Aleatoriedades

Vamos aplaudir os vencedores do 24º Troféu HQMix!

Você sabe qual é a semelhança entre o “Prêmio Melhores Quadrinhos do Uzbequistão” e o “Troféu HQMix”? Os dois indicam e premiam um monte de coisa que você nunca ouviu falar.

Chegou ao fim o mistério dos indicados e o Troféu HQMix divulgou seus vencedores algumas semanas antes da premiação, para não rolar aquele constrangimento de você ir com esperanças e qualquer outro autor decano receber o seu prêmio.

Para escolher os vencedores, algumas características precisam ser cumpridas, como não ser mangá e ter “Turma da Mônica” no título. Sim, porque como vimos no post anterior, olhar a lista dos indicados ao HQMix e procurar por quadrinhos japoneses é uma tarefa tão complicada quanto jogar Sudoku com kanjis no lugar de números.

IKIMASU analisar quem ganhou nas categorias relacionadas a mangás? Valeu leitor André pela dica!


Duas editoras de mangás estavam concorrendo como melhor editora, mas provavelmente não foi pelos quadrinhos japoneses que elas estavam lá. Porque é mais fácil a Panini ser indicada por causa dos seus álbuns de figurinhas que pelos mangás em si.

A Conrad poder ter lançado aquelas graphic novels de 50 reais que causa orgasmos nos jurados, mas cancelou uma penca de mangás, entre eles Nausicaa faltando apenas um número.


O Gen, tão descalço quanto a Shakira, perdeu na categoria clássico por esse quadrinho que o leitor médio do blog acha que é nome de descongestionante nasal.


Mesmo com mais edições que todos os competidores deste ano em todas as categorias somados, Futari H não ganhou em publicação erótica. Nem estou lamentando, a pena é que algo com o sensacional título de Golden Shower 2 perdeu para algo de nome brochante como Black Kiss.


Ledd tentou ganhar esse ano, mas perdeu. Eles não foram avisados que o vencedor deste ano seria a websérie que tivesse mais autores. Fica pra próxima. (Se você, assim como eu, nunca leu Ledd, é só clicar aqui e ver as scans de graça).

Marcelo Cassaro, o pai da Turma da Mônica Jovem, não teve tanta sorte com seu Dbride. Faltou só uma coisa para o material ganhar algum prêmio: ter aquele carimbinho de assinatura que todos conhecemos dos gibis.


Parabéns à Turma da Mônica Jovem, único representante mangá que ganhou este ano neste prestigioso prêmio. Quando a Mônica Jovem é o único “mangá” que ganha, já podemos pedir a conta né?

Agora falando sem gracinhas, não tem nada pior que essas premiações com aversão do que é popular. Veja bem, eu não estou pedindo que tenha mangás ganhando em todas as categorias, apenas que se respeite qualquer proporção que vemos nas bancas. O espaço dos mangás é tão grande quanto o de quadrinhos americanos, e também traz tanta porcaria quanto.

O que fica parecendo é que esse tipo de premiação serve apenas para que o ego e o ralo conhecimento de quadrinhos mundial dos jurados tenham uma vingança contra este público supostamente acéfalo que compra um Naruto para se divertir.

33 comentários em “Vamos aplaudir os vencedores do 24º Troféu HQMix!

  1. Mas você leu todas essas revistas? Realmente pode dizer que os mangás superam os vencedores?
    Número de vendas não representa a qualidade de algo, Michel Teló tá aí estourado, call of dutzzzzzzzzz é o jogo mais vendido, Zorra Total tem audiência enorme.

    Curtir

  2. Ahn, todos sabem que a única premiação brasileira relevante é minha o troféu imprensa. Qualquer outra é só manipulação.

    Curtir

  3. Esse prêmio só serve pra coroar as publicações mais irrelevantes que o mercado brasileiro produz. Quanto menos popular, maior a chance de ganhar. Tirando, é claro, os quadrinhos do “Rei”.

