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Diário Sailor Moon S01e02 – Saiba quem foi o primeiro eliminado

Estamos de volta com a cobertura do melhor reality show das editoras de mangá do Burajiru (talvez por ser o único): o Diário Sailor Moon da JBC. Esse programa, assim como a Ação Magazine, dispensa periodicidade e se concentra em mostrar os bastidores da JBC a respeito da produção do mangá de Sailor Moon, que só não será a mais arrastada do século porque ainda temos o Hansel e Gretel da Newpop em produção desde a década passada.

Utilizando o método Site dos Cavs de homeopatização de notícias, o grande piloto dessa nave louca Cássius Medauar continua comandando a equipe de mangás nas pequenas decisões do dia a dia. Quem vai pegar a imunidade?  Vai ter show internacional do Ricardo Cruz na piscina em forma de cetro lunar? Será que Analy vai vetar a borda da capa? IKIMASU ver o capítulo de hoje!

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AGORA O PROGRAMA TEM UMA ABERTURA COM O NOME DOS PARTICIPANTES!!!!! Aguardo já o próximo capítulo com um girinho rápido dos anunciantes, que pagarão uma cota nacional de 2 milhões para anunciar no segundo maior reality shows de otakus do mundo (segundo porque ninguém deve se lembrar do America’s Greatest Otaku, que eu já cobri nesse post).

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O sempre sensual Medauar convocou todos os guerreiros para a sala e começou o programa. Quer dizer, quase todos eles, porque teve uma pessoa da equipe que ficou ali no canto sem olhar para a câmera. Seria porque ele estava compenetrado enviando o email diário para o Togashi pedindo o retorno do Hunter x Hunter? Vamos dar um zoom e descobrir o que ele estava fazendo.

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O mundo é cruel para quem não veste a camisa da empresa.

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E o primeiro anúncio da JBC: o tradutor será o Arnaldo Masato Oka!!!!

A não ser que o tradutor seja alguém que não saiba o idioma original (bjos Briggs), não vejo muita necessidade de anunciar isso. Seria tipo o Peter Jackson reunir uma coletiva de imprensa para anunciar que a Lucimara será a faxineira dos sets da próxima trilogia baseada em um livro de 100 páginas que ele produzirá.

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E o segundo anúncio da JBC: o mangá não vai sair esse ano.

Claro que não vai sair, eles querem continuar mantendo o sucesso desse Reality Show por mais tempo, tipo quando o Sílvio Santos colocou mais 4 participantes na Casa dos Artistas pra render mais. E com o sucesso, eles podem conseguir realizar o grande sonho da equipe: convencer a Globo a colocar o Kitsune no próximo Medida Certa. Não estou ofendendo a aparência do Kitsune-Sama, ele continua lindo e com o sorriso contagiante, mas vamos fazer uma forcinha para perder esse físico de relacionamento estável?

Medauar também contou que quer deixar umas 5 edições prontas antes de começar a lançar, o que é uma indireta no bem para as editoras que anunciam os títulos assim que os japas mandam um email falando que confirmaram a compra do título.

Ao contrário do primeiro programa, que contou com cenários variados e várias cameos, dessa vez eles gravaram tudo com a webcam embutida de um notebook, então a imagem não varia nunca. Para não deixar o post chato para os leitores, passarei a inserir outras coisas ilustrativas, como vídeos e fotos.

Medauar então contou sobre o processo de aprovação das páginas. Eles mandaram os arquivos por email, os japas olharam e mandaram arrumar. Aí eles arrumaram, mandaram pros japas e eles pediram uma prova impressa. A JBC enviou essa amostra, eles olharam a comparação com o arquivo deles e falaram “beleza, agora vamos mostrar pra Naoko”. Aí a véia fez umas correções e BELEZA, as páginas do primeiro volume tão aprovadas.

Agora imagina, você não faz um sucesso desde 1990 e é obrigada a acordar todo dia e conferir se tão imprimindo o cabelo da sua protagonista com a cor que te agrada com provas de editoras do mundo todo. Você acha que a Naoko faz isso?

E agora vamos falar dos nomes.

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Enquanto Medauar e os guerreiros ficam discutindo quais são as melhores opções para nomes na brincadeira, os leitores nos comentários do Youtube começaram as brigas de verdade. Destaquei a comentarista Bruna, que usa um português bonito e acentuado para uma visão quase Guilhermebriggana de “vocês precisam aprender coisas novas” como se mangá fosse para disseminar a cultura da Grande Nação Japonesa, e não ser apenas uma história em quadrinhos para entreter. Minna-san, essas coisas de aprender coisas funciona como curiosidade, não na base do “vai ser em japa para você aprender novas culturas e ponto final”.

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(Gincana de última hora: descubra o que é e o que não é montagem na foto anterior)

E esse foi o lixo de novo episódio do Diário Sailor Moon. Esperamos que nos próximos eles apareçam em provas degradantes, competições acirradas e algumas cosplayers tomando sol na piscina do andar superior da JBC só para atrair a audiência.

