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Os piores mangás que li em 2016

Pronto, ontem já fiz minha boa ação do ano. Já falei bem de autores estrangeiros, brasileiros, já estimulei o mercado nacional, agora é a hora de vestir aquele chifrinho de diaba (que eu tô guardando pra ficar em casa no próximo carnaval vendo Netflix) e anunciar quais foram as piores leituras de mangá que tive esse ano. Não quero mais falar bem, quero poder criticar todos os mangás que fizeram as viagens de ônibus serem mais sofridas e as filas de espera mais longas. IKIMASU para os piores mangás que li em 2016!

Especial Rurouni Kenshin – Tokuitsuban – Versão do Autor – & Knuckles (JBC)

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Um belo dia, Nobuhiro Watsuki deve ter recebido uma ligação da Shueisha (não foi Skype porque sabemos que ele é avesso a aparecer): – Watsuki, dá uma pausa aê no seu mangá do Frankenstein que ninguém dá bola e escreva uma releitura de Samurai X valendooooo. E assim, munido provavelmente de impaciência, falta de memória e vontade de corrigir trabalhos corridos do passado, Nobuhiro Watsuki fez uma tragédia em forma de mangá de dois volumes. Essa tal versão do autor, lançada na Grande Nação Japonesa para aproveitar o hype do filme live-action, é uma atrocidade com traço ruim  e leitura travada (sério, ler aquilo de uma vez vai te causar sérios problemas psicológicos). Samurai X é um mangá legal (mas com defeitos visíveis), a Sakabatou de Yahiko é aceitável, Busou Renkin é bem mediano e, por fim, a versão do autor de Samurai X que a JBC lançou esse ano não deveria ser usada nem para forrar a gaiola do seu papagaio.

21th Century Boys (Panini)

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Ano passado lembro de ter mencionado que eu não tava curtindo muito o desenvolvimento de 20th Century Boys. Pois então, rolou um time-skip e as coisas mudaram esse ano, porque o mangá foi ladeira abaixo em questão de qualidade. Que chato isso de um avanço no tempo estragar com algo que tava legal, né? Aliás, o 21th Century Boys é particularmente ruim, superando as tranqueiras da reta final do 20th Century Boys concluindo a história do jeito mais absurdo possível e enfiando um antagonista que o autor tirou obviamente do cu. Como se não bastasse isso, a Panini ainda fez uma puta pompa para anunciar 21th Century Boys como se fosse um título ineditão, sendo que nada mais é que o final de um bagulho que tinha perdido a mão já no terceiro time-skip.  Vocês não me enganam mais, nunca mais caio nessa coisa de “o Urasawa tem mangás sem enrolação” depois de 20th Century Boys.

One Piece pós-Time Skip (Panini)

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Vou relembrar o que falei no post de ontem: eu não acompanho nem anime direito porque não curto dublagem japonesa e também não acompanho por scans, então o que estou falando aqui é sobre o que a Panini já lançou. Eu gostava de One Piece e achava a história legal e tudo mais (mesmo que os fãs tenham me apedrejado porque eu falei que One Piece era apenas bom, e não a nona maravilha do mundo). No entanto, depois do time-skip o mangá começou a ficar bem difícil de acompanhar. Na verdade é um problema que eu vinha percebendo desde meados de Water 7: o Oda é uma pessoa muito criativa, e cria coisas muito criativas. O problema é que ninguém bota um freio nesse homem, e ele quer colocar todas as coisas criativas no quadrinho para mostrar o quanto ele é criativo. E isso faz com que a arte de One Piece seja extremamente poluída. Somada ao fato que ele usa poucas retículas, cada quadrinho de One Piece é garantia de três laudas de texto explicando as sandices criadas pelo Oda e mais cidades, figurantes, animais, personagens e tudo mais num grande Onde Está o Wally. Isso porque nem tô falando da anatomia péssima dos personagens femininos (nem é apelativo, é torto mesmo). Fora que a história sempre está ficando cada vez mais épica para nos surpreender com os *DOOOOON* que já nem sentido mais está fazendo. É botar um flashback com algum personagem otário morrendo que todos os leitores já querem canonizar o autor. One Piece está muito complicado, uma pena.