    Curtir

  4. Mara, vc que é amiga do dono do blog Anikenkai peça pra ele tentar escrever “Geshiken” menos de 20 vezes por post …. as vezes eu me confundo nas linhas.

    Curtir

  5. Tentei me segurar, mas não consegui. Terei que perder meu tempo mostrando o quão ofendidinho fiquei e “defender” a premiação em questão. Para começar, alguns esclarecimentos.

    @Renan
    A Conrad não ficou em segundo lugar. A premiação escolhe apenas um vencedor. A posição do nome da editora na lista não significa nada além do fato da lista seguir a ordem alfabética. Então pense bem sobre quem não deve ser levado a sério aqui (vixe! Alguém me segura!)

    @Luiz Fernando
    O prêmio elege o que consideram mais expressivo para o público de HQs. Não tem nada a ver com popularidade. Tanto porque, como o amigo @kurama disse, popularidade não é sinônimo de qualidade (costuma ser o contrário).

    Li o post repetindo o mantra “é um blog de humor, é um blog de humor, é um blog de humor”, para evitar ficar nervoso, tanto porque costumo ser daqueles que ri com um bom troll e não o alimenta. Mas depois de ler o “falando sem gracinhas”, não consegui e deixei o “hater” dentro de mim aflorar (ui!). Para começar, a maioria das categorias do Trófeu HQ Mix é voltada à publicação nacional, então é natural que tenhamos vários nomes desconhecidos (não por todos, claro), já que o que é nacional não costuma ser muito popular (se tratando de HQs). Bem, o espaço dos mangás é realmente tão grande quanto o de quadrinhos americanos (não todos, apenas Marvel e DC, convenhamos). E onde está a participação dessas duas grandes editodas americanas na premiação? O que é eleito aqui não é espaço, mas relevância, na opinião daqueles que estudam o mercado dos quadrinhos, que certamente não é a mesma opinião de grande parte do público, mas, bem, como já disse antes, popularidade não é sinônimo de qualidade. Acho injusto dizer que a premiação tem aversão ao que é popular, só porque é difícil encontrar mangás nas categorias. Será mesmo difícil de aceitar que os títulos premiados (até mesmo indicados) são mais relevantes que praticamente todos os mangás publicados no Brasil? Para isso, seria necessário seguir o conselho, novamente, do amigo @kurama e ler todos os títulos. É claro que tem muita gente que não concorda com a opinião dos jurados, mas dizer que a premiação é uma vingança ou aversa ao que é popular é, na minha opinião, algo infantil.

    Enfim, tanto o post quanto esse comentário poderiam ser substituídos por um gigante “mimimi”, que não faria diferença nenhuma. Agora, vou-me nessa porque estou perdendo meu horário de almoço.

    Abraços!

    Curtir

  6. Prezada Mara,
    é muito simples explicar este tipo de premiação: é simbólica e cheia de ressentimento. É como se diz popularmente, é para marcar “a vitória moral”. Como os autores/editoras não têm retorno financeiro (até gostariam, mas não tem coragem de admitir – embora alguns achem que quanto menos forem lidos, melhor, porque mostra que o produto deles é superior e apenas alguns poucos iluminados poderão compreendê-los), precisam ter este retorno simbólico [O que o Luiz Fernando disse está corretíssimo]. Foram escolhidos pelas grandes “autoridades”, uma meia dúzia de desconhecido que é justamente o público total que adquiriu tais produtos.
    Baseado no argumento do fulano aí, “Tio Fê”, só posso imaginar que acontece com HQ, no Brasil, o mesmo que com a literatura: ganha prêmio só o obscuro. Isto reflete o ódio que nós, brasileiros, temos por ideias como igualdade. Queremos sempre o “diferenciado”, queremos sempre nos destacar, sermos únicos e melhores. Como a leitura, aqui, sempre foi privilégio de poucos, queremos manter esta situação, fingindo que só é bom o que o menor público possível leu.
    Para terminar: adorei o “Tio Fê” usando o argumento máximo, supremo, irreparável para diminuir a crítica daquilo que ele defende: chamar de infantil. Só faltou dizer que era coisa de adolescente revoltadinho de 14 anos que ouve Slipknot.
    De fato, “Tio Fê”, talvez não seja vingança ou aversão: é ressentimento puro e elitismo barato. E bom trabalho para você. Eu vou descansar mais um pouco aqui em casa antes de sair para passear.
    E, Mara, continue sendo uma voz sensata.