44 comentários em “Diário Sailor Moon S01e02 – Saiba quem foi o primeiro eliminado

  1. Queria comprar Sailor Moon, mas aprendi que comprar drogas é pecado, e não quero morrer.

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  2. Se fosse para comprar sailor moon eu compraria ela do jeito que a autora liberou originalmente para o meio internacional:
    Serena Tsukino
    Amy mizuno
    ETC e tal

    Motivo: mesmo não agregando acaba agregando material
    Ex: sabia que a esposa do imperador Romano Diocleciano era Serena?
    Sabia que Serena veio da palavra sereia? Que por acaso eram servas de Posseidon? E por isso que atacaram na História Odisseia Ulisses (este acaba matando um dos filhos de Posseidon. Esse é o motivo)

    ISSO é mais informação que poderia ser tirada de somente “Usagui Tshukino” (que não é nada mais que “coelho na lua” que é uma mera historia de criança do Japão antigo. Que tem tanta importância quanto saber quando éramos criança que a lua “poderia ser” de queijo

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  3. O Medauer (to cagando pra como se escreve isso) ficou parece o Serjão Tankian de cartola.

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  4. Otaku arruma cada coisa para implicar: vocês não vêem fã de Chaves implicar com o nome Chiquinha.

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  5. Um tradutor ruim pode fazer um estrago muito grande. (Não tanto quanto chamar o sujeito que imita o Scooby-doo para adaptar as traduções, claro.) Não sei se há memória disso, mas Ricardo Cruz traduziu Naruto e alguns outros mangás da Panini quando ela tava recomeçando no território dos otacos. Ora, o sujeito “sabia” japonês porque era uma subcelebridade otaca – tinha cantado naquela banda de gente que não faz mais sucesso no Japão e ganha a vida tocando em eventos de animus no Brasil – e foi encarregado de traduzir uns mangás. O resultado…

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  6. @Arthur Duarte, a questão não é a qualidade da tradução e sim de detalhes pequenos como no casos dos nomes das personagens, ou a questão dos honoríficos, os otacos se prendem em detalhes insignificantes e ignoram a qualidade geral da coisa.

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  7. Bem, eu sempre gostei mais da cultura francesa do que da japonesa, então gostaria de ter Bunny, Molly e Mathilda no lugar de Loira Principal, Garota de Cabelo Azul e Loira Não Principal. Incomodados que se mudem.

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  8. Uma coisa que nunca compreendi é porquê só Sailor Moon e Guerreiras Mágicas (dos que eu conheço e me lembro) tiveram nomes de personagens trocados. Em todos os outros animes mantiveram os nomes originais em suas exibições aqui no Brasil, Yusuke (YuYu Hakusho), Seiya (…nem precisa falar né?), Sakura, etc., mas as Sailors e as Guerreiras foram rebatizadas por razões de…????
    Quanto a honoríficos eu não vejo problema algum, quer eles mantenham ou traduzam, mas com nomes próprios eu acho que o certo é manter os originais, simplesmente por razão de serem nomes próprio, e não títulos. Em casos de apelidos, títulos, ou coisa do tipo, a tradução é bem vinda, mas nomes não.

    Sobre o comentário da Bruna Garcia no Youtube, eu concordo com ela em parte. Quando comecei a colecionar mangás, eu não tinha conhecimento algum de honoríficos e coisas do tipo, pois só tinha visto os animes que passaram na tv aberta. Quando começaram a lançar mangás com mais “afinco” (coisa de uns doze anos atrás, eu acho, com DB, CDZ e Sakura, entre outros tantos) colocavam os honoríficos com notas de roda-pé para explicar em vários dos mangás. Isso em nada atrapalhou minha experiência, simplesmente eu adquiri uma informação que não possuía, mesmo que eu não tivesse interesse em aprender a cultura japonesa naquele momento. O fato é: mangás são japoneses, e a cultura a que pertencem influi na forma como se direcionam, muitas coisas simplesmente não fariam sentido sem uma explicação, seja por glossário ou nota de roda-pé. Não estou dizendo que eles devem manter ou não os honoríficos e tudo mais, apenas dizendo que isso em nada impede novos leitores de gostar da obra. Uma pessoa que não leria algo apenas porquê a personagem chama Usagi em vez de Serena, é tão imbecil quanto um otaku que não leria o mesmo material por estar Serena em vez de Usagi. “Peter Parker” não impediu ninguém de ser fã de Homem-Aranha, nem “Clark Kent” ou “Bruce Wayne” e tantos outros.
    O que me incomoda é quando as editoras usam a desculpa de que vão traduzir o título para atrair leitores de fora do nicho. Há tantos títulos com nomes estrangeiros nas bancas e livrarias, e isso nunca impediu o surgimento novos leitores, ou “Batman” nunca teria feito sucesso aqui. Mais uma vez, nada contra traduzirem, se acham que assim é melhor, e realmente há situações em que fica melhor, mas dizer que é para atrair novos leitores além de ser uma mentira descabida é subestimar nosso intelecto. Ou realmente acham que mudar o título vai fazer alguém comprar algo que sequer tem propaganda? Não adianta muito por um título em português se o mangá fica perdido entre as revistas de tricô das bancas e ninguém nota sua presença.
    Querem atrair novos leitores? Simples, anunciem o produto em meios que outras pessoas além dos otakus acompanhem, em vez de só na timeline do twitter da editora que é seguida apenas pelos otakus.

    É muita inocência (ou incompetência) das editoras acreditar que podem atingir novos públicos sem investir em publicidade. Ou eles pensam que podem lucrar sem gastar?