Henshin Mangá #2 (JBC)

henshinmanga2

Não sei se foi problema de curadoria falha ou se foi pelo nível dos trabalhos esse ano, mas a antologia dos vencedores do BMA da JBC foi de uma tristeza sem tamanho repleto de histórias bem ruinzinhas nas quais só uma ou outra se salvam. Pior do que ver as histórias claramente ruins foi ver os jurados sempre elogiando e justificando as coisas com as mesmas referências de “se inspirou em Akira Toriyama” . Por sorte pelo menos um dos jurados levou a premiação a sério e teceu críticas decentes aos quadrinhos que eles publicaram.

One-Punch Man (Panini)

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Eu fui enganada pelo hype e não tenho vergonha de assumir. Comprei o primeiro volume de One-Punch Man e achei meio mediano, e deixei de lado. Reli o volume antes de decidi comprar o dois e, naquele dia, achei graça das coisas, aí comprei. Fui comprando os volumes até que me perguntei o motivo de continuar lendo aquilo, afinal eu não tava entendendo o propósito daquilo. Como piada, o negócio parou de funcionar pela repetição. Como ação, o mangá é ruim justamente porque está preso na piada que foi repetida à exaustão. Não digo exatamente que é um mangá ruim, como já falei de outros títulos, apenas acho que não é pra mim que não fico contemplando a arte do desenhista e nem acho graça de um humor repetitivo.

E esses foram os piores do ano pra mim. Como tudo é questão de opinião, é normal que você ache esses títulos maravilhosos ou tenha odiado os que sugeri. Depois de constatar essa obviedade, agora o Mais de Oito Mil entra de recesso e volta só no ano que vem, até mais!

16 comentários em “Os piores mangás que li em 2016

  1. Eu tambem cai no hype do OPM, quando lançaram o anime falavam que era a coisa mais engraçada do mundo! Mas eu mal consegui esboçar um sorriso. Eu criei mta expectativa achando que iria rir, mas acabei me decepcionando pois nos meus outros mangas (dos quais eu nao esperava comédia) eu acabei rindo muito.

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  2. Ai Mara deixa de ser invejosa, se não gosta faz melhor então. Se não gosta pelo menos respeita. Você caiu no meu conceito. Menos um seguidor

    Pronto, já bati o ponto pelos chorões.

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  3. OPM, eu só assisti ao anime e o que me prendeu foram os coadjuvantes que são muito mais interessantes que o Saitama.
    Nem cogitei dar meu dinheiro pra Panini em troca desse mangá.
    Century Boys era minha alegria bimestral. Lia amarradão e achava foda pra caralho, mas a periodicidade me fez parar de ler no volume 7. Continuei comprando e agora nas férias da faculdade parei pra ler desde o início. Chueguei no vol 15 e parei… Tentei vender e não consegui. Levei num sebo e troquei pro um monte de hq antiga que jamais vão ser republicadas ou já foram a preços nada módicos.
    One Piece, parei de ler em 2011. Percebi que a história já não me atraia como antes. Disse para mim mesmo que um dia voltaria a ler, mas o Oda é que nem a mina do Ynuyasha: NÃO SABE QUANDO PARAR!
    No primeiro BMA

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  4. O problema d@ Mara é que ela comete dois crimes: ofensa (comum em muitos posts dela) e anonimato (para fugir da responsabilidade do primeiro). Mas para fazer uma crítica bem feita, ela não comete um crime mais que comum no Brasil que é o uso de pirataria :p

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  5. “o Urasawa tem mangás sem enrolação”
    Enganado não, fosse foi trollado. Certeza quase absoluta de que todos que disseram isso estava te sacaneando.

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  6. Como assim One Punch Man é ruim? Só porque no seu pais só saiu quatro capítulos? No Japão foi um monte e a história está bem mais avançada. É só procurar que você acha. E de graça – no Japão é publicado de graça oficialmente.

    E humor repetitivo? você só foca no Saitama? A história vai além dele se quer saber. Tem um monte de herói, um pupilo dedicado e vilões que são derrotados por um soco, mas antes ainda rola alguma coisa.

    PS: http://imgur.com/68z9a2p

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  7. Não achei nenhuma análise sobre os animes q vc citou relevante. Ficou parecendo mais q vc não entendeu a mecânica e a singularidade de cada autor. Vc quer q as obras sejam do seu jeito, o q nunca vai acontecer.
    Acredito sim q muito dos animes q vc citou tenham muitos problemas, mas isso q vc reparou foi no mínimo bem desnecessário.

