Anime Friends

Anime Friends 2018 melhora estrutura, mas continua com “alma de velho”

Enquanto eu estava no ônibus para o Anime Friends, minha mente ainda com sono me lembrou do ano de 2003, época do primeiro AF. Lembrei daqueles estandes improvisados, lugares inadequados para o público e principalmente como o pessoal ávido por tokusatsu estava vibrando com as presenças (pela primeira vez no Brasil) de Hironobu Kageyama, Akira Kushida e o ator de um personagem secundário de Jiraya (até falei dos eventos dessa época nessa matéria aqui). 15 anos depois, cheguei no Anime Friends 2018 e, por mais que a estrutura tenha melhorado, o evento não conseguiu deixar de lado o espírito VELHO.

Era assim um evento quinze anos atrás

Andar pelo Anime Friends é se ver em meio a muitas pessoas novas. Grande parte do público é adolescente, ou seja, a maioria nem ao menos era nascida quando nós velhos passávamos um perrengue nos corredores apertados do Colégio Madre Cabrini na Vila Mariana. Essa galera mais nova é um sinal ótimo para a indústria, pois mostra como as séries japonesas são capazes de renovar de público, seja por novas séries quanto por novas atrações. Enquanto quadrinhos americanos sofrem com vários reboots para agradar o pessoal, em mangá sempre temos o surgimento de novas séries com novas modinhas para as pessoas mais novas.

Arrisco dizer que uns bons 40% dos cosplayers presentes no Anime Friends 2018 estavam fantasiados de alguém de My Hero Academia. Outras séries recentes como Darling in the Franxx e Haikyuu também estavam lá marcando presença. Infelizmente toda essa renovação do público esbarrou em algo: a mentalidade velha do Anime Friends.

Estande bacanudo® da JBC

Como já disse, não tenho muito o que falar da estrutura porque foi bem eficiente. Tinha um ou outro bebedouro esguichando água e afogando pessoas? Tinha. Teve auditório posicionado ao lado de palco de show? Também teve, mas são coisas que é só questão de ir acertando com o tempo. O pior pra mim é ver como o Anime Friends é todo montado para ser um retorno à infância das pessoas mais velhas, e não algo em que nostalgia e novidade convivem pacificamente.

Pelo evento haviam vários painéis de animes para as pessoas tirarem fotos nos cenários de seus animes favoritos, mas infelizmente só duas séries foram contempladas: Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball. Mesmo com Dragon Ball Super passando diariamente num horário ótimo na televisão e conquistando um novo público, tudo referente à franquia era a respeito das primeiras e nostálgicas fases. As palestras de dublagem, por exemplo, fizeram questão de chamar apenas dubladores “clássicos” de animes, ignorando o pessoal mais recente. Mesmo no painel que devia ser dedicado a Dragon Ball Super chamaram apenas o elenco do Z. Cadê o dublador do Whis, do Bills ou do Hit?

Ultraman, o herói da criançada…. dos anos 60

Andando mais um pouco também encontrávamos um gigantesco Ultraman que muitos homens tiraram fotos relembrando a infância de décadas atrás. Será que tinha algo assim para os verdadeiros jovens, que estavam lá por curtirem Black Clover ou My Hero Academia? Nadinha. Pior: a Tsuburaya nem ao menos tentou vender seus Ultras mais recentes para o público, enfiou o primeirão mesmo como o destaque do rolê. Curiosamente, o show de luta do Ultraman começava com um “sejam bem vindas, crianças” mesmo tendo em sua platéia pessoas bem mais velhas que o público alvo, além dos curiosos.

A sensação que tive é que o evento se mantém nos mesmos alicerces da primeira edição de 2003, só consertando os estandes improvisados e o local inadequado ao público. Nada contra atrações para os mais velhos, mas cadê as atrações destinadas ao público mais novo? Será que estúdios de animação como o Pierrot ou o Bones não teriam interesse em colocar ao menos um painel com os personagens de seus animes (que, aliás, estão todos disponíveis no Brasil por meios oficiais)? Ou será que o pessoal do Anime Friends só tem o zap da Toei pra pedir essas coisas?

Era bem difícil conseguir jogar My Hero Academia: One’s Justice ou o Jump Force

Uma das maiores provas da falta de empenho do evento em oferecer atrações para esse público foi ver como os estandes que arriscaram nessa pegada deram super certo. A JBC mostrou conteúdo mais recente com um painelzão do All Might pra fotos e pocket shows com a uma banda cujo repertório milagrosamente incluía músicas de animes dos últimos cinco anos (todas as outras cantaram os temas de Cavaleiros e Evangelion à exaustão). Um dos mais lotados todos os dias foi o pequeno estande da Bandai Namco, com o novo Soul Calibur e Jump Force. Ela também foi responsável por trazer o jogo de My Hero Academia, que encheu os estandes da JBC e da Crunchyroll. 