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  9. Ah, acabei perdendo o foco no meu comentário. A questão nem é querer ou não aprender uma nova cultura, mas a obra pertencer a uma cultura diferente. Costumam dizer que a melhor adaptação é aquela que aproxima a obra da cultura alvo, mas eu discordo. Se você substitui os fatores culturais da obra, está simplesmente descaracterizando-a, mesmo que a intenção seja torna-la mais próxima ao consumidor. Se você faz uma releitura da obra dentro da “cultura alvo” tudo bem, pois está criando uma obra nova baseada na “original”, mas se pegar um mangá japonês e tentar passar ele por algo brasileiro, não estaria cometendo uma falsidade? O mesmo com qualquer obra pertencente a outra cultura, ela será inevitavelmente carregada da cultura em que foi criada, e qualquer consumidor já sabe que se compra algo americano, japonês ou o que for, está comprando algo de outra cultura, e está sujeito a questões culturais. Ninguém é obrigado a aprender uma nova cultura, mas se está comprando algo de outro povo, inevitavelmente será exposto a uma cultura diferente da sua, mesmo que não queira. Ou vamos simplesmente pegar tudo que é estrangeiro e “abrasileirar”? Mudar nomes de personagens e cidades, fingir que tudo se passa em algum ponto do Brasil? Isso é tão hipócrita quanto os otakus que ficam exigindo que os honoríficos sejam mantidos…

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  10. Sobre a tradução dos nomes na edição brasileira do mangá a minha opinião é a de que QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER,QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MORRER, QUEM PECAR VAI PAGAR, QUEM PECAR VAI MOR… onde eu estava mesmo?

    Então, a Mara está dando pequenas dicas pros leitores sobre o fim do seu relacionamento com Leo Kitsune:

    “E com o sucesso, eles podem conseguir realizar o grande sonho da equipe: convencer a Globo a colocar o Kitsune no próximo Medida Certa. Não estou ofendendo a aparência do Kitsune-Sama, ele continua lindo e com o sorriso contagiante, mas vamos fazer uma forcinha para perder esse físico de relacionamento estável?”

    Será que a Mara terminou com o Leo porque ele está um pouco acima do peso? Qual o significado dessa pequena DR via post? Leonardo Kitsune relaxou com sua aparência depois que conquistou o coração da nossa querida musa dos Otakus brasileiros? Já posso fazer um AMV KitsuMara com essa música http://www.youtube.com/watch?v=6okDq7_rawk e postar no Youtube? Como tomei conhecimento da existência dessa pérola da música mundial? Só eu imagino a Mara como uma versão travesti do Vegeta?

    São muitas questões que serão respondidas (ou não) nos próximos posts, aguardem.

    PS: Se tivesse de adotar um apelido de gosto duvidoso desses pra continuar trabalhando na JBC, com certeza eu seria demitido.

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  11. Concordo com o Arthur Duarte (preguiça de subir a barra de rolagem e ver se o nome dele tem “h”).
    O Ricardo Cruz fala japonês numa boa, mas o trabalho que ele fez em Trigun só deixou os diálogos mais difíceis de acompanhar. Não bastava os personagens terem a mesma cara e os balões não apontarem para o falante.

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  12. Concordo com o @Fellipe”Kajelani” quanto a questão dos nomes. Existe uma real necessidade de trocá-los? É uma pergunta sincera, entendo quase nada desse universo de publicaçõe.
    Bem, em Sailor Moon, os nomes já foram adaptados no passado e acredito que manter os nomes adaptados, nesse caso específico, não é ruim, deixa estar. Por outro lado, penso que a questão dos nomes não é tão tempestade em copo dágua assim, alguns são trocados pra evitar trocadilhos pejorativos, como “Kagome” e “Kurapika”, então adaptar pro público brasileiro nesses casos é uma estratégia inteligente. Fora desse cenário realmente não entendo a necessidade de uma troca.
    Quanto a questão dos honoríficos, sempre que vejo essas discussões lembro do que aconteceu com Karate Kid. Um monte de gente acredita até hoje que o nome do garoto é “Daniel San” porque não houve nenhuma explicação no filme (que eu me lembre). Ficou assim, ninguém morreu, mas quem se interessou por pesquisar acabou entendendo que se tratava de um honorífico e aprendeu algo novo. Em qualquer mídia, sobre qualquer coisa, sempre vai haver aqueles que vão se interessar mais pelo tema do que os outros e vão pesquisar sozinhos, hoje em dia isso é até mais fácil por causa da internet, mas tratar todo mundo que consome alguma coisa como um fã ferrenho em potencial, ao meu ver, chega a ser inocente (daí a necessidade de se fazer um produto voltado pro grande público, se a coisa lucrar bastante, talvez depois as editoras se concentram em fazer alguma coisa voltada pros fanáticos). Se houver alguma notinha de rodapé explicando o significado do honorífico acho ótimo, desde que isso tenha algum impacto no entendimento da história. No caso do Karate Kid, pra quem prestou atenção, ficou a dúvida “O nome do Daniel era ‘San’ ou ‘Larusso’ no fim das contas?” mas isso não atrapalhou a apreciação da história do filme em si. Concordo que um pouco de cultura não mata ninguém, mas alguém que pega o mangá pra ler sem compromisso pela primeira vez acha chatíssimo interromper a leitura pra ficar tendo aulas paralelas de japonês, o que é muito diferente de trocar o nome de uma cidade ou chamar alimentos que não são conhecidos por aqui pelos seus nomes, isso sim seria transformar a história em algo que ela não é.