    PS: “O prêmio elege o que consideram mais expressivo para o público de HQs”. U-A-U! Que frase bonitinha, deixe-me complementar com o trecho de uma cantiga popular: “O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais! Blin-blon!”.

    Curtir

  7. Acabei de me lembrar de uma coisa: no prêmio HQ Mix, os indicados para cada categoria são determinados por um número de jurados, sim. No entanto, todo e qualquer profissional da área de quadrinhos e humor gráfico pode se cadastrar para votar (http://trofeu-hqmix.blogspot.com.br/2010/05/inscricao-para-novos-votantes-do-trofeu.html). Inclusive, caso o votante não concorde com os jurados quanto às indicações, pode fazer uma indicação de sua escolha.

    Talvez isso seja um ponto ainda mais forte para a acusação da Mara sobre isso ser uma perseguição, dessa vez para “minimizar” a “concorrência estrangeira”. Mas não há como provar se o resultado da votação representa isso mesmo ou apenas a opinião desses profissionais. Mas a minha vontade de acreditar no bom-caratismo e honestidade alheia me faz pensar que não tem nada a ver com vingança.

    @André
    Dizer que a reação foi infantil não foi argumento, foi a minha conclusão. Argumento foi tudo o que escrevi antes.

    Curioso que acabo de conversar com um colega de trabalho sobre premiações como Oscar ou MTV Movie Awards e a validade desse tipo de prêmio. No final das contas, não se chega a conclusão alguma. Decidir o que é melhor ou não é algo muito pessoal e sempre teremos aqueles que discordam com as premiações, mas não acho que seja isso que estejamos discutindo.

    O que acho errado é tirar o mérito do que foi indicado e premiado só porque não temos o que é popular nas categorias. Foi isso que chamei de infantil e é isso que o post acaba fazendo. Se a organização do prêmio e os votantes acham mais interessante e relevante o que não é popular, isso significa necessariamente que estão se vingando do que vende? Para mim, essa conclusão é a de quem não concorda com o resultado, mas não sabe aceitar a opinião alheia, encontrando pontos que a tornem inválida, mas não possuindo argumentos para sustentá-los.

    Infelizmente, no final das contas a discussão não sairá disso. Eu acho que não é elitismo, e acho que o ressentimento é de quem critica o resultado final da premiação. E vocês continuarão achando que eu sou um dos elitistas e que toda a premiação não passa de uma “vitória moral”, como disse o próprio @André. Mas isso não significa que não devamos continuar a discussão, não é mesmo?

    Abraços!

    Curtir

  8. Nossa, ótimo texto Mara! esse finalzinho sério foi ótimo haha
    É exatamente com o André falou aqui em cima, esses escritores são ressentidos, já que eles fazem algo com muito conteúdo (suponho) e logicamente não tem um retorno financeiro. Dai entra o prêmio, para os “gênios não compreendidos”.
    E o tio Fê falou que o “espaço” não é oque é julgado, mas a “relevância”, mas como algo com pouco espaço, que atinge meia dúzia de pessoas,…….pode ser relevante?!
    E por fim o comentário do kurama que acho que todo mundo concorda, não é porque faz sucesso que é bom, realmente, mas nenhum extremo é bom (na minha opinião), nem uma HQ “for dummies” que não acrescente nada a ninguém, nem uma HQ extremamente densa, lotada de referências e pensamentos toda página (que escrevesse um livro então).
    O que me fez gostar de mangás foi exatamente esse balanço, é divertido, uma leitura prazerosa, carisma nos traços, e o autor pode expressar parte dos seus pensamentos ao longo da história. Alguns um pouco mais densos outros menos… mas pena que esses não são considerados “gênios” não é mesmo…

    Mas mesmo assim vou dar uma olhada nos vencedores desse ano, por mais que a maioria seja o que foi descrito…vai que eu goste de algum não é?

