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Análise: Dragon Ball Z – A Ressurreição da Fanfic Ruim

(Pode ler que não tem spoiler)

E aí, minna! Para a matéria de hoje eu saí do conforto do meu quarto quentinho com meu travesseiro em tamanho real do Gendo Ikari pra ir às ruas acompanhar a estreia do novo filme de Dragon Ball Z aqui no Burajiru. Como ninguém estava comovido nas ruas, afinal nostalgia por Dragon Ball não é o mesmo que Copa, fui logo assistir à bagaça pra dar minhas opiniões sobre o longa. Vamos lembrar que essa é a primeira vez que DBZ será criticado no Mais de Oito Mil, então muitos de vocês imaginam que será uma análise de uma fã daquelas que tentava imitar a Videl nos exercícios de voo quando era mais nova, né?

ERRAAAADO! Pra começar, já aviso que o filme é uma bomba com o padrão Toei de qualidade. Sério, vocês esperavam algo de bom de uma empresa que fez Sailor Moon Crystal e Cavaleiros do Zodíaco Ômega? A história do filme é aquela coisa simples que só serve como justificativa para juntar um punhado de personagens para lutas rapidinhas: um general do exército do Freeza chamado Sorbet veio à terra e ressuscitou seu líder supremo (afinal, pra quê ser o atual dominante do universo quando você pode ressuscitar teu chefe que te humilha?). Freeza volta à vida e então pensa “eu vou aproveitar minha nova chance e ir caçar uns planetas aí bem longe da Terra” “preciso voltar à Terra e me vingar da pessoa que fez picadinho de mim”.

Tradução: Eis todos os personagens que ganharam 30 segundos de cena de ação solo
Tradução: Eis todos os personagens que ganharam 30 segundos de cena de ação solo

Mas como Freeza vai derrotar Goku? Obviamente com uma saída que os roteiristas tiraram do cu: o vilão pensa “eu nunca treinei na vida porque sou foda, vai ver a saída é a meritocracia”, aí ele passa seis meses treinando antes de vir para a Terra com todos os funcionários que sobreviveram à explosão de Nameku-sei e ao filme do irmão do Coola. Cabe aos Guerreiros Z enfrentarem essa nova (e tediosa) ameaça. Cabe mesmo?

Como o próprio cartaz do filme já entrega (ou seja, não é spoiler), está faltando um pouquinho de gente nesse filme. Tudo bem, eu não tô pedindo que Yamcha e Chaos ganhem tempo em cena, mas a Terra conta com guerreiros fortes como Goten, Trunks e Majin Buu… e eles ficaram de fora. Usaram uma desculpa de “não trouxemos os meninos porque vai saber né” e pronto, é como se não existissem. Sem contar o pecado mortal de não colocar o Mister Satan no longa, né. Enfim, o grupo dos heróis que luta contra Freeza é composto por Piccolo, Gohan com roupa de ginástica, Mestre Kame (que teve um inexplicável upgrade de força), Tenshinhan, Kuririn e Jaco. Peraí… quem é esse cara? Sim, além de incluir no filme Bills e Whis (que vieram do filme anterior), a Toei enfiou o personagem principal do mais recente mangá do Toriyama, “Jaco the Galactic Patrolman”. Legal é que quem não acompanhou esse mangá fica perdido quando citam coisas da história e até uma irmã mais velha da Bulma, a Tights (rly, Toriyama?).

Qual a necessidade disso?
Qual a necessidade disso?

O problema do filme é que a galera não tem mais o que contar e ficam fazendo mágica pra surpreender a gente. Inventam evolução nova (e cafona) do Freeza, inventam um novo estágio do Super Saiyajin que supera qualquer outro estágio do Super Saiyajin (e que por sua vez superava qualquer outro estágio…). Na verdade, o problema é bem mais embaixo e está na forma como o Toriyama terminou a série. No final de Dragon Ball Z, Goku está tão forte e tem aliados tão poderosos que, para se fazer uma história, precisa de um antagonista tão incrível quanto ele. Mas a própria “mitologia da série” já torna tudo isso inverossímil, afinal ele derrotou o cara mais poderoso do universo, o robô mais poderoso criado pelo homem e a personificação da maldade. Provavelmente o Toriyama fez isso sem querer, mas o final de Dragon Ball só torna possível dois tipos de história subsequentes:

1- Colocar um vilão mais forte (a opção mais desafiadora, pois não vamos acreditar que exista alguém assim ainda. O Bills no filme passado já foi uma forçação de barra)
2- Colocar alguma limitação nos poderes do Goku e fazê-lo enfrentar pessoas mais fracas (que é o que aconteceu no nosso ~amado~ Dragon Ball GT)

A impressão que tive vendo o filme é que ele mais parece uma fanfic. Os personagens não estão agindo da forma que agiam na série (ou mesmo no último filme), a inclusão de novos poderes sem qualquer justificativa nos deixa com cara de WTF e um pequeno detalhe no final do filme dá a entender que o roteirista nem ao menos se deu ao trabalho de ler a série. E quer saber a pior parte? Dragon Ball Super vai seguir essa linha. Veja por sua conta e risco.