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  13. A questão dos honoríficos e nomes originais sempre dá mais papo do que deveria dar. Se por um lado acha-se que preservar o original é uma forma de emancipação cultural, ensinando até sobre questões históricas, por outro lado isso torna o material menos absorsível para o público local, ainda mais tratando-se do Brasil. Usagi Tsukino é menos deglutível para as crianças dos anos 90 do que SEiYA, simplesmente. Seiya é uma palavra simples, Usagi Tsukino não. O que temos que ter sempre em mente é que o início da atividade geral de formação de atitudes ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. Gostaria de enfatizar que o acompanhamento das preferências de consumo acarreta um processo de reformulação e modernização das direções preferenciais no sentido do progresso. O empenho em analisar o consenso sobre a necessidade de qualificação faz parte de um processo de gerenciamento de todos os recursos funcionais envolvidos. A nível organizacional, a complexidade dos estudos de gerencia de projetos efetuados exige a precisão e a definição do investimento em reciclagem técnica do escopo a fim de um completo aceite do cliente. A infinita diversidade da realidade única nos obriga à análise da incompatibilidade do próprio pensamento de Hegel e Foucault. O imperativo da criação, o ímpeto do sistema, que realiza o comprometimento entre as ontologias cumpre um papel essencial na formulação da fundamentação metafísica das representações. Bergson mostrou que os sistemas mecanicistas, ainda em voga, provocam o Cosmos submetivo aos poderes do puro-devir limita as atividades do sistema de conhecimento geral.

    Se a própria desterritorialização relativa se projeta sobre o novo modelo estruturalista aqui preconizado permite conceber uma ciência do paradoxo endo-referencial, apontado por Russel, na teoria dos conjuntos de Cantor. Do mesmo modo, a complexidade dos estudos efetuados deve passar por modificações independentemente das novas teorias propostas. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que a hegemonia do ambiente político nos arrasta ao labirinto de sofismas obscuros das direções preferenciais no sentido do progresso filosófico. A prática cotidiana prova que a teoria da irredutibilidade facilita a criação do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades lógico-estruturais. Como Deleuze eloquentemente mostrou, o início da atividade geral de formação de conceitos obstaculiza a apreciação da importância dos paradigmas filosóficos. Acabei de provar que a teoria de Strawson, no final das contas, não oferece uma interessante oportunidade para verificação dos relacionamentos verticais entre as hierarquias conceituais. Se estivesse vivo, Foucault diria que o Übermensch de Nietzsche, ou seja, o Super-Homem, acarreta um processo de reformulação e modernização dos paradoxos de Zenão, amparados em uma proposta logicista. Pretendo demonstrar que a expansão dos mercados mundiais não pode mais se dissociar da fórmula da ressonância racionalista.

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  14. Mas acabei perdendo um pouco o foco no meu último comentário. Existe confusão na nomenclatura simplesmente porque o público se divide entre os que não tem familiaridade e interesse no Japão e os que tem, da mesma forma que tem gente que prefere filme dublado a legendado mesmo se a dublagem destruir uma parte da atmosfera e da atuação. Neste sentido, existem duas tendências que coexistem de modo heterogêneo, revelando o aumento do diálogo entre os diferentes setores filosóficos representa uma abertura para a melhoria das relações entre o conteúdo proposicional e o figurado. Segundo Heidegger, o fenômeno da Internet pode nos levar a considerar a reestruturação das múltiplas direções do ponto de transcendência do sentido enunciativo. É lícito um filósofo restringir suas investigações ao mundo fenomênico, mas a consolidação das estruturas psico-lógicas talvez venha a ressaltar a relatividade de universos de Contemplação, espelhados na arte minimalista e no expressionismo abstrato, absconditum. Este pensamento está vinculado à desconstrução da metafísica, pois a crescente influência da mídia prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes de todos os recursos funcionais envolvidos. Levando em consideração as consequências da ‘gramaticalidade’ chomskyana, a necessidade de renovação conceitual maximiza as possibilidades por conta do conjunto de todos os conjuntos que não se contêm a si próprios como membro. Ora, essa teoria é constituída como uma antropologia: o não-ser que não é nada desafia a capacidade de equalização das considerações acima? Nada se pode dizer, pois sobre o que não se pode falar, deve-se calar. Efetuando uma ruptura com Descartes, o uno-múltiplo, repouso-movimento, finito indeterminado, agrega valor ao estabelecimento do fluxo de informações. Sob a perspectiva de Schopenhauer, a instauração do modo aporético do Uno é uma das consequências da definição espinosista de substância.

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  15. Mané glossário o que! Cultura é vir aqui no MdOM e ler os comentários-tese do pessoal.
    Em outro ponto, continuo achando um erro colocar esse monte de gente feia aí no reality (observem que não estou dizendo que sou bonito, só que os caras são feios). Vocês já viram o Boninho, por exemplo? Afora a época em que ele vivia o personagem de Vovó Mafalda, claro que não. No aguardo do estagiário bonitinho ainda.

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  16. Olha, esse pessoal faz uns comentários tão grandes que eu não acredito que alguém com bom senso leia, capaz de rolar até umas receitas de miojo no meio pra garantir a vibe ENEM.