    Curtir

  9. Só o Troféu Imprensa tem credibilidade neste país. -n

    Você quer maior exemplo de popularidade do que Turma da Mônica Jovem?

    Assim, cadê indicação da L&PM na categoria editora por conta de Solanin e Aventuras de Menino? Pela empolgação da blogosfera, me pareceu ser o trabalho mais digno já feito com um mangá em Terra Brasilis. Merecia, mesmo não sendo exclusivamente dedicada aos quadrinhos.
    Futari H só entrou pra completar a lista, né? Li um volume e aquilo ali tá mais pra didático (carece de fontes) e risível do que pra erótico, sem falar na arte feia bagarai e nos protagonistas chatos pra cacete. Devia receber um prêmio só por lembrarem que ele existe.
    Publicação de clássico, Roteirista nacional e Web quadrinhos até vai, mas mangá na categoria publicação Infantojuvenil? Faz todo sentido até você olhar pros concorrentes: A coisa tá bem mais pra infanto do que pra juvenil. Com toda a imagem de deturpadores da moral e dos bons costumes que o respeitável público leigo faz dos mangás (Saporra é só aqui?), qual título publicado no Brasil poderia entrar nessa lista? Eu detesto essa Mônica Jovem, mas ela se apóia na turminha clássica e no marketing próprio, vende horrores e assim se explica a sua indicação. Sério, tira o cosplay de otaku e analisa friamente: Cabe um Naruto e seus demônios de vários rabos aí? Cabe um One Piece e os cigarros do Sanji nesse meio? Se essa for uma eleição feita por panelinha o recalque é evidente, mas se ela tiver algum apelo popular… Adeus, mangás.

    Ps: Ledd não ganhou, mas pra mim foi a única referência aos mangás nesse prêmio.
    Ps2: Não vejo Turma da Mônica Jovem como mangá, abs.

    Curtir

  10. @Chronus
    Também pensei nisso. Como algo sem espaço pode ser considerado relevante? Mas o que é relevante, afinal? O que é relevante para um, pode não ser relevante para outro. Só pode ser considerado realmente relevante o que ficar para a posteriedade, e não acho que isso tenha relação direta com a popularidade. Portanto, podemos concluir que essa premiação tem por objetivo escolher o que ficará para o futuro. Novamente, questão de opinião (mesmo que de profissionais da área, continua sendo opinião). Por isso concordo que premiações do tipo possuem suas falhas, mas em seu conceito. Mas isso não justifica dizer que tudo não passa de ressentimento dos autores ou editoras, que tudo é vingança, o que já disse antes.

    Agora, dizer que HQs não devem ser densas, que seria melhor escrever um livro… não posso concordar com isso. Histórias em Quadrinhos são um modo de transmitir mensagens, simples ou densas, bobas ou complexas, é só um modo, assim como livros. Qual o problema de se escrever uma HQ complexa e elaborada? O importante não é a mensagem passada?

    Por fim, acho um erro terrível quando diferenciam HQs de Mangás. Mangás são HQs feitas no Japão. São diferentes? Claro. Assim como HQs europeias são diferentes das brasileiras que são diferentes dos Comics (HQs norte americanas). Claro que, por possuirem origens diferentes, têm uma identidade própria, mas isso é para qualquer tipo de mídia! Filmes, livros, música, por exemplo. Não é porque são diferentes que não possam ser todos considerados todos Histórias em Quadrinhos. E se você prefere esse balanço, saiba que não são apenas os mangás que são assim. Muitas HQs de origens diversas são divertidas, possuem leitura prazerosa, carisma nos traços e autores que expressam parte dos seus pensamentos ao longo da história. Além disso, também existem mangás “for dummies”, usando suas próprias palavras, e extremamente densos! É tudo HQ, seja ela japonesa, brasileira, norte americana, europeia, africana ou seja lá o que for, e todas elas podem ser dos mais variados tipos!

