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Pride – O Supercampeão é o mangá que une todas as tribos assim como Noruto

Nos últimos dias, minha caixa de entrada da rede social Facebook tem sido invadida por dois tipos de comentários: gente concordando com a falta de banheiros no Anime Friends 2017 e um pessoal pedindo para eu esculhambar o mangá Pride – O Supercampeão. Com base numa mesma imagem que viralizou em algumas redes sociais e grupos de discussão, as pessoas querem ver aqui no Mais de Oito Mil a crucificação deste mangá como autoafirmação de que o atraso de alguns anos do lançamento por parte da Nova Sampa criou algo terrível. Sinto muito, caros leitores, mas o que vocês verão aqui é o extremo oposto.

Na verdade, Pride – O Supercampeão é um dos MAIS MARAVILHOSOS mangás já publicados no Brasil, com uma série de decisões editoriais que o tornam um dos lançamentos mais sagazes e estudados das últimas décadas. Em apenas uma edição, a editora Nova Sampa mostrou que não é apenas especializada em ponto-cruz, e sim em costurar as divergências do mercado de mangás do Burajiru e criar um novo caminho. Serei obrigada a detalhar ponto a ponto sobre como Pride – O Supercampeão é um marco editorial, então IKIMASU para os motivos listados como num post do Buzzfeed!

01. PRIDE – O SUPERCAMPEÃO RESOLVEU O ETERNO PROBLEMA DE TRADUÇÃO DOS MANGÁS

Grupos de Facebook são quase como um duelo de trincheiras no qual extremistas que defendem cegamente um editora ficam atacando as ~rivais~. Um dos pontos mais criticados é a respeito da tradução, afinal a Panini sempre foi exageradamente conservadora (mantendo -chan, -kun etc) enquanto a JBC tem uma tendência mais solta (Magincorporação e Pombas na Balaia). Pensando em resolver essa divisão prejudicial à discussão, a Nova Sampa optou por lançar o mangá num formato bilíngue. Confira essas imagens que mostram a coexistência do japonês com o português:

Você curte ver tudo traduzidinho? Pois está aí! Você prefere o texto em japonês? ELE TÁ AÍ TAMBÉM! E não só Pride – O Supercampeão (esse título é uma jogada de marketing tão brilhante que não consigo não repeti-lo por completo toda vez que preciso citar) conseguiu unir o melhor da Panini e o da JBC, mas também conseguiu satisfazer até mesmo o público que sentia falta da época que Marcelinho Del Greco tomava as rédeas editoriais e pintava algumas zebras, vide esses diálogos que claramente não estavam no original e dão aquele toque de tio do pavê à publicação:

02. PRIDE – O SUPERCAMPEÃO OFERECEU UMA NOVA ALTERNATIVA DE DESIGN

Como vocês puderam ver nas imagens acima, Pride – O Supercampeão tem muito texto que o autor enfiou ali no meio das cenas fora de balão e isso é o pesadelo para a equipe que monta o quadrinho. Antigamente, o mais fácil era enfiar um quadradão branco em cima e botar o texto, mas aí acabava estragando a arte. Atualmente, editoras como a Panini e a JBC contam com um desenhista profissional que resolve isso redesenhando as parte que faltam no texto, deixando tudo mais limpo. No caso da Nova Sampa, nenhuma dessas alternativas passou pela cabeça da equipe de produção do mangá: eles deixaram o texto original mesmo e socaram a tradução em cantos diferentes… mas não sempre!

Em alguns pontos, provavelmente para testar a sagacidade do público leitor num exercício de jogo dos sete erros, eles tentaram utilizar o acertado recurso do carimbo do Photoshop. Infelizmente o jogo de descobrir onde foi utilizado o carimbo ficou no nível easy, afinal não disfarçaram muito:

03. PRIDE – O SUPERCAMPEÃO TRAZ ÀS BANCAS O ESPÍRITO DOS SCANLATIONS

O barraco mais atual entre a editora JBC e um famoso e pretensioso site de scans desandou um debate nas redes sobre quem era melhor, uma editora profissional ou fãs com o mínimo de conhecimento de photoshop? Colocando mais lenha na discussão, a Nova Sampa testou o formato de lançar Pride – O Supercampeão com um tratamento de imagem digno daquelas scans que víamos no passado. Em alguns balões, é possível ver que em vez da utilização da função carimbo para limpar a imagem (como aconteceu nos balões da esquerda), alguém simplesmente usou o pincel branco do Paint e limpou o texto do balão da direita, sem perceber que o balão não era branco:

Se não conseguiu ver, aumente o brilho da tela do seu aparelho (mas depois diminua porque isso gasta uma bateria do cão).

04. PRIDE – O SUPERCAMPEÃO É UM MANGÁ DE HISTÓRIA SUSTENTÁVEL

A trama do novo mangá é bem simples: o carinha que jogou na seleção olímpica se machucou e ficou dois anos sem jogar. Aí ele é contratado por um time no cu do Japão e tenta ser atacante sem sucesso. Daí o técnico pensa “nossa, vou botar ele então na defesa” e aí vemos muitas confusões. Você até pensa que é uma história bacaninha, até lembrar que isso tudo aconteceu no mangá/anime Hungry Heart, QUE É DO MESMO AUTOR!!! Isso sem contar que o próprio futebol exagerado é uma marca que ele requenta desde o sucesso de Super Campeões.