    E como eu fiquei com vontade de dar uma opinião séria sobre o assunto, vou seguir a fórmula do meu amigo e construir um comentário prolixo:
    Lasanha de Miojo – Ingredientes: 3 pacotes de miojo; 2 latas de molho de tomate; Pitadas de Sal; Presunto e mussarela (+ ou – 250 gramas); Queijo ralado; 01 Cx de creme de leite (opcional).
    Modo de preparo: Ferva o molho de tomate com duas pitadas de sal e água. Use a lata do molho de tomate pra tirar a mesma medida de água.
    Quebre as placas do miojo ao meio. Coloque numa assadeira preenchendo todo o espaço e jogue um pouco do molho por cima. Faça uma camada colocando Queijo e logo em seguida uma de presunto. Se quiser pode usar creme de leite entre as camadas.Vá repetindo o procedimento até terminar todas as camadas possíveis, na cobertura final você deve colocar primeiro o presunto e depois o queijo. Jogue o queijo ralado por cima e leve ao forno pro aproximadamente 20 minutos. Se traduzirem como Serena, eu não compro, se mantiverem o nome original em japonês, eu compro.

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  17. @MR-08

    Posso concordar com você no tocante a um determinado nome ser ou não absorvível para as crianças (e mesmo adultos), mas mais uma vez, isso nunca impediu ninguém de apreciar a obra. Ignorando os nomes americanos, que por serem do idioma dominante no mundo atual, qualquer outro idioma seria complexo de se compreender por nós, salvo talvez pelos idiomas latinos que se assemelham ao nosso.
    Mas o ponto é a descaracterização da obra que isso pode gerar. Não falo de emancipação cultural, isso seria um engano sem tamanho, mas de respeito autoral e cultural. Ao se mudar certas características de uma obra, ela perde sua própria identidade. Mas falando apenas de nomes e de serem ou não compreensíveis, é tudo uma questão de habito. “Washington” não é um nome fácil de ser absorvido por nós, mas ouvimos tantas e tantas vezes esse nome que o absorvemos e passamos a considerar comum, ao ponto de ser usado aqui em muitas situações, como nomes de ruas e avenidas, e mesmo de pessoas (embora neste último caso devemos concordar que fazem cada besteira que seria melhor se não usassem…).
    O mesmo ocorre com nomes japoneses. Pode ser inicialmente difícil para algumas pessoas, mas com o hábito elas simplesmente se adaptam, como citei nos exemplos de meu comentário anterior, ou você dirá que “Yusuke Uramesh” e “Kwabara” são nomes fáceis de se absorver? Percebe o erro de seu argumento? Se isso realmente fosse um empecilho para a apreciação da obra, Yu Yu Hakusho não seria o sucesso que ainda é no Brasil, assim como tantas outras obras em que seus personagens não tiveram nomes mudados. Sim, “Sakura” e “Seiya” são fáceis, mas que dizer dos exemplos que citei? “Inu Yasha”, “Manta Oyamada”, há uma imensa quantidade de nomes que não foram mudados, e sinceramente, nomes muito mais complicados que “Usagi Tsukino”. O pior que pode acontecer é a pessoa pronunciar “Usaji” em vez de “Usagui”…
    Eu ainda mantenho meu pnto, vocês estão subestimando o intelecto do público e descaracterizando a obra. E isso para não dizer que seja um nível de preconceito, visto que essa briga toda é apenas com nomes japoneses. Não vejo ninguém discutindo se deveriam chamar o Batman de “Bruno” em vez de “Bruce” para tornar a HQ mais “absorvível” para o público brasileiro. É hipócrita essa atitude de querer mudar apenas de alguns idiomas, dizendo que é para “facilitar a compreensão”. Principalmente quando se trata e um idioma em que a língua em um peso ainda maior na cultura. Pois, veja, “John” significa literalmente “João”, mas ninguém se pronuncia em mudar esse nome. Não concorda que é uma atitude até preconceituosa dizer que apenas os nomes japoneses são muito complicados, quando mesmo nomes árabes e do leste europeu, que são igualmente estranhos a nós não são alterados?
    Minha crítica a essa atitude é exatamente que, se querem tornar materiais estrangeiros mais acessíveis para o público, seria muito mais honesto com o consumidor explicar as diferenças entre as culturas que simplesmente mudar de acordo com o senso estético que o tradutor achar mais conveniente. Se a pessoas vai ou não absorver a cultura a que está se expondo, depende apenas delas, nem todas as pessoas que leem mangás saem por ai usando honoríficos no dia-a-dia, mas elas entendem que isso faz parte de uma cultura diferente. Não estou dizendo que a pessoa é obrigada a absorver a outra cultura, mas deve sim ser apresentada, para melhor compreender materiais que pertencem a esta.
    Um exemplo perfeito do que estou dizendo é Samurai X. A história de um samurai que vive numa época pós-feudal, início da era Meiji. Dispensamos explicações sobre o samurai, pois este é um ícone hollywoodiano bem conhecido, mas quantos leitores compreendem a Era Meiji e o Japão feudal? É impossível compreender a obra em sua totalidade sem explicar esses fatos históricos. O leitor pode simplesmente ler a explicação e seguir adiante, sem problemas, ou ele pode se interessar e procurar mais informações, depende do próprio leitor. Mas se eles mudam isso para “tornar a obra mais simples de se compreender”, estão tirando do leitor o direito de escolher se ele quer ou não absorver uma nova cultura. E ainda, com tornar uma história como a de samurai X mais próxima a realidade brasileira? Percebe o meu ponto? E mais uma vez, falando de nomes, seria bastante ilógico uma história situada no Japão feudal com personagens com nomes “abrasileirados”, e não creio que “Yahiko” e outros tantos nomes mencionados sejam fáceis de habituar-se para o público, mas eles o fizeram. Ninguém mudou o nome de “Rurouni Kenshin” para “Caio Andarilho”…