    @Suna
    Finalmente alguém questionando a ausência dos mangás lançados pela L&PM por aqui! Bem, esses devem entrar na próxima premiação, já que essa é relativa a 2011 (se não entrarem, quem ficará nervoso com a premiação serei eu, hehehe).

    Aproveito para dizer que é muito complicado classificar o que é infantojuvenil… não sei se Naruto e One Piece entrariam na categoria, e nem seria por causa dos demônios ou cigarros. Mas, realmente, as obras indicadas mostram que a categoria é mais infantil do que juvenil. Não são para bebês, claro, mas continuam apenas infantis.

    Curtir

  11. @ Tio Fê
    Então, primeiro eu gostaria de ressaltar que eu generalizei quase tudo em meu comentário(pra não precisar escrever muito hehe), eu sei que existe muitos mangás “for dummies”, muitas HQ’s ótimas e que nem todos os autores são ressentidos, enfim. Acho que você entendeu errado, não acho o mangá um quadrinho acima de todos os outros ou algo assim, sei que todos tem seu valor, usei ele como exemplo no final porque isso é um blog de mangás afinal (e é oque está sendo contestado), mas realmente me expressei mal ali. E sim, mangás são de fato Histórias em Quadrinhos por motivos lógicos…
    E agora vem minha opinião que nem todo mundo gosta, sim, acho que histórias em quadrinhos tem um “limite de densidade”. Se botar informação de mais, falas de mais, qual vai ser a diferença de um livro? Conseguiria existir uma hq que contivesse todas as informações de um livro antropológico e ser uma leitura boa? uma história EM QUADRINHOS boa?
    “O importante não é a mensagem passada?” – Não apenas a mensagem em si, mas COMO ela é passada, de uma forma que, na minha opinião, tem que ter o tal “balanço” que falei com a linguagem visual que está sendo usada.
    E se o prêmio tem como objetivo “escolher o que ficará para o futuro”, ele não tem mais sentido pra mim, afinal só o fato da obra existir ela ja ficará para a posteridade. O conceito de relevância que eu to usando se refere ao público geral, uma obra que é relevante pra poucos ainda não vai ser relevante para o resto dos leitores de quadrinhos e logo não vai ser muito relevante em um contexto geral.

    Curtir

  12. @Chronus
    Concordo plenamente quanto à questão do balanço, mas não sei se a densidade é proporcional ao número de falas. Aí que entra a questão da HQ ser boa ou não. Por exemplo, uma boa HQ, com uma trama densa, não precisa de um balão explicando o que determinado personagem está sentindo. Esse sentimento, será trabalhado no decorrer da história, nos fazendo conhecer o personagem e, no momento necessário, apenas o rosto dele de determinada forma já passará toda a mensagem da qual precisamos. Creio que seja o mesmo princípio de filmes, já que ambos os casos são linguagens visuais. Conseguimos filmes densos, mesmo que nenhuma palavra seja dita. Sei que falou sobre mangás porque esse é um blog sobre mangás, mas ficou parecendo que você atribuía todas aquelas qualidades exclusivamente aos mangás.

    Quanto ao objetivo do prêmio, você tem razão, tudo o que é criado fica para o futuro. No entanto, se pensarmos nos livros, filmes e, por que não, HQs do passado às quais temos fácil acesso atualmente, isso não se deveria ao fato dessas obras terem sido mantidas na memória histórica por terem sido consideradas relevantes em determinado momento? Afinal, muitas dessas também se perderam no passado.

