma história original com personagens inéditos, não que isso seja algum incentivo. A trama começa logo após o protagonista escandaloso Asta derrotar Mars, e então surge a tal moça nova que introduz uma trama bizarra com viagem no tempo. Tudo isso é uma desculpa bem esfarrapada para inserir no jogo uma versão mais nova (e sexy) de Yami, para a alegria do público que admira um homem torneado de camiseta branca justa.

Asta, Yami e Noelle em mais uma das missões de “matem todo mundo AAAA”
Não sou capaz de explicar o que está acontecendo nessa tela.

A história é o de menos e você pode até pular se não quiser prestar atenção, o jogo basicamente são missões em que você controla um personagem (acompanhado de outros controlados pelo computador). As tarefas são simples: mate todos os inimigos, mate esse chefe, mate esses dois chefes, participe desses plágios que fizemos das missões de Overwatch e por aí vai. O modo história é MUITO curto, não chega a duas horas de jogo (e olha que estou incluindo também toda a segunda história que surge no final mostrando o lado do Yami), e durante toda a narrativa você é obrigado a controlar o Asta. Sim. O Asta.

Assim como em Overwatch, os personagens da série são divididos em funções específicas. Ao contrário de Overwatch, todo mundo parece meio igual.

E daí que Asta e Yuno são co-protagonistas, nesse jogo você vai controlar só o moleque mesmo. E ele tem o mesmo dublador do anime. E esse dublador do anime dá um grito a cada… golpe… realizado. Dependendo do volume que você jogar Black Clover: Quartet Knights, é possível a polícia baixar na sua casa para fazer valer a lei do PSIU. Por sorte (?), após terminar a missão com o Asta você até pode controlar os outros personagens nessa mesma tarefa...que você acabou de terminar.

Yami deveria ser o protagonista desse jogo.

Mas aí você deve estar se perguntando: “por que eu jogaria um negócio que não dura nem duas horas e ainda tem gritos insustentáveis?”. Bem, a jogabilidade é divertida. O jogo é todo em terceira pessoa, com uma mira no meio da tela, e você tem liberdade para pular, usar golpes especiais que recarregam com o tempo, apertar botões nos momentos certos para fazer combos com seus colegas de grupo e por aí vai.

Quando sua barrinha enche, Asta emana um ki sombrio e pode ultar (nem sei como se fala nesse jogo, por isso peguei a expressão do Overwatch)
A história não faz o menor sentido.

O modo single player não é o verdadeiro motivo da existência desse jogo, Quartet Knights foi construído como uma experiência multiplayer assim como um Overwatch da vida (o que explica as missões de domínio de ponto e escolta… de cristais!?). Só que aí está o verdadeiro problema do jogo.

Alguém está aííííííÍÍÍÍÍÍÍÍÍ?????

Passa um feno pela tela

O multiplayer online de Black Clover: Quartet Knights tem apenas as opções de jogar partidas ranqueadas ou formar um grupo para uma partida rápida, preenchendo com seus amigos, outras pessoas ou bots. Só que não existe uma alma viva jogando isso. Durante uma semana, em vários momentos possíveis, eu entrava no jogo para conseguir testar o online, mas raramente encontrava um jogador. Por sorte, o jogo enfia bots caso não consiga completar um time (porque tem uns outros jogos aí que resta a você apenas esperar eternamente por uma pessoa surgir).

Como se não bastasse esse “probleminha” de não ter jogadores para aproveitar o Quartet Knights como um game online, o jogo ainda tem um grave problema técnico que te impede de conectar aos servidores. Durante muitos dias fiquei achando que estava tudo bugado, mas pesquisando na internet descobri que eu precisava fazer um “truque” para o jogo funcionar. Na imagem abaixo eu expliquei direitinho o que fazer para conseguir conectar o jogo e participar de partidas online.

Se esse erro aparecer no seu Black Clover, o jeito de resolver é zerando sua lista de bloqueios do PS4. Isso mesmo, vá na parte dos contatos bloqueados, desbloqueie todo mundo e o jogo volta a funcionar (!).

Consegui experimentar partidas online graças ao pessoal do SenpaiTV, e confesso que foi bem divertido. Segue bem o estilo de outros clones de Overwatch, mas tudo bem adaptado para o universo do anime. E mesmo sem conhecer boa parte dos personagens, eles tinham carisma e habilidades próprios que te faziam se interessar. Eu mesma adorei a Charmy, que tem um maravilhoso golpe de arremessar ovelhas nos inimigos.

As partidas online são uma zona, ou seja, gostei.
É uma frustração muito grande a jogada da partida ser de um bot.

VereditoooooOOOOOOoooo

Black Clover: Quartet Knights é um jogo competente de anime, mas pecou justamente por focar na parte online. Se você gosta de jogos online, há experiências com mais jogadores disponíveis aí no mercado, inclusive com temática de animes (vide o review que fiz do Naruto to Boruto: Shinobi Striker).

Se você gosta MUITO de Black Clover, talvez seja legal apenas para ver seus personagens lutando ao seu comando, mas também só isso. Faltou também uma forma de jogar as missões com algum amigo, seja online ou com tela dividida (aí sim, meus queridos, veríamos o caos na tela).

O jogo também tem skins, inclusive essa que deixa o Yuno como se fosse um Midoriya distópico.

Talvez para essa primeira experiência de transformar Black Clover em video game, a empresa poderia ter optado por um jogo de luta ou um apenas de missões com um modo história mais robusto.

Black Clover Quartet Knights foi lançado para PS4 e PC. A versão que usei para testar foi a de PS4.

7 comentários em “(Review) Black Clover: Quartet Knights até é divertido, só faltam outros jogadores

  1. Coitada da Mara, fez um post desse tamanho pra receber quatro comentários falando sobre coisas paralelas ao jogo. Err… quem sabe numa review do jogo do My Hero Academia?

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