    AH, eu pretendia discutir suas colocações sociológicas e filosóficas, mas acabei me excedendo na explicação aqui, então deixemos as filosofias e politicas para outra oportunidade, hahahahahaha…

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  18. @Seme Possessivo, é que pessoas que interessa-se por essas áreas de conhecimento têm pouco espaço no mundo atual, acabamos desocupados, e o MdOM é um ótimo ponto de encontro para nós, hahahahahahahaha…

    @Flavio, definitivamente uma música muito perturbadora, né?

    @H. The Killer, receita anotada, mas prefiro macarrão caseiro,a receita da minha bisavó é uma delicia, se eu encontrar, posto aqui nos coments, hehehe…

    @Gabriel, como o WordPress não tem ferramenta de votação em comentários, fica aqui registrado meu “like” no seu!

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  19. @Fellipe “Kajelani”: você sabe que Peter Parker já foi Pedro Prado? Ou que Lois Lane era Miriam Lane? O primeiro Flash chamávamos de Joel Ciclone. E é assim que chamamos ainda o personagem que faz parte da Sociedade da Justiça. Quanto aos honoríficos, não os acho necessários. E a lógica deles é algo bem curioso, enfim, não sei se faz sentido para um leitor nacional. Alguns tradutores recomendam sempre o mínimo uso de notas de rodapé, notas explicativas no geral. Quebra a fluência do texto e a função de um traidor é, justamente, transformar aquele texto para outra realidade. Uma tradução nunca é completa, todos sabem disso. Se quer fidelidade, leia no original. Infelizmente, é o único jeito. Quem mandou matarem o esperanto?

    Ah, outra coisa: o Japão nunca foi feudal. O feudalismo é uma realidade histórica com tempo e espaço definidos. Não se pode aplicar a ideia à outros territórios, como a África pré-colonial ou o Japão antes da Restauração Meiji. Outra: Kenshin nunca foi um samurai. E nunca seria, ele lutou pelo lado que queria acabar com os privilégios do sistema de “castas” e restaurar os poderes do Imperador, ou seja: pelo lado que repudiava a ideia da existência de pessoas com privilégios para portar armas e guerrear, etc. como eram os samurais.

    Quanto ao que falei da tradução, para o colega @2d, eu me referi ao pouco caso que a Mara fez o anúncio do tradutor de Sailor Moon, com fins de piada, claro.

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  20. @Kajelani

    Eu nem concordo com as próprias afirmações que fiz nos meus comentários, só fiz isso pra disfarçar e poder postar a linguiça prolixa msm. Mas obrigado pela consideração de responder, e não esqueça de registrar na biblioteca nacional as suas teses de doutorado, digo, comentários…

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  21. É impressão minha ou o cara lá na última foto, o que tava bem atrás, tava vendo uma foto da Mara Mariachi? Vai saber é?