    É realmente difícil de conceituar relevância, não? Se o que é relevante para a grande maioria for mais relevante em um contexto geral, então podemos concluir que aquelas músicas brasileiras que todo mundo adora colocar para tocar alto nos rádios de seus carros (não darei nomes, mas todos sabem do que estou falando. Não é possível que sejamos tão diferentes assim) são as mais relevantes da atualidade. Será que serão essas as músicas imortalizadas?

    Agora, o que seria interessante seria alguém trazer os dados de vendas das editoras e mostrar o quanto os mangás são mais populares que as demais HQs indicadas para a premiação.

    Curtir

  13. @Tio Fê
    Sim, concordo que da de fazer uma obra densa com elementos visuais e etc, mas na minha visão tem um limite disso, densidade de informação vai acabar interferindo na dinâmica da hq, mas isso é uma opinião muito pessoal mesmo, ninguém é obrigado a concordar.
    Eu estava certo em dizer que o popular é o mais relevante (o que seria triste), mas você deu o exemplo de música, dai eu realmente tive que repensar. Na música, felizmente, não parece acontecer isso, esses hits populares ai são momentâneos, afinal ninguém se lembra da trilha sonora da novela de 4 anos atrás. Mas nos quadrinhos parece que acontece, pegando exemplos dos hq americanos, estão ai os que estouraram na época que foram lançados, homem-aranha, batman, Homem de Ferro, todos ainda no mercado. Daí entra a sua explicação pro HQMix, que parece estar certa, eles tentam fazer com que o trabalho deles não seja esquecido, ou pelo menos tentam, isso dando um prêmio pra algo que ainda não achou muito seu espaço no mercado aparentemente.
    Realmente seria ótimo se soubéssemos as vendas dos mangás e hq’s, mas ao que parece a maioria desses que estava concorrendo não tem um público muito grande, e se tem são MUITO discretos. Mangá é uma incógnita, não revelam números(provavelmente não é tão grande), mas não é tão difícil achar gente que acompanha um ou outro, pelo menos na internet.

    Curtir

  14. Cassaro se ferrou XD
    Da próxima escreve algo melhor velho.
    Quem sabe vc ganha um Bambi Dourado.

    Curtir

  15. @Chronus
    Muito interessante o que disse aqui: “… eles tentam fazer com que o trabalho deles não seja esquecido… “. No entanto, como os premiados são escolhidos por profissionais da área, não acho que possamos dizer que eles se premiem, afinal de contas, não podemos ver os profissionais de HQs como uma panelinha, onde todos se conhecem e tentam “se ajudar”. Portanto, não acho que eles tentem fazer com que não sejam esquecidos, mas sim premiem aquilo que eles acreditam que não será esquecido. Não que eles possam provar que isso acontecerá de fato, mas, com base no que argumentei anteriormente, concluo que quando você elege algo como “melhor”, você acredita que esse algo será imortalizado pela sua qualidade.
    Pensei em dizer que para prosseguir com a discussão quanto ao mercado de HQs (principalmente publicações em território nacional) ter achado seu espaço ou não, precisaríamos dos dados de vendas. Mas não tenho bem certeza se está certo dizer isso. Não serei hipócrita em dizer que parece ser mais fácil encontrar leitores de mangás (comics vem em segundo lugar, na minha opinião) do que de HQs de outras origens. Se espaço for igual a vendas, então todo o mercado de HQs no Brasil tem muito a crescer, certamente, principalmente se tratando dessas publicações menos conhecidas pelo público geral. O que vejo é que, sim, os mangás me parecem mais conhecidos que HQs de demais origens, pelos leitores, no geral. Pelo menos na minha realidade. Mas continuo defendendo que popularidade não é relevância e não podemos premiar algo pelo número de pessoas que aprecia tal coisa. Se fosse assim, Michel Teló (dando nomes aos bois) poderia ser considerado o cantor mais relevante da atualidade, e todos sabemos que, muito em breve, ninguém mais vai saber quem foi ele (não ignorei seu comentário sobre hits musicais serem temporários, @Chronus. Concordo contigo, mas ainda acho que a comparação tem a acrescentar à discussão). Bem, acredito que já tenhamos atingindo um grau de “opinião própria”, e que fica meio difícil de se prosseguir com a discussão desse ponto, mas adoraria ver a opinião de mais pessoas sobre o assunto. Abraços a todos!

