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Mangá Katsura/Akira poderia ser melhor… se não tivesse o Katsura

Sabe quando você tá na faculdade fazendo um trabalho em grupo, cada um faz sua parte e aí junta tudo no Google Docs? Pobres professores que precisam ler umas quimeras em formato de trabalho. Essa foi a impressão que tive ao ler Katsura/Akira, o novo volume único da Panini que reúne Akira Toriyama e Masakazu Katsura em um trabalho em conjunto. Mas não pense que se trata de uma divisão de trabalho igualitária, funciona mais ou menos com Katsura fazendo o trabalho pesado e o Toriyama fazendo a Nicki Minaj só complementando o serviço.

O mangá é composto de duas histórias curtas, alguns esboços e uma entrevista com os dois autores. Como aqui não é crítica do Chuva de Nanquim ou do Biblioteca Brasileira de Mangás, vou dar uma agilizada e resumir logo as histórias: “Sachie-chan Good!” mostra uma estudante de 14 anos sendo enviada pra um planeta distante ao lado de um lutador de 17 anos com o objetivo de salvar uma raça alienígena ameaçada por bandidos fantasiados de monstro de Shin Megami Tensei. Já “Jiya” conta a trama de Jiya, um patrulheiro galáctico que vem para a Terra fazer um CSI e acaba se envolvendo numa treta com um vampiro.

A divisão do trabalho foi a seguinte: Toriyama criou os storyboards e as ideias principais, e jogou tudo no colo do Katsura pra ele desenhar e dar umas alteradas no negócio. E foi aí que o problema começou. Sachie-chan Good tem uma ambientação muito Toriyama, até com o traço estilizado dele que o Katsura tentou imitar, mas desagrada porque Katsura tem aquele famoso problema chamado colocar-as-mulheres-em-situações-assim-meio sexuais-sem-qualquer-necessidade (vide qualquer outro trabalho do autor, como Video Girl Ai ou Zetman).

Na primeira cena, a protagonista Sachie tenta fazer um salto na aula de educação física e falha. A cena de humor então é deixada de lado para dar um close monumental na bunda da menina marcada pelo shortinho. E não pense que para por aí, pois na curta história de poucas páginas também rola cena dela saindo do banho de calcinha, umas calcinhas aparecendo durante as lutas e mais closes enormes na bunda da coitada.

“Affe, lá vem a Mara problematizando de novo, esse blog já foi melhor! Aposto que ela que viu maldade em tudo só pra ser feminazi!”

Gente, aqui não é nem questão de problematizar, é questão de bom senso mesmo. Sexualizar uma garota de 14 anos é meio horrível. E pra quem acha que foi impressão minha que vi maldade e sexualidade em tudo, nos esboços temos o Katsura comentando sobre as cenas da calcinha:

Mas a cereja do bolo do desconforto vem mesmo com Jiya, o mangá mais longo. A história é bem interessante e bem narrada, as cenas de ação são ótimas e fiquei bem presa na história. Porém, ali na metadinha, rolou a cena mais desnecessária do mundo. Jiya é um patrulheiro minúsculo que pode entrar no corpo das pessoas e controlá-las. Ele assume o corpo de um hospedeiro humano, e começa a achar fascinante as sensações do corpo.

Num belo momento, ele salva uma prostituta e ela o convida para prestar serviços gratuitamente. A ideia da piada seria mostrar ele saindo desconcertado após fazer sexo com a moça, mas não. Isso é pouco para Katsura. Em duas páginas, o autor desenhou a prostituta tirando a roupa e fazendo um generoso boquete no Jiya. Classificação de 12 anos sempre me surpreendendo.

Katsura/Akira é apenas mais um mangá que colocarei na estante pra enfeiar a coleção. Não só porque o conteúdo não me agradou tanto, mas também porque minha capa branca ficou cheinha de marcas de dedo, graças à qualidade de impressão costumeira da Panini. A impressão que tive foi que se trata de um mangá interessante, mas feito por um artista que deu uma azedada ao colocar cenas visuais gratuitas demais que não ornam com o resto. Claro que o Toriyama também não é um santo porque o nome dele tá no projeto, mas poderíamos ficar sem a parte do Katsura.

21 comentários em “Mangá Katsura/Akira poderia ser melhor… se não tivesse o Katsura

  1. Meu, que ódio que tenho desse homem.

    Acabei assinando Zetman por conta um excelente primeiro volume (sem os estupros desnecessários a absolutamente todas as mulheres que aparecem) e até hoje me arrependo de não ter pesquisado mais sobre essa criatura.

    Até fiz resenhas pistolando até não poder mais, mas mano, como uma editora BR lança algo que claramente sexualiza crianças em sã consciência? Não é como se ninguém tivesse trabalhado em cima desse texto ne?

    Como que um Toriyama me faz parceria com alguém assiiiim?????

    (e excelente post, aliás!!! :) )

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  2. Não vejo problema algum nisso. É apenas desenho, não uma criança de verdade. Ele devia ter sexualizado um pouco mais que tava pouco.

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  3. Se bem que o Toriyama também botava a Bulma em situações bem parecidas no começo de Dragon Ball, ela tendo apenas 16 anoss…

    É nê? Vejam só o que os fãs de mangás se tornaram por conta da cultura SJW. O mais contraditório da postagem ela sabia dos autores e tudo mais, então pra quem odeia tanto o trabalho deles não deveria nem ter comprado ou analisado pra começo de conversa.