Falando em Crunchyroll, um dos momentos mais emblemáticos pra mim aconteceu durante a palestra da empresa sobre os lançamentos. Na hora das perguntas do público, um otaku super-bem-informado questionou os motivos da empresa não trazer Cavaleiros do Zodíaco para o serviço. Yuri, o gerente do serviço de streaming, fez bem mais do que avisar que Cavaleiros já está disponível dublado há anos no serviço. O responsável pelo serviço explicou como bastante público pede por animes mais velhos, mas esse mesmo pessoal não necessariamente assiste ao que pede. Ele ainda revelou dados surpreendentes de audiência, pois ficamos sabendo que até o anime das garotas cavalo dessa temporada tem mais visualizações que os incansáveis guerreiros de Atena.

Tinha até fila pra comprar mangás lançados recentemente.

Em um mundo no qual milhares de jovens brasileiros acompanham streamings no Twitch, por que a empresa não apareceu por lá? Por que não teve um canto dedicado aos e-sports, que ainda podem ser coisas relacionadas ao universo do evento? E cadê a Netflix, que passou a investir uma caralhada de dinheiro depois de ter Nanatsu no Taizai como a série mais vista de todo o catálogo? Pois é, não teve nada disso. Mas teve baseball, ringue de luta livre ensaiada e anúncio de mangá brasileiro do Jaspion (série exibida 15 anos antes do nascimento dos jovens de 15 anos que lotaram o evento).

O Anime Friends passou por uma grande evolução estética após a mudança de gestão, da Yamato para a Maru Division, mas quando vai decidir acompanhar seu público? Claro que é legal também trazer coisa antiga para agradar a galera mais velha, mas falta MUITA coisa recente. Quando vai investir na vinda de algum autor de mangá, algum ator de dorama recente ou mesmo alguma apresentação de Tokusatsu estrelada por personagens desse século? Esperamos que em breve.

25 comentários em “Anime Friends 2018 melhora estrutura, mas continua com “alma de velho”

  1. É até engraçado pensar nesse rolê da Tsuburaya porque tem um Ultraman com arte super moderna vindo pra Netflix ano que vem e um Gridman feito pelo estúdio da moda (e admitidamente SOBRE juventude) em outubro ainda.

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  2. Acho incrível como é tão difícil trazer algo atual como uma CCXP da vida. Quando eu fui na CCXP de Recife, ao menos, muitos dos stands traziam coisas atuais, que realmente eram a “moda do momento”. Era ator de série da netflix lançada um mes antes, brindes de filmes que sairiam meses depois, fotos com estandes de filmes recém lançados e/ou pertos de sair.

    Enquanto isso, vejo que em uns “Anime Friends” por aí o máximo que vejo é a JBC se esforçando em chamar atenção com uma ou outra coisa

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  3. Concordo com o que você disse sobre esse evento em especifico, mara. Mas em eventos anteriores lembro de algumas coisas mais atuais. Uns friends atrás trouxeram o autor de ikkitousen. No friends desse ano trouxeram o dublador do whis (e de mais alguem, não lembro agora)

    O problema mesmo é a maru division. Dava pra ouvir como os apresentadores AMAVAM coisa antiga. Teve um filho de deus no auditorio 2 (aquele que teve ultraman e miku) que falava sempre que tinha oportunidade sobre seu programa ‘de volta aos anos 80’ no facebook e fazia a plateia gritar quando ele gritava coisas como ‘cade as crianças adultas’. Teve uma puta exaltação a ultraman nesse evento, de uma maneira que eu nunca vi em evento algum por aqui: uma loja de hamburger tematica, um ultraman gigante, um museu do ultraman e a apresentação ao vivo lá. Porra, o pessoal esquece que ultraman AINDA ESTÁ EM ATIVIDADE. Esse ano mesmo laçou uma nova temporada.

    Aproveito que eu sei que você lê os comentários pra pedir pra você fazer uma matéria sobre o show da miku, porque aconteceram algumas coisas vergonhosas: pediram pros autores fazerem a miku cantar um tema de jaspion (olha aí a exaltação a antiguidade outra vez por parte dos organizadores) e, em certos momentos, colocaram a banda gaijin sentai pra FINGIR QUE ESTAVA TOCANDO a melodia das musicas que a miku cantava. Uns amigos disseram que exclusivamente na primeira apresentação de sexta feira uma banda tocou de verdade, e tambem houve outras musicas que nao tocaram em mais nenhum apresentação, tanto as da sexta quanto as dos proximos dias.