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  8. Cara, meio que defedendo Urasawa. Eu li por scan, não sei se o scan salvou alguma parte da história, mais vá lá. A questão é que a indústria do mangá tem uma lógica de que o autor não manda realmente no rumo da história. O editor é que interfere muito. Os personagens, a forma como eles são caracterizados, é de total controle do autor. Mas a história o editor interfere diretamente. Pra citar um exemplo fácil, os famosos torneios são um recurso que a Jump usa toda vez que cai a popularidade de um mangá. Então acho que houve um peso do editor na forma como aquela história foi esticada. A narrativa do Urasawa é impecável do início ao fim, pena que o conteúdo desandou. Nem lembro quem realmente era o Amigo.

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  9. Mara, nunca comentei antes, mas, parabens pelo Blog,m te acompanho a algum tempinho já… Bem, eu não posso falar dos outros mangás pq, eu não li nenhum que não fosse One Piece, estou na edição 55 e em breve chegarei na 62, questão de uma ou duas semanas (poxa, trabalho pra caramba e o PS4 é ciumento, além de ter de dar atenção pra esposa… a leitura fica lenta assim), enfim, fico triste que você que é formadora de opinião não esteja curtindo o mangá, principalemente, pq eu estou curtindo muito…! Mas, respeito sua opinião, fica tranquila não vou deixar de ler o Blog.

    Boa sorte, um ótimo 2017 pra você!

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  10. Quanto a One Piece pós time-skip: já aviso que a criatividade do Oda continua sem controle, mas ainda tem excelentes momentos, especialmente após o fim do próximo arco (Punk Harzard), só que ainda faltam uns trocentos capítulos pra chegar lá.

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  11. @cirovisqui
    Dizer que a narrativa do Urasawa é impecável, e de qualquer outro mangá longo não apenas dele, é exagero. Não é tão perfeito, ele como qualquer outra tem que pensar em como continuar a história a cada semana.
    No caso dele até onde se sabe os editores não interferem tanto. Eles são sempre importantes, mas ele não é um caso que só faz o que o editor dita. As histórias dele poderiam ser melhores, mais bem feitas, mais bem amarradas, com menos defeitos, se ele se dedicasse a uma de cada vez. Que eu lembre ele sempre publica duas séries simultâneas. Há limites para o que qualquer “gênio” pode conseguir nessas condições.

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  12. Mara, notei que Fate/stay night, da Panini, não entrou nem entre os melhores, nem entre os piores. Você nem chegou a ler ele ou só achou esquecível demais pra entrar em qualquer uma das listas? O fato de terem podado as cenas pornôs da visual novel que inspirou o mangá contribuiu pra isso?

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  13. Eu incluiria “Bleach” desde o fim da Saga dos Arrancars, mas acho que esse gibi já e “hors-concours”. Pra mim, parece um “Dragon Ball Z” um pouco mais elaborado, com a diferença de, em vez de o herói vencer o vilão na base do “meu raio é maior que o seu”, a vitória se dar com a seqüência FULANO: “Tenho o poder de coisar o bagulho!”/ BELTRANO: “Pois meu poder é justamente ser imune ao seu poder!” (e mata/nocauteia o Fulano). A unica maneira criativa de vencer uma briga de que me lembro nessa fase foi o vilão estourando os próprios tímpanos pra escapar da voz hipnótica do Capitão Sei Lá Quem.

    E as histórias hiperalongadas não ajudam. Sei que isso é mais culpa dos editores, mas não me deixa mais simpático ao problema.

    Na verdade, só estou comprando por causa da minha curiosidade infantil de ver “qual o poder secreto do Beltrano” e porque só vejo à venda em ediçôes embaladas em plástico e, portanto, não dá pra abrir e ler na loja. E vou revender assim que completar.

    (P.S.: Pra falar a verdade, o único mangá “shonen” que li que se preocupava majoritariamente com soluções criativas pra combates foi o “Samurai X” {*}. Nesse quesito, o gibi americano ganha de goleada.)

    {*}Teve a primeira metade do “Evangelion” também, vá lá… Mas os combates se tornam acessórios na segunda metade. O que não é ruim, notem bem. Minha reclamação é quanto às histórias centradas em lutas que justamente se descuidam delas.

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  14. OPM eu vi o anime e estou comprando o Mangá. eu gosto, acho divertido. Acho que tem alguns personagens interessantes. vamos ver onde vai terminar isso.

    20th e 21th century boys eu concordo. estava gostando muito da história mas o final é uma maluquice absurda e sem sentido. TAL QUAL Monster. baita história mas não sabe terminar … (acho que vou vender os dois …)

    o resto eu não leio nem me importo

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