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  22. @Arthur Duarte, sim, eu conheço esses casos, as primeiras dublagens e traduções aqui no Brasil eram no mínimo absurdas, e hoje,motivo de chacota. A história de Pedro Prado é sempre mencionado como uma das tentativas mais absurdas de se “abrasileirar” uma obra, mesmo entre não-fãs de HQs em geral, quando se menciona o caso, eles acham isso uma besteira…
    E concordo, excesso de notas de roda-pé ou glossários acaba com a fluidez da leitura, mas é inevitável as vezes, em especial em obras de culturas muito diferentes. “Usar o mínimo” não significa “não usar”, não é mesmo? A função do tradutor deveria ser tornar a obra compreensível, e não “transportar o texto para uma outra realidade”, isso entra no desrespeito autoral que mencionei no meu primeiro comentário nesse post, o tradutor deve sim evitar notas enormes, mas isso não significa que ele deve simplesmente mudar tudo que for estrangeiro para algo nacional, que é o ponto que eu levantei nessa conversa.
    É aqui que entra o porquê de eu concordar com a Bruna Garcia (a do print de comentários do youtube que aparece no post). Ela diz “quem lê mangá, mesmo que não tenha real intenção, quer originalidade, quer conhecer um pouquinho do Japão”, e isso é um fato. Mesmo que a pessoa não tenha interesse na cultura japonesa, apenas pelo fato do saber que mangás são japoneses, já as faz esperar por nomes e características japonesas na história. Quem pega um mangá pela primeira vez, sem nunca ter sequer ouvido falar sobre antes, vai abrir do lado errado, e topar com o aviso “pare, você está começando pelo lado errado!”, e será informado que é uma obra japonesa e por isso deve ser lida da direita para a esquerda. Isso fará com que a pessoa, automaticamente, prepare-se para ler uma história situada no Japão com personagens japoneses, ela lerá já sabendo que encontrará personagens de nomes estranhos. Essa pessoa espera por “Usagi Tsukino”, e não por “Serena”, espera ver Tóquio, e não São Paulo.
    Para citar um exemplo, embora fora do contexto dos mangás e HQs, temos as animações da Pixar, que volta e meia, os tradutores mudam os nomes de personagens para nomes mais “brasileiros”. Tenho três sobrinhos, e acabo assistindo muitas dessas animações com eles aqui. Aconteceu que no filme “Os Incríveis”, eles mudaram o nome do personagem de “Robert” para “Roberto”, e em certa parte, quando um robô gigante ataca o centro da cidade, eles falam que o robô está atacando na avenida “São Paulo”, e meu sobrinho, que tinha uns cinco anos quando assistiu esse filme, me perguntou “tio, existe São Paulo nos Estados Unidos?”, ao que o irmão dele respondeu “Seu tonto, eles erraram o nome da cidade, é Nova York”, “Ué, então porquê ele chama Roberto? É nome brasileiro”. Percebe, eles sabiam que o filme era americano e esperavam nomes e localidades americanos. Por isso digo que vocês subestimam o intelecto e a disposição do leitor com essas mudanças.
    Ninguém é obrigado a aprender uma nova cultura, mas também não é certo simplesmente fingir que essas culturas não existem. O mesmo vale para o caminho inverso. Imagine que uma obra brasileira carregada de questões culturais nossas seja traduzida para o japonês, inevitavelmente eles terão de acrescentar notas e glossários para o público japonês compreender, não é?
    E me desculpe se o que vou dizer agora soar ofensivo, mas acho a afirmação “se quer fidelidade, leia o original” uma besteira cretina e hipócrita. Não, eu não sou obrigado a aprender japonês para ler um mangá, e “fidelidade” pode sim ser alcançada numa tradução, depende apenas da competência do tradutor ao adaptar o texto, sem trair a intenção do autor. E mais, saber o idioma não dá propriedade cultural alguma. Eu sei inglês e algumas outras línguas, tenho livros e HQs estrangeiras aqui em casa (ou tinha, muito se perdeu em mudanças, infelizmente), e mesmo assim preciso buscar informações que, nas versões traduzidas, seriam dadas através de notas e glossários. Eu posso ler perfeitamente em um determinado idioma, mas isso não significa que u conheço a cultura daquele povo, mesmo que tenha aprendido um pouco junto com a língua. Um exemplo bem simples são as HQs mesmo. Você ter feito vários cursos e até conversar com estrangeiros, mas as HQs têm características que variam de acordo com o autor e a região a que ele pertence, assim como os personagens podem possuir maneirismos típicos de suas nações. Um exemplo são os personagens negros em HQs, eles possuem um estereótipo de fala bem comum as obras americanas, muitas vezes as contrações usadas nas falas desses personagens não são fáceis de se compreender, mesmo para quem fala fluentemente o idioma. Ler o original não me fará compreender algo que é estranho a minha cultura, eu terei de buscar a informação em outra fonte do mesmo modo…

    Enfim, acho que já escrevi demais aqui, não?

    Só para explicar um última coisa, “Japão feudal” é uma impropriedade histórica aceita em escolas para fazer um paralelo entre o feudalismo e o shogunato, que possuem muitas características comuns. Não é correto, mas acabamos nos habituando quando damos aulas (mesmo sendo bastante jovem, já tive essa experiência deprimente de ser professor…). E Kenshin foi samurai sim, ele era um guerreiro a serviço de uma causa ou senhor (no caso, a Ishin Shishi, que pretendia derrubar o bakufu-shogunato), como qualquer outro samurai, mas a história do mangá começa por ele abandonar os votos e passa a ser um Ronin, um samurai sem senhor (“rurouni” foi inventado pelo autor, e tem o mesmo significado que ronin, “andarilho”).

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  23. Tá loko…o que as pessoas fazem e dizem pra impor suas idéias como certas…neste mundo tudo é relativo, certo ou errado são coisas subjetivas, discutir o sexo dos anjos ou se uma coisa é assim ou assada, ou pior, que tem que ser desse ou daquele jeito é pura perda de tempo…