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  4. Um belo texto Mara. Frequentei eventos de anime de 2006 até o Ressaca 2014 e tenho certa curiosidade de ir de novo e ver como eles estão hoje, claro que é a nostalgia que faz esta vontade bater. Mesmo sem ter ido o que você escreveu define a impressão que tive com os anúncios das atrações, até mesmo Hatsune Miku é algo que foi moda muito tempo atrás e tenho a sensação de que o pessoal que organiza estes eventos sempre teve medo de ousar, e mesmo com a mudança de empresa este medo persiste. Me parece que o público para estes eventos diminuiu bastante quando converso com amigos que frequentam e a tendência é piorar quando você não foca seus esforços no maior público atual, os jovens que já devem ver até Naruto ou Bleach como coisas velhas e merecem atrações que eles curtam.

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  5. ficamos sabendo que até o anime das garotas cavalo dessa temporada tem mais visualizações que os incansáveis guerreiros de Atena

    Mas aí que tá, quem queria assistir cdz dublado, já teve a chance de ver incontáveis vezes, seja pela TV ou pelo DVD com defeito da Playarte.
    Pra ser novidade, só se tivesse legendado, já que que não teve na TV, e de certa forma nem no DVD ou no BD, afinal, as legenda desses são todas transcrições da dublagem, que não batem em nada do que tá sendo falado no idioma da cultura mais rica.

    Agora se a comparação fosse com o Ashita no Joe 2, paciência, apesar de que eu acho que falta um pouco mais de divulgação da existência do título no catálogo, além de explicarem se dá pra assistir o “2” sem ter o “1”.

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  6. Concordo com a publicação. Fora que houve uma má distribuição de atrações. Bem que podiam deixar de contratar uns cantores e trazer gente da industria de anime. Sei que todos foram para a Anime Expo, mas pega lá alguém dá trigger, da jcstaff ou algo assim (bom que eles divulgam seus patreons). Boa parte das bandas já com seu repertorio repetitivo de dragon ball e santo seya. E não adianta falar que o pessoal só quer escutar isso, porque quando o dj não sei o nome tocou aberturas recentes de animes, o pessoal gostou do mesmo jeito. Esse pessoal mais velho deveria começar a ver os animes recentes para começar a gostar ou pelo menos entender o que o publico atual gosta,

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  7. Oi Mara, seu texto seu perfeito, eu deixei de frequentar o AF tem 3 anos mas sinto muita falta, entretanto eu já não tenho muitas atrações que me interessam, exceto ir comprar mangás falta coisas que podem reunir para mostrar pra gente, e seus pontos levantados foram ótimos, vai estar no World Pop Festival também?

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  8. Mara, sua otaka velha e gorda, vim aqui pensando inicialmente representar uma PÁ de amigos meus pelos direitos de imagem na foto do AF 2003… até que eu avistei um lindo e charmoso garoto com bem mais cabelo e bem menos peso, brincando de staff do evento ali pelo meio da foto!! rsrsrs Que foto nostálgica!!!

    Não fui ao novo AF (tive vontade pelas inúmeras possibilidades de ir de graça) por pura preguiça e por já imaginar que seria exatamente como você descreveu: um evento velho com demográfico jovem.

    Ao ler seu blog e, apesar de nunca ter me encontrado com você pessoalmente (nem com seu representante careca), perceber o quanto temos de “juventude compartilhada” é sempre muito divertido… e sim, eu sei o quanto o termo “juventude compartilhada” é coisa de velho!! :)

    Abraços!

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  9. Nossa, comecei a ir no AF desde 2015, sempre estranhei porquê focam bastante nessas séries mais antigas, sempre sinto falta de coisas do momento :/ O máximo de atualização que vejo é nas camisetas e mangás, pena que não trouxeram muita coisa nova, senti que teve menos lojinhas, foi bem meh. E esse bebedouro esguichando água kkkkkkkkkk ri muito do meu namorado se molhando todo kkkk o fidamãe secava o rosto em mim ;-;

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  10. Parabéns pelo texto, otimos questionamentos.
    Realmente me assusta esse tipo de coisa, sempre ouvimos esse pessoal falar em renovar público e atrair novos consumidores e no final todo investimento vai pro fã velhaco, isso n faz sentido algum. Parece q eles só falam isso pra ficar bonito no discurso.
    A situação se agrava mais ainda com essa onda de nostalgia q vem atingindo a humanidade recentemente, q só reforca essas coisas.
    Porra ter coisas dedicadas ao 1° Ultraman cara!!?? Eu já sou mais velho q esse publico novato destacado no texto e nem eu vi essa porra, meu pai q viu isso.
    Realmente ta na hora dos caras se esforçarem mais um pouquinho nesse ponto ae, pq n adianta botar um estrutura bonita se n atende o seu publico principal.