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  4. Melhor sexualizar um monte de riscos num papel do que meninas de verdade, igual acontece no Brasil. Botam a filha de 6 anos pra ouvir certas músicas e acham lindo quando ela rebola.
    E nisso os defensores do Brasil e otacos defensores do Japão tem algo em comum: falam que tem que deixar sexualizar menininhas porque é “cultura”.
    Pronto falei 😤

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  5. Uma pergunta para fins de discussão (ou treta, mesmo :P)
    Vocês acham que um mangá sensualizando meninas estimula pedofilia ou serve como escape pro maluco não ir atrás de uma criança na rua? Claro que eu acho nojento mangakas fazerem isso, mas eu fico indecisa nessa questão…

    Sei lá, isso me parece aqueles debates anos 2000 que videogame de luta/tiro deixa as pessoas violentas.

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  6. Uma pergunta para fins de discussão (ou treta, mesmo :P)
    Vocês acham que um mangá sensualizando meninas estimula pedofilia ou serve como escape pro maluco não ir atrás de uma criança na rua? Claro que eu acho nojento mangakas fazerem isso, mas eu fico indecisa nessa questão…

    Já assisti e li muitas coisas do gênero e não saio por aí molestado mulheres nem meninas.

    Mas bom é isso aqui:

    https://pbs.twimg.com/media/DIhJCOhW4AEaUYc.jpg:large

    Sei lá, isso me parece aqueles debates anos 2000 que videogame de luta/tiro deixa as pessoas violentas.

    Os Otakus simpatizantes de esquerda são os novos câncervadores.

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  7. Nossa!!! Pervertices num manga infanto juvenil, com garotas mostrando calcinhas e cenas safadas. Meu Deus eu nunca vi isso antes. Q ABSURDO!!!
    Porra Mara até parece q tu n conhece a porra desse meio.

    Até parece q tu n veio pra caçar. Daqui a pouco vem um post criticando a merda do To Love-ru só por ter putaria. Essa porra já ta inserido nesse meio faz tempo, n é legal, mas quem ta nessa tem de se preparar pra essas merdas.

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  8. Cara, explorar a objetificação de uma criança é algo abjeto. Essa parada de querer justificar isso em cima de “evitar que o pedófilo concretize sua tara não há respaldo qualquer em termos de pesquisa pra isso. Explorar isso é errado vai contra a nossa cultura. Pronto, não precisa de outra justificativa. Inclusive preservar a criança que possivelmente pode ter contato com esse material. Dito isso, tanto o Akira o katsura podem erotizar a vontade em quadrinhos para a adulto que tematizem história de adultos. Deixem crianças fora disso.

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  9. “Explorar isso é errado vai contra a nossa cultura. ”
    É tão contra nossa cultura que o Brasil é um dos campeões em abusos e exploração sexual de menores
    É tão contra nossa cultura que existem músicas falando explicitamente em pegar novinhas…

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  10. Mara fale sobre o Tiago Nijiri mudando da JBC pra NewPOP! Um fato surpreendente no mundo dos mangás. Será que a JBC está falindo e ele pulou fora antes do barco afundar?

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  11. Em todo trabalho do Katsura ele desenha menininhas em situações sexuais, isso nem é novidade.

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  12. Li Video Girl Ai e adorei a história. Mas concordo que podia ter um pouco menos de nudez naquilo. Tudo bem aparecer a menina pelada de vez em quando se o tema do mangá pedir. Tudo bem umas panty shots de vez em quando, afinal saia também segue as leis da gravidade. Como muitos de vocês disseram é coisa que já existe em mangás há tempos. O problema é quando é desnecessário. Não vai acrescentar nada na história se a calcinha da menina aparecer ou “for um pouco mais larguinha porque ia ficar mais bonitinho” ou então um boquete surpresa.

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  13. Não conhecia esse mangá, seu post me vez ficar curioso para conhecer. Esse pessoal leva as coisas muito na maldade, é só um fanservice bonitinho. E o Katsura pegou até leve, considerando que ele já foi um autor de hentais…

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  14. Gente, o brasileiro já não sabe discernir o certo do errado. Parece que o avanço das redes sociais acelerou a morte dos neurônios.
    Viram a merda que aconteceu no MAM? Para mim, podem até chamar aqueles quadros pixados de arte, mas…pô, um FDP pelado no chão, só faltou a criança bater uma punheta pra ele e acharem normal pq a mãe deixou, pq é “coisa de criação” dela. Que porra de arte é essa?! Aquilo é Sexualizar!

    Vamos simplificar? Eles desenham mesmo a calcinha da garota, sensualizam e não tem desculpa, mas nessas horas se esquecem que o poderoso sr.Sousa já fez coisa pior com a turba da bônica, que na época tinha classificação indicativa livre de latejar o cabeção, digo, de dar dor-de-cabeça. Porra, Maurício!

    Esse é um dos motivos que fazer um fanzine decente nesse país é difícil. Os autores já começam o trampo no cagaço, podando a liberdade criativa. Os japas estão muito além dos brasileiros em inteligência, ainda mais em matemática. FATO. Ou você achou mesmo que eles não proíbem hentai lolicon por medo de tarados nas ruas? A porra toda movimenta significativamente a economia do país. liberdade criativa + motivação = $$$

    Obs: Em Holy Avenger tinha a elfa (semi)nua e o troglodita anão falando palavrão pra caralho. Foi a série brasileira de maior sucesso, mesmo com tanta apelação. Não tinha escândalo com menores, mas serve pra reforçar.

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  15. Mangás sempre foram assim, o que acontece é que hoje temos a geração mimimi
    Inclusive, essas situações “sexuais” sempre foram com ar de comédia. No dia que o Japão passar a seguir a agenda esquerdista até nos mangás, o mundo pode fechar.
    Quanto às histórias, são divertidas, mas nada excepcional. Por ser volume único e curto como é, acho que tá dentro do esperado.

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