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  24. @Fellipe “Kalejani”, tendo a concordar e discordar de você. Quando falei do trabalho do tradutor como trazer algo a outra realidade não falo dessa adaptação direta que você citou, como colocar os ataques acontecendo em São Paulo em Os Incríveis, etc. Quis dizer que o trabalho de um tradutor é trazer algo para outra realidade linguística. Sempre se usa aquele clichê da expressão traduttore, traditore, mas acho bem válido. A aproximação com outra realidade, claro, não é fazer com que os personagens se chamem João e que tudo aconteça no Bairro do Limoeiro. Mas temos que ter parcimônia, claro. (em caso de filmes e tv é algo mais complicado. Não há espaço para notas de rodapé. O que leva a coisas como acharem que o nome do “Karate Kid” é Daniel Sam ou chamarem o Kamen Rider de Senhor Black (confusão entre Black Sun e Black-san), etc.). Mas vejo que traduzir acaba sempre por arrancar algo do original, é a essência da tradução. Claro que isso não quer dizer que exista carta branca para mutilações. (Outra: quando se lê um mangá nem sempre se vê algo relacionado ao Japão. Dragon Ball, One Piece, Fairy Tail, Toriko, Hunter x Hunter, Ataque dos Titãs, etc. estão ai para provar) Enfim, concordo que isso de tentar adaptar as coisas no sentido de deslocá-las de seu contexto é algo errado, mas a tradução nunca será fiel. É impossível. E quando digo para ler o original não é de maneira rude. É que, infelizmente, é a única maneira de se encontrar total fidelidade. A tradução de Lobo Solitário, por exemplo, é um exemplo disso tudo. Toda página tinha, no mínimo, um termo que deveria ser pesquisado no glossário. As vezes eram termos que poderiam ser facilmente intercambiáveis, como medidas de arroz ou termos da administração pública. Acho que num livro de História esses termos são obrigatórios, mas em um mangá só tornam a leitura arrastada e cansativa, um exemplo a não ser seguido. Os apêndices de Lobo Solitário da Panini ensinam muito sobre a história do Japão. Mas enfiar a cada três balões um termo desconhecido ao leitor é uma chatice só. É o caso de Kenshin: ele não era samurai porque samurai não é uma palavra apenas utilizada para indicar um guerreiro que serve, por mais que etimologicamente esteja próxima disso. Ela denota toda uma estrutura social de uma realidade histórica engessada e sem mobilidade, coisa que o personagem Kenshin nunca poderia pertencer. Ele é um órfão, pobre, etc. Na realidade ele nem teria direito de portar uma espada (katana, como quiser). Esse era um privilégio da elite social japonesa, e por isso símbolo de sua classe guerreira, os samurai. Tiveram samurais no exército da Restauração? Sim, ligados à daimiôs que apoiavam o Imperador, mas em grande parte eram rônins, sujeitos que estavam à margem da sociedade que antes o sustentavam, e com a queda do xogunato esperavam ter uma nova oportunidade dentro de um sistema menos taxativo e com mobilidade. Ai eu te pergunto, é necessário tudo isso ou apenas brincar com o imaginário ocidental regado à cultura pop e batizar apenas a série de Samurai X? :)

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  25. @Arthur Duarte, então nossos pontos de vista não são assim tão diferentes, afinal, apenas não estávamos nos entendendo direito (falhas de comunicação acontecem).
    Exatamente como eu penso, há necessidade de parcimônia. É realmente impossível traduzir um texto sem perder ao menos um pouco do original, e isso faz o trabalho do tradutor mais complicado, pois ele precisa conseguir transmitir a ideia do autor de forma compreensível. Enfim, acho que não temos muito mais a discutir sobre isso, já que estamos de acordo (mesmo que com alguns pontos divergentes, hehehe).
    O exemplo do Lobo Solitário foi perfeito, não havia necessidade de deixar termos cotidianos como medidas em japonês quando há uma perfeita equivalente no nosso idioma, mas também não se poderia deixar de fazer ao menos uma nota explicativa sobre o período em que a série se passa, para que o leitor possa compreender melhor o desenrolar.
    E Kenshin é a mesma coisa, realmente, mais fácil usar esse artifício que fazer uma nota explicativa gigantesca.

    E quando digo que por ser uma obra japonesa o leitor espera ver características japonesas, não quis tanto falar de forma direta, mas de expectativa. Ao tomar conhecimento de que é japonês, a pessoa acaba por assumir que verá coisas em japonês, mesmo que a obra em si não se passe no Japão. Passado o primeiro momento, o leitor vendo que o enredo situa-se em um outro país, ele passa a assumir que verá características desse outro povo (seja real ou inventado pelo autor).

    Mas fugimos completamente ao tema, que eram os nomes das Sailors serem os originais ou os adaptados.
    Como eu disse, nesse caso, acho que tanto faz. Os fãs mais antigos talvez prefiram “Serena”, mas se parar para reparar, nem todos os nomes foram adaptados no anime, tem personagens que mantiveram os nomes originais (e corrigi-me se estiver enganado, pois eu assisti isso quando eu tinha, sei lá, uns seis-sete anos, mas não mudaram o sobrenome, não é? Serena Tsukino? Ou nem mencionam o sobrenome?). No fim manter o original não fará grande diferença, e em se tratando de nome acho que o correto é manter, como já discutimos antes. Nomes não se traduzem. Os títulos e honoríficos tudo bem, não há necessidade, por exemplo, em Bleach usar “taichou”, se isso significa literalmente “capitão”. Mas se o personagem chama Ichigo, não deveria mudar isso, simples assim. E veja, escolhi Bleach apenas por ser fácil de lembrar, mas calhou bem, pois o autor brinca com o nome dele assim como a Naoko faz com o da Sailor Moon. Nos primeiros capítulos do mangá ele usa “morango”(“Ichigo” pode significar morango, mas o personagem explica que o nome dele tem outro significado), a irmã menor dele usa “Ichi-nii-san”(“nii” de “onii”-irmão mais velho, mas “Ichi” “ni” “san”, é contagem-1,2,3, um trocadilho), e isso foi explicado na versão animada usando notas de tradução (assisti ao anime na extinta Animax e eles realmente explicaram o significado do nome, principalmente porquê em certas partes chamavam ele de “moranguinho”). Precisa de parcimônia, como você disse, e bem, nem todos os animes fazem trocadilhos com os nomes, então na maioria das vezes será simplesmente caso de o expectador habituar-se…

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