Aleatoriedades

As piores coisas que li e assisti em 2017

Ontem meu coração amargo foi irradiado por esperança e paz graças ao espírito natalino capitalista de Papai Noel, por isso escrevi o post com as melhores coisas que li e assisti durante o ano. Depois de uma audiência negativa, afinal ninguém se importa muito com as coisas boas, chegou a hora de escrever as coisas que realmente me irritaram esse ano. Claro que algumas coisas foram cortadas porque não estava a fim de passar o resto do dia escrevendo, mas aqui está o creme de la creme das piores coisas que tive contato nesse ano de 2017 (lembrando que o critério é eu ter lido esse ano, então pode ser que tenham coisas lançadas em outros tempos). IKIMASU!!!

Nijigahara Holograph (mangá – JBC)

Na minha época de faculdade de Letras, quando Leonardo Kitsune era meu senpai, durante um semestre inteiro o professor passou idolatrando o autor X. Segundo ele, o autor X era ultracomplexo, elaborado, eloquente e diversos outros adjetivo, mas eu como leitora achava o autor X apenas chato. Claro que não podia falar isso em voz alta, afinal diriam que eu não entendi, que não percebi todas as camadas de complexidade de sua obra etc. E como faculdade não serve para você ter uma opinião, e sim para você reforçar a opinião de algum crítico, lá estava eu falando na prova que o autor X era complexo e incrível. Na verdade, eu achava seu livro um saco. Contei essa história para explicar minha relação com Nijigahara Holograph. Por mais que todo mundo fale que Inio Asano fez um mangá complexo e cheio de camadas, eu achei esse mangá apenas chato e sem sentido. Prefiro mangás que falem de assuntos complexos de formas mais acessíveis (como outros do próprio Asano). Ser simples e acessível não é demérito.

Inuyashiki (mangá – Panini)

Eu já falei sobre esse mangá num post aqui no Mais de Oito Mil, mas não custa nada reforçar: Inuyashiki é um lixo por completo. O autor tenta fazer uma puta crítica social foda, mas não consegue entregar o mínimo de coerência para sua história. Claro que tem gente que vai falar que é bom e que é uma análise sobre a velhice no mundo… mas na verdade Inuyashiki é apenas um mangá hiper-detalhado que quer só mostrar umas cabeças explodindo.

Koroshiya-san (mangá – Nova Sampa)

Lançar coisas de humor japonês no Brasil é sempre um risco, ainda mais se for yonkoma (aquelas tirinhas de 4 quadros). Há duas formas de você lançar no país: ou você tenta adaptar tudo ao máximo para manter a graça ou faz apenas uma tradução literal e enche de notinhas de rodapé que matam o humor de qualquer coisa. A Nova Sampa, entretanto, pegou uma terceira via: deixou tudo com tradução literal e não explicou absolutamente nada. Koroshiya-San (cujo título se fosse traduzido seria “Senhor Matador”) parece um mangá feito pelo Google Tradutor. Com a diferença que a voz do Google consegue ainda nos divertir.

Samurai 7 (mangá – JBC)

Meio século atrás Akira Kurosawa fez o clássico do cinema japonês “Os Sete Samurais”. Décadas depois, um estúdio de animação criou uma versão steampunk muito interessante chamada “Samurai 7”. E aí decidiram ganhar um dinheirinho e fizeram o mangá. Mas como um mangá de 2 volumes pode contemplar a história complexa de 26 episódios e do background de sete samurais? Simples, eles TROCARAM TODOS OS SAMURAIS do anime por outros mais simplezinhos e fizeram uma história completamente sem graça.

Coin Laundry Lady (mangá – JBC)

Ao contrário do Koroshiya-san da Nova Sampa, esse aqui foi adaptado bonitinho. O problema é que é sem graça mesmo. Continuo sem entender como alguém pode ter lido esse mangá e pensado “nossa, vou lançar no Brasil!”.

Monster x Monster (mangá – Panini)

Quando você olha a capa e o traço, pensa que é apenas um Monster Hunter da vida. Mas aí Beth Kodama apareceu no Anime Friends e falou que seria uma história engraçada. Quando você lê, encontra apenas um título muito bem desenhado, mas com história bem ruim sobre um NEET num mundo de fantasia medieval. Tem até umas boas ideias e um mistério que te deixa curioso, mas aí você lembra que os capítulos se arrastam e já perde até a vontade de acompanhar. E a edição brasileira consegue piorar o negócio que já não era tão bom: não há qualquer glossário explicando expressões tipo “hikikomori” como se todo mundo soubesse o que é isso.