05. PRIDE – O SUPERCAMPEÃO ACABOU COM A POLÊMICA DE MASAMI KURUMADA

Desde que o mundo otaco é mundo, os fãs entram em infindáveis discussões pra saber se Masami Kurumada é um autor ruim que desenha apenas os mesmos rostos sempre e sem qualquer noção de proporção e anatomia. Com o lançamento de Pride – O Supercampeão, a barra foi colocada tão alta que o Kurumada não conseguiria enfrentar nem se desse um duplo twist carpado. Seguramente Pride – O Supercampeão é um dos mangás com traços mais impreciso já publicados aqui!

Além dos personagens terem a mesma cara, como se todos fossem o Ditto tentando imitar um jogador de futebol, o autor toma várias liberdades anatômicas ao retratar os jogadores de corpo inteiro: eles sempre são parrudos demais e a cabeça diminuta de menos.

Na foto a seguir, quase todos os personagens têm sérias deformações. ATÉ MESMO A BOLA, QUE DEVERIA SER REDONDA, NÃO CONSEGUE MANTER SUA PROPORÇÃO:

É por esses e outros fatores que Pride – O Supercampeão é um mangá imperdível. A história é bacaninha e surreal, o mangá é divertido de ler e essas decisões editoriais transformam o título num manual do que não deve ser feito numa publicação de quadrinhos.

26 comentários em “Pride – O Supercampeão é o mangá que une todas as tribos assim como Noruto

  1. Acho que isso foi obra de algum concorrente que não quer a volta da Nova Sampa. Me recuso a acreditar que uma editora, por menor que seja, lance algo assim.

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  2. Eu vi esse mangá no AF e quase comprei… não entendi se era uma nova versão de Captain Tsubasa, se era um spinoff ou se o autor desenhava tão mal quanto

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  3. Eu consegui segurar o riso durante o post, mas quando chegou na anatomia dos personagens eu tive que rir. Mesmo sendo desenhos, tudo que me vem a cabeça são aqueles personagens de massinha em desenho antigo. Tipo Pingu.

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  4. POR INCRIVEL QUE PAREÇA: esse post me fez pensar em comprar o koroshiya-san da NovaSampa… Quando me falaram pensei que iria estar bem pior…

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  5. isso só pode ser trollagem…
    ok que traço shounen não tem a prioridade de ser bonitinho, mas esse aí exagerou viu?

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  6. YAHAHHAHAHAHAHAHA!!! Meu Deus q sensacional.
    Como q isso vai pras bancas ? Como ?
    O traço do Yōichi Takahashi é o menor dos problemas do manga, e se alguem esperava traço bom com certeza n sabia onde tava pisando. Agora essas barbeiragens por conta da editora é vergonhoso demais. Blz a Nova Sampa ser pequena e ter tido mo problemão com a parte de mangas, mas isso já chega a ser ridículo. YAHAHAHAHA!!! Pior q eu ia comprar só pela zueira, mas depois dessa vou passar longe. YAHAHAHAHAHA!!!

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  7. Eu poderia dizer que é ótimo a Nova Sampa estar tentando se colocar no mercado de mangás, que para uma primeira vez neste mundo foi um bom começo… SE ISSO FOSSE DIGNO ATÉ MESMO DE INICIANTES.

    Mas com esses comentários da Mara até que fica fácil encarar todos esses problemas que existem neste trabalho com um tom de humor. E só assim para isso ficar bom.

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  8. ESSA PORRA VAI VIRAR UMA RARIDADE NO FUTURO, É MELHOR VOCES JÁ COMPRAREM O SEU, E PUTAQUEOPARIU, Q MANGÁKA MAIS BOSTA ESSE, O CARA NAO SABE NEM DESENHAR MANO. PORQ NAO FEZ IGUAL AQUELES Q COPIAM FOTOS FAMOSAS DE BASQUETE. E PUTAQPARIU PORQ TO COM O CAPSLOOCK LIGADO.

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  9. Oi td bom ? Eu comprei esse mangá no anime friends desse ano pq achei que era uma continuação de super campeões.. vc pode me esclarecer pf se esse mangá tem alguma coisa a ver com o original super campeões ??

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  10. Pingu é a melhor animação de todos os tempos, fácil. E junto com O Fantástico mundo de Beakman, é o único programa infantil decente.
    Pingu Rulez. Ever.
    Alias, off topic, TV Cultura, traz de volta o Pingu, caramba……

    Enfim. Sobre o Pride…
    [ironic mode]Olha, é vanguardista, é bonito, é bem traduzido, editorial surreal, um preço interessante e é de uma tremenda pilantragem, ser lançado assim, pela editora cara-de-pau, hahaha.[/ironic mode]

    Agora sério. É muita coragem, falta de vergonha ou descompromisso puro e simples, pra lançar um mangá assim.
    Não é possível. Desse jeito, ou é falência ou é desmoralização comercial. O que vier primeiro…

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  11. Putz, agora que percebi que a Mara perdeu a oportunidade de fazer algum trocadilho prassódia com a palavra Orgulho (Pride em inglês)

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  12. Agora a Sampa tá vendendo 3 mangás por 9,99, dava na duvida se valia a pena comprar.

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