    Curtir

  16. Gente, eu acho que uma visão marxista de quadrinhos, de luta de classe, não contribui para o avanço da discussão, apesar de ajudar a explicar algumas coisas hahahahaha

    É fato que quando se coloca um produto, seja livro ou quadrinho, na faixa dos R$30,00 – R$50,00, você está selecionando o público pela renda já.

    E PQP, cês acham realmente que quadrinho é produto de massa? Não dá nem pra botar mangá no mesmo ranking do Michel Teló. Todos são nicho, NICHO, inclusive os mangás, com seu preço de R$11,90 agora. Porque você acha que a JBC faz anúncio de editor com direito a vinhetinha de RPG representando a editora. SEGMENTAÇÃO PURA de leitor.

    Eu acho graça de gente falar mal disso, e quando surge uma Ação Magazine, que foi feita justamente querendo quebrar essa idéia de que quadrinho nacional só da certo se for pra livraria a esse preço, são os PRIMEIROS A TACAR PEDRA, PAU E CUSPIR.

    Curtir

  17. Tio Fê, você deve saber muito bem que existe sim um preconceito até hoje contra mangá em geral da tribo ~indie~, ~alternativa~ que são os maiores consumidores dessas “graphic novels”, como bem a Mara ressaltou. Você mesmo demonstrou tanto preconceito, que disse “vou almoçar”, num tom “tenho mais o que fazer, isso não vai dar certo”. Só porque está num blog de humor sobre mangás, os leitores devem ser uns desocupados que não sabem discutir? ¬¬
    Você mesmo se interessou na discussão depois de ver que não era bem assim.

    Ambos comentaram que tudo é quadrinho, mas até pra se diferenciar dos gibi e mangás, adotaram o termo europeu pra identificar esse estilo ~profundo~ e encadernado de HQ, pra distanciar mais do restante do quadrinho e se aproximar da literatura. Vejo a adoção do termo mais por uma estratégia de venda, que quer ter valor agregado de arte, do que consideração a linguagem dos quadrinhos como um todo.

    Acho fraco qualquer argumento pra tentar simplismente menosprezar a opinião contrária. E porra, autores em quadrinhos nacionais em geral já enfrentam muita dificuldade e mesmo assim produzem, pra chegar alguém que nem ao menos os leu e chamá-los de ressentidos. Essa internet, poço de reconhecimento! Só que não. ¬¬

    Às vezes parece que simplificam as coisas nos comentários só pra serem o dono da bola e sair com ela, vitorioso. Vamos tentar ser melhores que isso, ou então zoar só por zoar de uma vez. =P

    Curtir

  18. *eu disse termo europeu, mas o termo é americano, foi o Eisner que começou com esse termo, se não me engano. =P

    Curtir

  19. Turma da Mônica Jovem é o pior quadrinho infantil de todos os tempos. Ele ganhar algo nessa premiação só me faz ter mais dúvidas a respeito dos critérios de seleção.

    Sugiro ler o artigo da Valéria Fernandes sobre uma das edições desse lixo, pra ver que não estou só criticando porque “não é mangá” http://www.shoujo-cafe.com/2012/05/genero-nas-hqs-perpetuando.html

    Falando nisso, em 2011 a Abril lançou várias histórias em quadrinho infantis nacionais. Fez até concurso pra escolher. Não vi nenhuma delas listadas sequer. Uma delas, que até um mulequizin que vai para numa colônia de férias zumbi, achei bem simpática.

    Curtir

  20. Pior do que poucos mangás, não tem nenhum shoujo na lista. E acho que é o gênero com narrativas e roteiros mais bem amarrados. Isso porque além de não gostar de mangá, em geral é um ambiente muito masculino.