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  11. Sou da turma que já bate cartão no AF desde 2003 e este ano em especial acompanhei minha namorada no Artist’s Alley, então estive lá os quatro dias do começo ao fim e concordo com boa parte do teu post. Embora em termos de organização o evento tenha sido muito bom, parece que as atrações acabam batendo sempre na mesma tecla, a nostalgia acaba sempre batendo muito forte. Ao menos a lista de convidados internacionais foi bem variada ao meu ver, o que foi algo bem positivo.

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  12. Achei o texto bem lúcido, gostei Mara.
    Mas acho que o buraco é mais embaixo, essa nostalgia que o povo sente não é meio que um reflexo do nosso dia-a-dia? Veja, ainda fazemos questão de assistir Chaves, desenho velho da Hanna-barbera e muitas vezes vemos remakes e reboots de coisas velhas com certa raiva (Thundercats Roar mandou oi!).
    E claro, isso não vai mudar quando o assunto é anime.

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  13. Uê no que o mercado nacional evoluiu nos últimos anos? O reflexo está aí, seus amiguinhos da JBC, Newpop, Panini e Crunchroll não tem cacife pra ampliar ou mudar isso – vou ser mais bonzinho a Crunchroll pode ser que melhore um pouco. Nem essa imprensa pós moderna vai mudar algo, é isso que as pessoas querem. Não se mexe em time que está ganhando.

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  14. Excelente texto. Eu fui nos eventos da Yamato por vários anos, o primeiro em 2006 e fui diminuindo a frequência ano a ano até que desisti. Há uns 4 anos tentei de novo e achei bem chatinho. O formato repetitivo é realmente um problema sério… O negócio é tentar contatar outras empresas e trazer mais novidades mesmo.

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  15. Acho que faltou dizer que no quesito fila e a movimentação dentro do evento foram muito melhores que no ano passado. Tudo bem que cheguei 13h nas pela primeira vez em 6 anos não peguei fila pra entrar. Ponto negativo pra alimentação esse ano que estava absurdamente cara. Como levei criança não teve jeito. Mas no geral gostei muito do formato e ano que vem estarei de novo ctz.

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  16. Algo importante que ninguém questionou: por que não teve torta na cara na mesa redonda dos editores? Justo quando o Mais de Oito Mil tem a chance de mediar o negócio e implementar a própria sugestão, ela não acontece!
    No mínimo, a Mara deve ter comido todas as tortas e sobrou para o Fábio improvisar lá no palco…

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  17. P.S.: O AF pode ter seus problemas, mas também faz milagres.

    Será que finalmente teremos matérias sobre a Crunchyroll no site de animes mangás e TV?

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  18. Já achava um absurdo alguém pagar por um evento tão ruim, mas só depois de voltar do AF fiquei sabendo do preço do ingresso de R$200. Muita pena dos otakinhos que viajaram de tão longe (ainda existem caravanas disso?) pra pagar mais caro por tudo e ficar fazendo dancinha estúpida de anime com cosplay de gato. Hoje vejo claramente que o AF é só pra criançada. Se é que sempre não foi…

    Eu tava sem óculos e não pude apreciar muito o evento. Quando cheguei no auditório pra pegar autógrafo da tia Maromba quase cumprimentei o LadyBeard, que brincava de jokenpo com a imprensa especializada… =.=””””””

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  19. Não pago 200 pratas num evento nem coleciono mangás de mais de 20 reais.

    Os eventos perderam sua essência faz tempo, assim como a imprensa que toma conta desse meio.

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  20. Nossa que estranho,a atriz de tokusatsu que veio está no último filme da toei lançado nos cinemas japoneses semana passada. Dos cinco ultras que vieram um era de 2016 Ultraman Orb. Os dois clássicos e Ultraman Tiga que passou aqui já nos anos 2000 e o Zero que teve seus filmes lançados pela Focus filme em Blue ray. Então não acho que seja só “coisa velha” assim como diz a matéria. Sabemos que este evento é comercial e infelizmente as crianças de 15 anos não são independentes finaceiramente e sim os marmanjos de 30, 40 e 50 aninhos.

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  21. Acompanhei “coberturas” em outros meios e acho que esse novo “povo” que toma conta do friends, fez um evento pra galera de 5 a 17 anos, QUE vai acompanhada dos marmanjos de 30 e 40 anos que é o público que vai deixar DINHEIRO de verdade no evento.

    Aliás, essa minha geraçao (afinal sou um véio de 30 e todos) quando vai num AF ou CCXP tornam-se as “crianças” mais pedantes e tolas do mundo.
    Duvida? Poe um cavaleiros ou ultraman num telao pra tu ver….

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