Analisando Séries – Sem Necessidade para analisar uma série recente

Você se lembra quando você ia pra escola? Aquele tempo era o mais lúdico e incrível do mundo… a não ser que você ainda esteja na escola, aí esse tempo é o inferno na Terra. Mas por que estou falando isso? Porque os nostalgistas invadem a nossa internet de uma maneira que até tenta nos convencer. É Naruto que é muito inferior a Dragon Ball e Cavaleiros, é Pretty Cure que não tem a graça de Sailor Moon e um monte de otaku velho tentando mostrar que o que tinha em suas épocas era muito melhor que o que temos hoje. Então, inspirada por uma ala dissidente de pessoas que só diz que apenas reclamo, decidi pegar uma série que eu lembro que gostei quando vi, mas que nunca mais assisti. Dez longos anos separam a exibição dessa série pela Band e o dia de hoje, em que vou analisar algo que está no fundo do meu coração. Sim, caros tomodachis do Mais de Oito Mil, vamos analisar o episódio 10 de Tenchi Muyo! Pra quem não sabe, essa série conta a história de… um garoto chamado Tenchi que mora com um monte de alienígena que amam ele. Que roteiro! Então pare de estudar hierarquias japonesas e IKIMASU ver esse grande anime!

Olhem que decote a Ryoko tá usando! Que escândalo! Que luxúria! Essa série é uma depravação! Antigamente os animes eram muito mais discretos que isso!!

O episódio começa num bar do espaço com três figurantes barra-pesada falando sobre a Ryoko, num diálogo explicativo que parece retirado de uma novela do Manoel Carlos em que detalham o endereço da Ryoko com mais precisão que dar a longitude e latitude da casa dos Masaki para o FBI.

E a encapuzada misteriosa ouve o endereço e sai do bar sem terminar seus bons drink.

Aí depois do título o Tenchi, vestindo uma camiseta que cabe umas oito Hatsune Miku na manga, começa a colher cenouras. Demorando bastante para retirar cada uma, porque naquela época era caro você comprar acetato para fazer mais posições para os personagens.

Surge um bicho parecido com o Ryoki na grama alta, e Tenchi pressente uma ameaça. Ao mudar a câmera, a grama do local foi misteriosamente cortada por completo por algum estagiário que trabalha na continuidade.

A Ayeka apareceu procurando a Ryoko e todas estavam comendo um lanchinho da tarde. A quantidade de pano que todas essas personagens usam daria para fazer roupas para todo o elenco de Negima.

Aí todas descobriram que Ryoko havia instalado uma câmera no lustre e que as imagens sensuais delas eram vendidas pela Internet em troca de uma participação em Haruhi Suzumiya… tá, é mentira. O bicho que surgiu na grama alta apareceu no lustre… mas meu roteiro é bem mais divertido.

Os dois bichos começaram a se estranhar e as meninas fazem com sejam amigos e compartilhem comida. Se fosse numa série atual, todas elas fariam um campeonato na praia para que os peitos balançassem enquanto quebram melancias. As séries de hoje em dia sabem muito bem como ter animação.

Sasami diz: “Eles são loucos por cenoura, não são?”

Olha, eu quero matar a Pioneer por ter contratado a roteirista de Dora a Aventureira para Tenchi Muyo. Porque não tá fácil agüentar esses diálogos.

Ryoko aparece depois do banho mais vestida que aquela sua amiga que tá guardando a virgindade para o casamento. E diziam que ela era a musa sexual da galera.

Bem, a versão Paola Bracho do Ryoki fugiu e todas corre.

QUE PLOT TWIST!!! ERA A MULHER DO COMEÇO DO EPISÓDIO!!!!

A mulher, que falou que se chama Nagi, é uma caçadora de recompensas e quer a Ryoko. Aí a Kione, que é a policial de cabelo comprido, falou que aquela era a área de jurisdição dela, então a Nagi fala que ela é uma policial promissora, mas que ouviu boatos que ela estava na pior. O diálogo é lindo:

Kione diz “Mas é culpa da minha parceira aqui!”

Nagi diz “Mas que baixaria. Culpar os outros pelos seus problemas.”

Olha, tem muita gente importante que eu conheço que teria sido muito mais humilde se tivesse o caráter moldado pelo Band Kids.

Aí o gato da Nagi virou uma nave espacial e foram embora. Se fosse hoje em dia, isso seria feito em CG. E se fosse feito pela Toei, a cena se repetiria em todo episódio.

Todas sobem na nave da Ryoko para ir atrás da Nagi, e Kione explica todo o perfil da caçadora de recompensas com a naturalidade de quem lê uma notícia pelo teleprompter.

E ficamos sabendo que Ryoko e Nagi são conhecidas como A Procurada e A Caçadora.

Pelo menos não é “A Perseguida”, né minna?

Tenchi está preso numa cruz. Se essa análise fosse feita pelo Marcelo Del Greco, ele ia falar que era uma referência à crucificação do Ultraseven. Como sou eu, prefiro dizer que essa cena tá divertida como assistir à TV Aparecida.

Aí Ryoko e Nagi começam a lutar nessa área inspirada no velho oeste produzida pela Washu… prefiro desligar o cérebro.

Aí os produtores usam o efeito de capa esvoaçante de Cavaleiros do Zodíaco, sabe? Que parece que o negócio é eterno? E com o mesmo erro também: cada roupa esvoaça para um lado diferente.

Depois de quatro minutos se encarando em silêncio, o episódio dá pau e começa a exibir um pedaço da luta do Gohan contra o Cell.

Aí temos um festival de luzes, explosões que não destroem o cenário e gemidos em japonês porque dublador é preguiçoso.

Enquanto a Nagi imobiliza a Ryoko, a Ayeka dá uma de fura-olho e pega o troféu pra ela. Olha, não vejo tanta mulher disputando um macho desde parei de freqüentar a parte de maid café em evento.

E fica meia hora os personagens conversando nessa cena. A Ryoko e a Nagi estão numa posição que suas bocas não aparecem, e a Ayeka fala ao fundo, sem mexer a boca. Praticamente um anime do Shaft.

AGORA que é conveniente o cenário quebra.

E aí descobrimos que tudo não passava de um plano sórdido para que elas pegassem o homem pra elas. E no fim, todos comemora essa série de animação ruim, mas que animava nossas tardes na TV…

…

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Ô TEMPINHO TRISTE.

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