Ousama Game (anime – Crunchyroll)

Há alguns anos a JBC quando tava naquela fase de só lançar thriller lançou O Jogo do Rei, um mangá até interessante sobre um grupo de alunos que são obrigados a cumprir tarefas anônimas que são enviadas por SMS. A ideia é boa, mas a história tem trocentos mil furos e você só consegue curtir se ignorar todos eles (furos do tipo “começa a morrer trocentos alunos de forma suspeita e ninguém pensa em comunicar o que tá rolando a um adulto, e nenhum adulto desconfia das coisas”). Aí decidiram fazer um anime sobre esse negócio e conseguiram cagar totalmente: a trama agora se passa DEPOIS da história do mangá, com o mesmo jogo rolando com outros personagens. PORÉM, o plot principal ainda é sobre a trama original do mangá, que é contada porcamente através de flashbacks corridos. Se é pra contar tudo por flashback, por que não adaptaram o mangá de uma vez? Do jeito que tá é muito confuso, você não sabe quando tá no presente ou no flashback, fora que todos os alunos são tão genéricos que é capaz de você confundir até as mulheres com os homens.

Black Clover (anime – Crunchyroll)

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAA A AAAAAAAAAAAAAA. Se isso já não te desestimula, imagine ainda que se trata de uma história criada num programa de template de shonens, que gera uma trama baseada em todos os clichês que você já viu sendo trabalhados em outras séries. Só que dessa vez sem qualquer carisma e com uma dublagem insuportável.

20 comentários em “As piores coisas que li e assisti em 2017

  1. My Hero academia se encaixa onde?
    A imagem do post possui o Izuku e o mangá nem foi mencionado no texto

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  2. me identifiquei TANTO com a sua reclamação sobre fazer letras e não poder falar que o autor x é um bosta. também faço letras, passo pela MESMÍSSIMA COISA e é muito triste vc não poder ter opinião contrária à popular, se não vão falar que “vc não entendeu”.

    mesmo que inuyashiki não tenha “profundidade” (?), acho que eu vou dar uma chance. pra ser sincera, seu post sobre o mangá me deixou mais curiosa ainda sobre ele kkkkkkkkkk

    eu já não queria ver black clover antes, depois desse vídeo então… DEUS ME LIVRE.

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  3. He he, eu também não acabo me dando muito bem com os mangás do Asano, mas parece que o próprio Asano colocava Nijigahara como a melhor obra que ele escreveu.

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  4. Eu comprei o Jogo do Rei que saiu pela Jbc, nunca me arrependi tanto na vida, não li os outros que menciona, mas já não queria compra-los, agora então… Vlw me poupou de um grande desperdício de dinheiro.

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  5. Eu discordo totalmente que My Hero Academia se trate de uma história criada num programa de template de shonens, que gera uma trama baseada em todos os clichês que você já viu sendo trabalhados em outras séries. É uma visão totalmente diferente do jeito americano de ver os super heróis. E não foi dublado ainda.

    Saldo final piores/melhores 2017 foi bem + ou -.

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  6. A capa do monster x monster foi uma colagem no paint muito bem feita (sic) com as capas da série (!!!!) Eragon….

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  7. Canoa furada se confundiu

    O texto fala de BLACK CLOVER, nao de Boku no Hero

    E quando ela fala em dublagem, ela se refere a original japonesa mesmo

    (Boku no Hero foi clickbait da Mara)

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  8. “Por mais que todo mundo fale que Inio Asano fez um mangá complexo e cheio de camadas, eu achei esse mangá apenas chato e sem sentido.”

    Ler isso tira um peso do coração.
    Agora me lembro, eu perguntei publicamente para alguém me ajudar a entender, tentar explicar o que acontecia na história que eu não tinha entendido.
    Estou sem resposta.

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  9. Achei Inuyashiki excelente. Quem achou que o antagonista não tinha motivação é porque não leu o mangá de fato ou pelo menos os três primeiros volumes.

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