    Cadê Zucker, do Studio Season? Foi editado em 2011 pela New Pop. Nem sei se algum crítico que seleciona as coisas aí conhece esse estúdio. Tá certo que a história é açucarada demais, mas 1000X melhor que TMJ. Vidas Imperfeitas, da Mary Cagnin também é uma ótima webcomic.

    As únicas mulheres que vejo os críticos, os ~entendidos~ parecem conhecer nos quadrinhos são a Lu Caffagi, só que sempre associando ao Victor, irmão dela. A Ana Kholer, porque faz quadrinho pra França, e a Chiquinha, por que a bixinha trilhou o caminho do visível e cartunista é de longe a categoria mais reconhecida dos quadrinhos. Mas as vezes é preciso até se travestir pra ver se consegue mais 15min.eueuehueue

    Curtir

  21. E o que é esse pensamento: “ficar escrito na história não cabe nenhum mangá”. Garanto que Claymore e Paradise Kiss vai ficar muito mais tempo no meu coração que as revistas incompreensíveis muitas vezes da 4ª Mundo.

    Curtir

  22. Devia ter continuado na “gracinha”. Ou acha mesmo que editoras que não respeitam nem mesmo o material que publicam; publicações super populares, mas apenas medianos (como One Piece, que eu adoro, mas concordo que seja mediano); e que glorificam apenas um nicho com seu idioma indecifrável para o púbico comum (nicho que parece gostar de ser indecifrável pra quem não faz parte de sua tribo); realmente merece algum prêmio?

    Curtir

  23. Enquanto o mercado nacional de quadrinhos continuar tão amador, divido e alienado do grande público, um prêmio como esse não tem a menor relevância, (assim como campeonato de pelada na pracinha, não me leve a mal mas o mercado hoje parece mais uma briga de egos do quê uma briga por publico).

    Curtir

  24. É isso aí. Parece que o Lud M. disse tudo o que eu queria, mas não consegui. Vale alguns comentários…

    Nunca houve menosprezo de minha parte. Minha única preocupação foi vir com “choro” em um blog de humor, não por menosprezá-lo, mas por não saber se a discussão caberia aqui. Tanto que, se houvesse esse preconceito de minha parte, que realmente pareceu haver, eu não teria digitado um texto tão grande em meu primeiro comentário. Meu comentário escroto sobre ir almoçar foi só um comentário aleatório colocado na hora errada, mesmo, mas soou como menosprezo, sim. Falha minha. Sinto muito pelo mal entendido.

    Quanto às histórias infantis lançadas pela Abril, citadas pelo Lud M., creio que elas os concursos aconteceram em 2011, mas tenho quase certeza de que as HQs foram lançadas em 2012. Terei que pesquisar melhor para descobrir.

    Vidas Imperfeitas, de Mary Cagnin. Lud M., você manja. Fica a dica, galera! http://fanzinevidasimperfeitas.blogspot.com/

    E quem jogou o pensamento “ficar escrito na história não cabe nenhum mangá”, Lud M.? É realmente absurdo, cara. Agora, quanto ao comentário sobre as HQs do 4º Mundo, você tem razão. Mas tem muita coisa boa, como sempre.

    Enfim, tendo como base o que foi muito bem dito pelo Lud M., concluo que acredito que haja muitas falhas no Prêmio Troféu HQ Mix (como em todas as premiações), mais em relação aos critérios para indicação (lembrando que os votantes também podem indicar o que não foi oficialmente indicado) e premiação, mas não acho correto dizer que há esse ressentimento e desejo de vingança sugerido pelo post e por alguns comentários.

    Curtir

  25. Corrigindo:
    “Parece que a Lud M. disse…”, “… citadas pela Lud M. …” e ” … o que foi muito bem dito pela Lud M. …”. Acabei de entrar no seu perfil no Twitter e ver que é uma garota. Fica difícil… para mim todos esses ETs são machos.

    Curtir

Os comentários estão fechados.