18 comentários em “Análise: Dragon Ball Z – A Ressurreição da Fanfic Ruim

  1. Também sou fan de DBZ, mas eu também achei o filme muito ruim. São inúmeros defeitos que nem daria pra listar tds aqui. É uma pena, mais um caso de filme em que o trailer é melhor q o próprio filme.

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  2. Isso me lembra de te pedir uma coisa… FAZ UMA CRÍTICA SOBRE AQUELE FILME EM CGI DOS CAVALEIROS, POR FAVOR!!!

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  3. @Jack do lost, é uma imagem do Aécio ligando pra Dilma pra ela fazer alguma coisa sobre a maneira como os senadores brasileiros estão sendo maltratados na sua visita a Namek

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  4. “Colocar alguma limitação nos poderes do Goku e fazê-lo enfrentar pessoas mais fraca”

    CDZ foi por esse caminho na saga de hades e agora em soul of gold.

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  5. “É bem triste ver o que estão fazendo com Dragon Ball…. T^T”

    Knight Undyne, e é o que os fãs imploraram pra fazerem.
    Basta ver as zilhares de fics com ssj 5, 6, 7…

    Agora aguentem.

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  6. Então o filme anterior (Batalha dos Deuses) é melhor que isso aí. Obrigado Mara por fazer me economizar o ingresso.

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  7. So eu que estou achando o jeito de escrever da mara meio diferente Depois dessa volta do blog?

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  8. Toei é tão vagabunda que apenas troca a cor da transformação mais simples. Anos e anos vendo fan-art de um SSJ 5 com cabelos brancos que ia até o calcanhar…

    Reboota logo essa merda e mente que o Toryama está envolvido.

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  9. Coisas desse tipo tem sido popular ultimamente, não?

    No mais, Jojo mostrou como se requenta coisa véia direitinho. Sem falar nos inúmeros Hokutos da vida.

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  10. Quem realmente conhece Dragon Ball, não poderia esperar outra coisa. Não culpo Toriyama por isso. Se te pagam para produzir cópias do seu próprio trabalho, quem vai recusar?
    Todos nós sabemos que o que Toriyama tinha pra contar de Dragon Ball, terminou na saga Freeza, o próprio editor confessou isso recentemente. Acho até, que no seu íntimo,Toriyama tenha terminado a série bem antes disso.

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  11. Se aposentassem o Goku até que dava pra continuar a história com alguma dinâmica.

    Ao menos que usem a desculpa dele ficar fora por uns tempos que tem em toda saga, aproveitar que agora vai ser série de tv.

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  12. Mara, faça como o Toriyama e dê ao seu publico o que ele quer: TRAGA DE VOLTA O “Afinal, o que querem as otakas” 8D

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  13. não tem nada de errado com bills batalha dos deuses e dragon ball super .-. só o renascimento do freeza que forçaram muito,pois teve muita coisa que tiraram do cu,o aumento de força do freeza,que passou 6 meses treinando e superou poderes que o goku demorou anos pra alcançar,agora sobre os personagens não tem nada de errado.Bills não foi forçação por que ele é um DEUS DA DESTRUIÇÃO,todos 12 universos tem 1,os poderes que eles terminaram dragon ball z podiam aumentar e muito,e é oque ta acontecendo no dragon ball super.problema de fanboy é esse mesmo,apesar de eu preferir dbz,é inegavel que dbs é uma continuação fiel e que melhorou muita coisa em relação ao dbz,tem uma história bem mais elaborada e detalhada,e vilões,sagas e personagens tão bons quanto.A saga do batalha dos deuses no dbs ficou tão boa quanto o filme,até melhor.A saga do gold freeza ficou forçada e meio merda igual o filme.E depois disso dbs começou a ficar incrivelmente melhor e bom,só sendo muito fanboy de dbz pra n admitir q dbs até ultrapassa dbz em algumas coisas…

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